sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Novo Sete Homens e um Destino é divertido e despretensioso


            Muitos reclamam – e com razão – da falta de criatividade de Hollywood, basta olhar os blockbusters de 2016: a grande maioria é adaptação ou continuação de algo já feito. Isso quando não são remakes.

            Mas Hollywood vive dos remakes e há várias histórias que até precisam de uma revitalizada de tempos em tempos e engana-se quem acha que isso seja algo recente. A prova é o clássico Sete Homens e Um Destino, de 1960, que é uma visão do clássico Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, feito em 1954, foi um grande sucesso de público e crítica, reuniu um grande elenco e é cultuado até hoje, tanto que não foram poucos os que viram com maus olhos quando foi anunciado que seria lançado um remake dele – e ainda próximo a um remake que não foi bem aceito como Ben-Hur, que estreou no mês passado.


            Mas, quem torcia o nariz para a nova versão de Sete Homens e Um Destino possivelmente não olhou os nomes envolvidos na produção, começando pelo diretor, Antoine Fuqua, que dirigiu Dia de Treinamento, o subestimado Assassinos Substitutos, entre outros. A trilha sonora é composta por James Horner, que compôs nada menos do que as duas maiores bilheterias da história: Avatar e Titanic e um dos roteiristas é Nic Pizzolatto, o criador da primeira temporada de True Detective.

            Quanto ao elenco, quem acompanha a carreira de Denzel Washington sabe que ele não entra em qualquer projeto, Chris Pratt é o queridinho da vez em Hollywood, Ethan Hawke e Vincent D’Onofrio (o Wilson fisk da série Demolidor) estão em um bom momento da carreira e Haley Bennett é uma estrela em ascensão.


            Com todos esses fatores, era muito improvável que Sete Homens e Um Destino desse errado. É ingrato compará-lo com o filme de Akira, que é intocável, mas com o filme de 1960 dá e em muitos momentos esse remake se sai melhor do que o western feito há 56 anos.

            Sete Homens e Um Destino tem um prólogo muito interessante que já leva o espectador para dentro da história: um grupo de criminosos faz um massacre em um vilarejo e assassina o marido de Emma (personagem da Haley Bennett). Ela decide procurar o pistoleiro Sam Chisolm (Denzel Washington) para vingar o seu marido e Sam reúne um grupo com mais 6 mercenários para praticar justiça.


            Quem procura inovações, é melhor buscar em outra sala de exibição: Sete Homens e Um Destino apresenta uma ação brucutu à moda antiga e não é muito diferente dos clássicos do gênero dos anos 80, como os filmes de Stallone ou Chuck Norris e praticamente aqui não há surpresas, já que não é difícil imaginar o desfecho deste filme.

            A grande diferença aqui é que os clichês funcionam, sobretudo pela boa Direção de Arte e as cenas de ação empolgam (embora exista um ou outro CGI mal feito) e o elenco está muito bem afiado junto, mas o talento individual transmite o carisma que a platéia precisa para comprar a ideia do longa. Há um arco dramático interessante, sobretudo pelo personagem da Haley Bennett, mas há alguns alívios cômicos, principalmente pelo personagem do Chris Pratt e que também relembram os clássicos do gênero western dos anos 60.


            Aliás, a personagem de Haley Bennett poderia ser apenas a “mocinha em perigo”, mas ela tem uma presença maior do que a personagem exigia. Ela não é a protagonista da história, mas tudo acaba convergindo nela – e a ação só ocorre depois de seu chamado. Haley também estará na adaptação do livro A Garota no Trem, com estréia prevista para novembro.

            Sete Homens e Um Destino é divertido e despretensioso e não dá para reclamar disso: não é para se divertir que vamos ao cinema?

Nota: 8,0

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