quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Sharp Objects é outro grande acerto da HBO


            A relação HBO e a autora Gillian Flynn é como a parceria Spielberg e John Williams ou ainda Martin Scorsese e Robert De Niro: não se sabe quem encontrou quem primeiro, mas a verdade é que a química não poderia ter sido mais perfeita.

            Gillian Flynn, autora de Garota Exemplar, também é a escritora do excelente livro Objetos Cortantes e quando a HBO anunciou que faria uma minissérie baseada no livro, com Amy Adams no papel principal e ainda sob a direção de Jean-Marc Vallée (de Big Little Lies), todos já imaginavam que não tinha como dar errado com um timaço desses.


            E a ótima notícia é que deu mais do que certo: Objetos Cortantes, ou Sharp Objects, é uma minissérie excelente, incrivelmente bem dirigida, atuada, escrita e produzida.

            A série conta a história de Camille Preaker (Amy Adams, ótima!), repórter de Chicago que vai à sua terra natal, Wing Gap, investigar o assassinato de duas garotas. E lá ela confronta com alguns fantasmas do passado, situações que ela preferia esquecer alguns segredos de família.


            Objetos Cortantes não é um livro grande em espessura, poderia ser um longa-metragem de 120 minutos tranquilamente, mas com 8 episódios de cerca de 50 minutos, há muito mais a ser explorado, como a cidade em si e os personagens.

            Fez todo o sentido aqui na série, porque a cada episódio o drama psicológico dos personagens e o mistério em si são muito melhores explorados e são tão bons quanto nas páginas de Flynn.


            Para o público geral, acostumado com os blockbusters e um arrasa-quarteirão, pode estranhar o ritmo da série, já que ela não tem pressa para contar sua história e não segue a chamada “jornada do herói”. Nota-se a mudança de narrativa, pois o clima intimista e de mistério lembra muito o de Twin Peaks ou os bons episódios de Arquivo X.

            Tecnicamente a série é ótima, com uma boa fotografia, com o uso de cores frias para aumentar ainda mais a claustrofobia e a boa montagem, digna de prêmios.


            Neste aspecto, não apenas a HBO merece os créditos, mas a Blumhouse também, produtora que nos agraciou com filmes como Fragmentado e Corra, por exemplo.

            Mas Sharp Objects não seria nada sem o seu excelente elenco: Amy Adams faz seu melhor papel da carreira até aqui (Ok, um dos melhores, junto com o de A Chegada). Sua personagem tem que se mostrar forte, ao passo que vive amargurada e com seus demônios internos, sobretudo por ter seu corpo quase todo que mutilado, mostrado aqui de forma cruel, porém, elegante.

            Ela merece um Emmy pelo papel.

            E seus traumas são também muito bem explorados com o uso de flashbacks e intercalando com os eventos presentes. Quem interpreta a Camille adolescente é a também ótima Sophia Lillis, a Beverly de It – A Coisa e é uma atriz que só cresce em Hollywood.

            Ela ainda vai longe na carreira.


            Destaque também para Patricia Clarkson como a mãe da protagonista e a revelação Eliza Scanlen como Amma, a meia-irmã da protagonista.

            Todos os dilemas, embates e diálogos são excelentes e muito bem escritos.

            O sucesso de Sharp Objects é mais do que merecido, pode fazer com que outros canais, como a Netflix, Amazon ou a própria HBO, entre outros, adaptem mais livros como minisséries ou séries mesmo.

            Quem sai ganhando é o espectador, mas o leitor também, pois só incentiva o mercado de livros a crescer e nós, fãs das duas mídias, agradecemos.

Nota 10,0

Jennifer Aniston e Adam Sandler repetem parceria de Esposa de Mentirinha

Jennifer Aniston e Adam Sandler repetem a parceria de Esposa de Mentirinha, estão fazendo uma nova comédia romântica para a Netflix e saíram imagens. O filme se chamará Murder Mistery e conta a história de um casal recém-casado que conhece um milionário em Milão e se tornam principais suspeitos da morte dele.
Filme estreia em 2019








terça-feira, 21 de agosto de 2018

Filmes e Séries que chegam à Netflix em Setembro

Filmes: 

01/09:

Homem-Formiga (2015)












Um Tira da Pesada 3 (1994)












O Protetor (2014)











Carol (2015)








07/09:

Sierra Burgess é Uma Loser (2018) - ORIGINAL NETFLIX








09/09:

Jason Bourne (2016)







Séries:
01/09:

Grey's Anatomy - 14ª Temporada












The Last Kingdon - 2ª Temporada












How to Get Away With Murder - 4ª Temporada












Gotham - 4ª Temporada









07/09:

Punho de Ferro - 2ª Temporada: ORIGINAL NETFLIX











Atypical - 2ª Temporada: ORIGINAL NETFLIX









10/09:

Supergirl - 3ª temporada








11/09:

Legends of Tomorrow - 3ª temporada









21/09:

Maniac - 1ª temporada - ORIGINAL NETFLIX









28/09:

The Good Place - 3ª temporada - ORIGINAL NETFLIX














Scandal - 7ª Temporada







(Des)Encanto confirma a boa fase das animações adultas


                 (Des)Encanto é a nova série animada da Netflix, chegou ao serviço de streaming no último dia 17 de agosto cheia de expectativa, mas também, cheia de responsabilidades.

                A Netflix hoje já é uma gigante do entretenimento e embora ainda existam algumas séries lá de gosto duvidoso (Insatiable, Punho de Ferro...), os executivos já conseguem bater de frente com os canais mais tradicionais e com uma equipe com os melhores diretores e roteiristas.

                A ida de Shonda Rhimes (criadora de Grey’s Anatomy, Scandal, entre outras) à Netflix já foi uma prova disso, mas muitos se surpreenderam quando foi anunciado que Matt Groening faria uma nova série animada ao serviço.

                Matt é o criador de nada menos do que Os Simpsons e de Futurama e obviamente um nome como esses chama atenção de qualquer projeto.

                Mas as responsabilidades de (Des)Encanto não terminam por aí: estamos em uma safra ótima de animações voltadas ao público adulto. Além dos próprios Simpsons, que estão aí desde 1989 e Uma Família da Pesada, que nos diverte desde o final dos anos 90, agora também somos agraciados com animações como Rick and Morty, Bojack Horseman e Final Space e as comparações de (Des)Encanto com essas animações tão populares são quase inevitáveis.

                A boa notícia é que (Des)Encanto é uma grande animação e promete fazer muito sucesso. Vai ser impossível ter o mesmo impacto cultural de Os Simpsons, mas o envolvimento com a série é inevitável.



                E no mesmo ano em que tivemos a ótima Final Space, lançá-la depois é quase covardia.

                (Des)Encanto se passa no período Medieval, em um lugar chamado de Terra dos Sonhos, onde conhecemos a nossa protagonista, Bean (Abbi Jacobson), filha do rei, mas ela foge dos padrões do que é uma princesa: rebelde, beberrona e não quer saber de casamento arranjado.

                Bean perdeu sua mãe muito cedo e a falta que ela sente é notável, mas ela consegue dois improváveis amigos: um pequeno Elfo verde e um diabinho chamado Luci (numa clara referência a Lúcifer).


                De início dos dois parecem o paradoxo do bem e do mal, mas logo a série mostra que foge dos estereótipos: os ditos heróis não são exatamente os mais bonzinhos nem os ditos vilões são exatamente malvados. E isso tornam os personagens mais tridimensionais.

                Por exemplo, o rei não é o pai autoritário na qual a filha tem medo, o que fica ainda mais claro na segunda metade da série, o Luci é um personagem que o público acaba torcendo por ele, o Elfo não é o mascote injustiçado e ingênuo (mas ainda sim é irresistível) e Bean está muito longe do estereótipo de mocinha: embora seja rebelde, o público torce por ela, é quase como uma versão politicamente incorreta da Merida de Valente.


                Tecnicamente, (Des)Encanto é uma animação perfeita: os traços dos personagens, os ricos detalhes dos cenários e a mescla entre 2D e 3D tornam a série em um deleite visual.

                E mesmo se passando em uma época totalmente diferente do tradicional de Matt Groening (Futurama se passa no futuro e Os Simpsons, no presente), notam - se os traços dos personagens dele, mesmo para o público dito casual.


                Matt Groening, mesmo vindo de uma série tão duradoura quanto Os Simpsons, entendeu o formato Netflix, onde as pessoas fazem maratona e assistem como um grande filme, tanto que dividiu a história em duas partes e há vários “ganchos” para a próxima parte.

                E como já dito, (Des)Encanto é uma animação adulta, mas diferentemente de Os Simpsons e Futurama, onde havia uma censura e muitas crianças vêem até hoje, aqui, em se tratando de um produto Netflix, não há sutilezas: as piadas são adultas e ponto.


                Há referências a Game of Thrones, algumas piadas são de duplo sentido, há mensagens (algumas subliminares e algumas ficam evidentes) sobre feminismo, repressão e até uma referência ao filme De Olhos Bem Fechados, de Stanley Kubrick.

                Não chega a ser tão incorreta quanto South Park, mas também não vá esperando uma animação Pixar.

                (Des)Encanto pode não ser uma animação perfeita (ela não se desenvolve muito nos episódios 5 e 6), mas não há o que reclamar de uma animação que consegue ser engraçada, boa tecnicamente, com bons personagens e que faz pensar.

                Ah, e vejam a série dublada: a dublagem de (Des)Encanto é praticamente um personagem. Fica a dica.
               
Nota 9,0

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Provavelmente, Megatubarão é o filme B mais caro da história!


O filme começa com um prólogo no fundo do mar onde o personagem do Jason Statham está numa missão onde ele fica num dilema entre salvar alguns ou não salvar ninguém, depois o filme começa de fato, tem um salto temporal, ele vai morar na Tailândia, quer esquecer tudo isso, mas é chamado numa outra missão de resgate, muito a contragosto mas vai.


Isso acontece depois que um milionário constrói uma plataforma no fundo do mar porque ele quer defender uma tese que o fundo do mar como conhecemos não é exatamente o fim, é uma névoa e tem muito mais coisas a serem exploradas neste fundo do fundo, é quase como a deep web do mar.
Eles conseguem chegar neste fundo do fundo, só que acabam despertando um tubarão enorme e pré-histórico, daí que entra o Jason Statham.

O filme é baseado num livro e o material original tem muito mais explicações científicas o que de fato tem aqui no filme, mas engana-se quem acha que ele se leva a sério.


A melhor coisa é dele é justamente ser um blockbuster mas com cara e coração de filme b
É um legítimo filme de monstros e ao contrário do recente Águas Rasas com a Blake Lively, que é um ótimo filme, aqui ele expande seu universo.

Sem contar que ele faz uma boa e divertida homenagem ao clássico Tubarão de Steven Spielberg, ele sabe que é inferior, reconhece a importância do filme e o respeita, seja nas cenas, enquadramentos, tem até cenas na praia e até na trilha sonora.


Mas para um filme de tubarão que não se leva a sério, por favor, não confundam com a abominação chamada Sharknado, porque aqui vemos um valor de produção e Megatubarão tem um mínimo de coerência e bom senso.

O elenco está se divertindo, claro que o foco é no Jason, grande astro de ação, também destaque para Ruby Rose no elenco, ela que foi anunciada como Batwoman no universo da DC das séries, e a atriz só cresce desde Orange is the new Black.


Filme divertido e despretensioso, está fazendo muito sucesso, desliguem o cérebro e literalmente mergulhem em Megatubarão.
                 
Nota: 8,0

Nostalgia: Os 30 Anos de Uma Cilada Para Roger Rabbit


          Uma Cilada Para Roger Rabbit é dos filmes mais importantes e queridos dos anos 80. Demorou 7 anos para ser concluído, mas o esforço valeu a pena: foi a 2ª bilheteria do ano de 1988, perdendo apenas para Rain Man, venceu 3 merecidos Oscar e ainda é lembrado, tanto pela sua maravilhosa técnica, quanto ao seu roteiro.


O filme se passa na Los Angeles de 1947, um ambiente noir, com femmes fatales onde qualquer um pode ser vendido, ou seja, muito parecido com o clima do filme Los Angeles – Cidade Proibida.

Neste cenário temos o detetive Eddie Valiant, vivido pelo saudoso Bob Hoskins, ele é encarregado de investigar a Jessica Rabbit, esposa do Roger Rabbit do título, na chamada “desenholândia”, terra dos brinquedos dentro de Los Angeles e Eddie vai investigar sua suposta infidelidade. Ele descobre a traição, mostra a Roger, depois o suposto amante é assassinado e Roger se torna o principal e único suspeito.


Mas tudo é uma cilada, a cilada do título e ele vai atrás de Eddie para limpar seu nome e descobrir a verdade.

Os envolvidos de Uma Cilada Para Roger Rabbit fizeram miséria com a produção deste filme. 
Hoje em dia provavelmente seria usado CGI para fazer a interação de atores com desenho, mas tudo aqui foi feito na raça. Há um belíssimo trabalho de animação tradicional, jogo de luzes e de câmera e o computador só corrigiu os problemas de iluminação.

E justamente por não ter CGI que ele está bacana até hoje. Simplesmente foi um dos filmes que mais envelheceu bem da história.

Os envolvidos com o filme só não conseguiram os direitos para Popeye e Tom & Jerry para o filme, mas tem os Looney Tunes, Mickey, Pato Donald, Pica Pau.

Vemos isso pelos nomes envolvidos: Robert Zemeckis na direção, Steven Spielberg, Frank Marshall e Kathleen Kennedy na produção. Ken Ralston como supervisor dos efeitos especiais, ele ganhou 2 Oscar de Efeitos Especiais nos Anos 80 com O Retorno de Jedi e Coccon, além de ter trabalhado em De Volta Para o Futuro.

Destaque também para a trilha sonora do Alan Silvestri, uma das melhores de sua carreira, mistura o clima noir com o de diversão e está incrível.

Mas o filme não é só técnica: o roteiro de Uma Cilada para Roger Rabbit é brilhante. Curioso que ele se vendeu como um filme para a família, mas revendo é um filme adulto, com muito toque de mistério, suspense e, claro, de sensualidade.

E essa sensualidade vem personalizada pela Jessica Rabbit, que mesmo não sendo humana se tornou sexy symbol, até hoje nas Comic Cons e eventos têm cosplay dela e ela se parece com outra Jessica linda hoje em dia que é a Jessica Chastain.


Destaque também o elenco humano está muito bem afiado: Bob Hoskins faz um de seus melhores papéis da carreira como um detetive mais bonachão e todo atrapalhado. Tem o Christopher Lloyd como o vilão que quer pegar o Roger a todo custo.


E o filme tem das cenas de abertura mais bacanas da história do cinema, começa com o Roger tendo que cuidar de um bebê, mas a coisa sai do controle, o bebê se arrisca para pegar uma bolacha e Roger não consegue dar conta, quase se machuca e depois descobrimos que é um SET de filmagem.

Não é difícil imaginar porque um filme com uma temática tão adulta quanto esta tem tanto apelo com as crianças até hoje: por mais que os menores não entendam as piadas mais adultas nem o toque de sensualidade, a molecada vai se impressionar com as piadas físicas e, obviamente com todos os personagens dos desenhos animados. E o resultado é de encher os olhos.

O filme custou 70 e faturou 330, ganhou 3 Oscar: Montagem, Efeitos Sonoros e Efeitos Especiais. Dos melhores dos anos 80 e um marco do cinema. Veja para ontem!
                 
Nota: 10,0