terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014_Os melhores filmes do ano


10 – Capitão América 2 – O Soldado Invernal

Não é exagero nenhum dizer que a continuação do herói de armadura é muito melhor do que o primeiro filme. Sem a necessidade de explicar a origem e com a produção muito maior, principalmente depois do resultado de ‘Os Vingadores’, esse ‘Capitão América 2’ se destaca por não ser exatamente um filme de super-herói: é uma história de espionagem, conspiração e corrupção. E ainda se passa nos tempos atuais. Os diálogos misturando passado e presente, tendo um herói se acostumando com os novos tempos, são um arco importante para o universo Marvel. E a Guerra Civil vem aí no 3° filme.






9 – Interestelar

Christopher Nolan é um cineasta que muitos sonham ser e pouquíssimos conseguem: ele realiza arrasa-quarteirões, com um pé no cinema independente e ainda consegue unir um elenco de primeira. E aqui não é diferente. Interestelar é uma obra de ficção que merece ser vista e apreciada, não só como cinema, mas como estudo e reflexão sobre a vida na Terra e o futuro da humanidade. E ainda com nomes como Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain e seu parceiro, Michael Caine.






8 – Guardiões da Galáxia

Foi o filme mais arriscado da Marvel Studios principalmente por se tratar de heróis sem glamour e que não são conhecidos do grande público. Mas ‘Guardiões da Galáxia’ se firmou como dos melhores filmes baseados em HQs da história, com grandes personagens, que ganharam o carinho do público, o clima de nostalgia e que quase não se leva a sério, embora esteja muito longe de ser uma piada. “I’m Groot” foi das frases mais ditas em 2014. E como não se esquecer do irresistível guaxinim Rocket Raccoon?






7 – A Culpa é das Estrelas

Muita gente foi ver ‘A Culpa é das Estrelas’ preparado para falar mal e comparar com a saga Crepúsculo. Mas esse comovente filme baseado em um best-seller também foi uma grande surpresa por ser um romance simples, que entendeu o conceito do livro, respeitando-o e adaptando de forma honesta para o cinema. Além de ser um romance que é fácil de se identificar e equilibra razão e emoção.






6 – Boyhood – da infância a juventude

Para quem achava que o talento de Richard Linklater estava restrito apenas à trilogia ‘Antes do pôr do sol’, não sabe o que está perdendo com este filme aqui, pois ele realiza uma obra simplesmente devastadora e muito humana sobre a vida de uma família aos olhos de uma criança, terminando na fase adulta. ‘Boyhood’ é uma obra que nasceu independente, mas ganhou espaço nos festivais pelo mundo. Os críticos o apontam como dos melhores do ano. Alguns até como O melhor.






5 – Vidas ao Vento

Um dos melhores e mais visionários cineastas da história do cinema, Hayao Miyazaki só ganhou reconhecimento mundial em 2002 com seu merecido Oscar por ‘A Viagem de Chihiro’, mas ele já está há muito tempo na estrada. E ele prometeu que ‘Vidas ao Vento’ seria seu último filme. Se for, pode ser uma tristeza, pois queremos mais obras com sua assinatura, mas, por outro lado, seria uma despedida majestosa. ‘Vidas ao Vento’ tem muito da marca de Miyazaki e tem uma história de amor capaz de fazer qualquer um ir às lágrimas. E é uma metáfora sobre o mundo moderno e atual. Para ver com a família e refletir depois por muitas e muitas horas.






4 – Operação Big Hero 6

O que acontece se unir a Marvel com seus heróis e a Disney com sua fórmula quase mágica de animação? É o resultado desse filme único e sensacional. Tem muitas coisas em uma só em Operação Big Hero 6: é uma história de amizade, uma aventura de super-heróis, a história de um garoto órfão, um estudo inteligente sobre química e robótica e ainda fala da ambição humana. A Disney provou que consegue fazer algo memorável sem a Pixar e às vezes até a supera. Juntando essas duas forças da animação junto com outra forte, a DreamWorks, os fãs do gênero não têm o que reclamar.






3 – O lobo de Wall Street

Somente um diretor do calibre e importância de Scorsese faria um filme tão vibrante o ousado nos dias de hoje como ‘O lobo de Wall Street’. É uma viagem alucinada e um programa 100% adulto: sexo, drogas e nudez liberados, mas, engana-se quem acha que esse filme não tem inteligência, pois é um retrato ácido e cínico do mercado financeiro de Wall Street sob o olhar do protagonista, Jordan Belfort. E tem Leonardo DiCaprio se desfazendo de vez de seu mocinho de Titanic muito a vontade no papel.





2 – Ela

O vencedor do Oscar deste ano de Roteiro Original é uma obra que tem um grande pé na ficção científica e também uma metáfora sobre a vida na Terra, mas, focando na nossa forma de se relacionar. As pessoas ficam tão presas ao seu mundo e às tecnologias que um relacionamento digital pode ser o futuro. O diretor e roteirista Spike Jonze é especialista em trazer ideias fora do normal para o cinema se tornar algo mais engenhoso e sem a banalidade da atualidade. E como não reconhecer a voz de Scarlett Johansson como o computador Samantha?






1 – Garota Exemplar


Quase 2 décadas se passaram desde que David Fincher deixou o mundo em estado de choque com seu ‘Seven – Os sete crimes capitais’. De lá para cá, ele não perdeu a forma em atiçar plateias e, assim como Christopher Nolan, colocar mais inteligências nos blockbusters. Em Garota Exemplar, dificilmente o expectador deixará de se sentir fisgado pela história e tentar adivinhar qual será o próximo passo dos personagens. E mesmo aqueles mais espertos correm o risco de serem enganados pelo roteiro e pelas reviravoltas. E quem assina o roteiro é a própria autora do livro, Gillian Flynn, o que torna a história mais livre e sem culpa para adaptar ao cinema. Ben Affleck está muito bem aqui, mas, quem brilha é essa menina chamada Rosamund Pike, a “garota exemplar” do título. E merece estar em todas as premiações de 2015.




Retrospectiva 2014_As decepções do ano


10 – O Hobbit – A batalha dos cinco exércitos

Nem os fãs engoliram a ideia de Peter Jackson e da Warner em transformar um livro pequeno em 3 filmes de quase 3 horas. E esse último filme da trilogia tem um grave problema de edição: o início é, na verdade, o final do filme anterior. E como se não bastasse, há mais problemas: um alívio cômico que não tem graça, um protagonista que é quase coadjuvante e personagens desperdiçados e sem utilidade para a história, como o Legolas e a Tauriel. O que os produtores deveriam entender é que, por mais que eles tentassem, O Hobbit não é Senhor dos Anéis, que ainda permanece como uma obra clássica. E ainda ficamos imaginando como seria se Guillermo Del Toro dirigisse.






9 – Hércules

The Rock é o melhor e o único atrativo para ver Hércules. A história que deveria ser épica é um pout-pourri de tudo o que existe no gênero, além de vermos o protagonista sendo coadjuvante de seu próprio filme, que não há carisma nem motivação de nenhuma das partes. É um filme de Brett Ratner, que não tem pulso firme com o estúdio e aceita sem a mão autoral de um cineasta. Prefira a versão da Disney de 1997.






8 – Transformers 4 – A era da extinção

Michael Bay precisa aprender a editar melhor seus filmes: duas horas e meia para ver robôs em guerra é maçante. Ainda mais esse quarto filme que mais parece um reboot, pois tudo é novo, inclusive o protagonista, um péssimo Mark Wahlberg. Se no primeiro filme, ainda torcíamos pelo garoto e suas descobertas dos carros-robôs, além de querer conquistar a garota dos seus sonhos, no caso, uma Megan Fox ainda desconhecida, aqui é somente batalhas e mais batalhas que não chegam a lugar algum. Transformers é uma franquia igual Piratas do Caribe e Homem de Ferro: a produção e o público aumentam, mas a qualidade diminui.






7 – Drácula – A história nunca contada

Mais um filme feito por encomenda, que desrespeita a obra original e que é tudo o que os estúdios querem: algo sem conteúdo que pode faturar muito e, no caso deste aqui, virar uma franquia. Prefira uma obra mais autoral e menos oportunista sobre o conde Drácula, como a grande filme de Coppola de 1992: Drácula de Bram Stocker.






6 – Êxodo – Deuses e Reis

Para quem reclamou de ‘Noé’, por não respeitar a Bíblia e as religiões, ainda não viu nada, pois este ‘Êxodo’ distorce tudo o que o livro sagrado nos fala, além de ter uma tecnologia 3D sem profundidade, uma computação gráfica que provoca risos na plateia e um elenco totalmente desperdiçado, como Ben Kingsley e Sigourney Weaver. Christian Bale está mais para Batman de Christopher Nolan do que herói clássico. Nem as cenas de ação salvam.






5 – Divergente

O livro da Veronica Roth, Divergente, tem uma história interessantíssima sobre um futuro distópico e a versão cinematográfica poderia sim, ser bem explorada, pois há muito para se tirar daí. Mas, ‘Divergente’ só se preocupa com o romance (e mal feito) em um grande roteiro que merecia mais, além de sempre ficar na sombra de Jogos Vorazes. Nem a grande Kate Winslet consegue aliviar o clima de "Malhação".





4 – Rio 2

Após uma animação irresistível em 2011 e com o sucesso que fez, ninguém queria deixar de faturar então se resolveu fazer um continuação. Mas Rio 2 é sem graça e sem carisma, que o belo visual não merecia. Para mostrar ao mundo o quanto o nosso país está bonito para a Copa do Mundo que viria a acontecer, agora a família de Araras Azuis viaja para a Amazônia. Um dos atrativos do primeiro filme, que era arara Blu atrapalhada, aqui tem piadas repetidas e gera até antipatia em quem vê. Uma decepção enorme.






3 – O espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro

Essa nova franquia do Homem-Aranha realmente não deu certo e os fãs e críticos clamam por um novo reboot. E muito dessa não aprovação se deve a esta bomba aqui. O filme piora o que já era ruim do filme anterior e tem os mesmos problemas de ‘Homem-Aranha 3’: personagens demais e história de menos. E nenhum vilão salva (e olha que são 3!). Vergonha alheia. Saudades dos filmes de 2002 e 2004. do Sam Raimi.






2 – Godzilla

A promessa era de reinventar o lagarto gigante para os tempos novos, relembrar as origens e fazer o mundo esquecer o desastre do filme de 1998. Mas o resultado é um filme enfadonho e arrastado. Muito se deve ao protagonista fraco, mas também em esconder demais o lagartão e só mostrá-lo nos momentos finais. E isso com a tecnologia de hoje é imperdoável. Um desperdício para gente tão talentosa como Bryan Cranston e Juliette Binoche. E nem o lagartão é protagonista: o roteiro perde tempo demais com o relacionamento entre o casal principal que, veja, não tem química alguma.






1 – As Tartarugas Ninja


Um desenho tão bacana quanto ao das Tartarugas exibido nos anos 1990 ganha um filme fraco. Nada funciona, mas há dois erros imperdoáveis: as Tartarugas não são exatamente as protagonistas, mas sim, Megan Fox vivendo a repórter April O’ Neil (que não consegue segurar, até agora, um longa quando se é exigida). Outra coisa é o roteiro não se decidir: ou é tola para adultos ou pesada demais para crianças: o clima é mais sombrio e até algumas piadas com o fato de a Megan Fox ser bonita também estão por aqui e os momentos engraçados não têm graça. Não vale nem para o novo público nem pela nostalgia. E dá-lhe computação gráfica mal feita.