segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

As Decepções de 2015_Cinema


5 – O Destino de Júpiter


Meses depois da estreia dessa bomba, os irmãos Wachowski nos agraciaram com a excelente série Sense8, mas não os isenta de O Destino de Júpiter, que foi um grande fracasso de público e crítica, tem uma trama confusa, que liga o nada a lugar nenhum, atuações apagadas e péssimo uso da tecnologia. Um desastre!




4 – Caminhos da Floresta

Dos 5 filmes dessa lista, Caminhos da Floresta é o que mais se encaixa na palavra “decepção”: a ideia é bacana, que é de pegar os contos clássicos da Disney e colocar em um filme só. O elenco é grandioso, visualmente o filme é lindo e o diretor já é um veterano em Hollywood. Mas o resultado é um filme morno, sem carisma, sem envolvimento emocional, um musical que provoca sono e antipatia na plateia e um grande desperdício de tempo e dinheiro. A Disney também erra.




3 – O Exterminador do Futuro - Gênesis

A ideia era retomar a franquia milionária para os novos tempos e colocar elementos dos filmes clássicos para atrair os fãs dos filmes antigos, já que o elenco continha o próprio Schwarzenegger e atores do “momento”, como Emilia Clarke e Jai Courtney. Mas o trailer entregou o filme inteiro, todo o elenco parece estar no piloto automático, a trama nunca anda e sempre depende dos filmes clássicos. Sem contar que Emilia e Jai estão sem química e péssimos em seus papéis.




2 – Cinquenta Tons de Cinza

Cinquenta Tons de Cinza é um péssimo livro: mal escrito, vulgar e que não justifica o fenômeno que se tornou. Mas quando anunciaram que ele seria adaptado para o cinema, a promessa do estúdio era transformar a ruindade do livro em um bom filme. Que engano: Cinquenta Tons de Cinza é uma mistura de péssima escalação de elenco, roteiro preguiçoso, uma comédia que não tem graça, um romance sem química e não tem nada de erótico, como ele foi vendido. Mas foi um sucesso estrondoso: por um tempo foi a maior bilheteria de 2015, faturou mais de 600 milhões de dólares e só não rendeu mais porque foi banido na China. A continuação, Cinquenta Tons Mais Escuros, chega em fevereiro de 2017.




1 – Quarteto Fantástico

Quarteto Fantástico só foi feito porque a Fox precisava fazê-lo para não vender os direitos do grupo para a Marvel. A ideia era começar a franquia do zero, com um elenco novo e que não teria nada a ver com o que já se viu sobre o grupo. Mas bastam alguns minutos de exibição para ver os vários problemas que o filme tem: todos os envolvidos (inclusive o elenco) claramente sem vontade na produção, e o roteiro gasta mais da metade do tempo contando a origem dos personagens – e não conta direito – sobretudo com os problemas narrativos (como aquele “1 Ano Depois” jogado na tela). Na segunda metade do filme, os problemas só aumentam: cenários com fundo verde, heróis sem expressão, vilão totalmente perdido e o fundo do poço: raríssimas cenas de ação e pouco tempo do grupo em cena. Quarteto Fantástico foi o grande mico do ano: pouca gente gostou de fato, deu um prejuízo enorme para a Fox, o elenco tem vergonha de comentar sobre o filme e ninguém se responsabiliza de quem foi a culpa. Quarteto Fantástico está no Top 5 das piores adaptações de quadrinhos para o cinema, ali junto com Mulher-Gato e Lanterna Verde.




Retrospectiva 2015_Os Melhores Filmes do Ano


10 – Perdido em Marte


            As comparações com Interestelar são inevitáveis, mas quando vemos Perdido em Marte, as diferenças são evidentes, principalmente pelo tom humorado do filme. Perdido em Marte é uma grande obra de ficção científica, que vai gerar horas de estudo nas universidades e também funciona como obra de autoajuda, já que o nosso herói jamais perde o otimismo, mesmo desaparecido em terras marcianas. É o melhor filme de Ridley Scott em anos e nem citamos e elenco excepcional.




9 – Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

            O grande vencedor do Oscar deste ano é muitas coisas em um filme só: é uma homenagem ao cinema, ao teatro, uma crítica à sociedade de hoje, história de recomeço e até uma história de super-herói. Nada é o que parece ser nesse filmaço, tem um plano-sequência genial e um desfecho que gera ambiguidades e discussões em mesa de bar. Só faltou premiar o nosso Michael Keaton.




8 – O Conto da Princesa Kaguya

            O Conto da Princesa Kaguya é mais uma obra-prima do Estúdio Ghibli, tem uma trama hipnotizante, é uma história de amor e de perda das tradições. O Conto da Princesa Kaguya é lírico e deveria ser uma aula de como contar uma história poética para o cinema, contando desde o nascimento da nossa heroína até sua vida adulta. Injustamente ele perdeu o Oscar de Melhor Animação para Operação Big Hero. O amor entre Kaguya e Sutemaru é das coisas mais lindas e sublimes do cinema atual. Hollywood deveria aprender com os japoneses.




7 – O Jogo da Imitação

            Depois de assistir O Jogo da Imitação, fica impossível não ficar com raiva e vergonha da Inglaterra. Eles jamais reconheceram que Alan Turing foi fundamental para a vitória dos aliados na 2ª Guerra Mundial e o obrigaram a castrá-lo unicamente por ser gay. Muito à frente do seu tempo, sem as criações de Turing, não existiriam computadores e o mundo de hoje seria bem diferente. Benedict Cumberbatch é dos melhores atores da Hollywood atual e faz de Turing o seu melhor papel até agora e o mesmo vale para Keira Knightley como uma mulher determinada em um mundo machista. Os dois foram indicados ao Oscar – merecidamente.





6 – Beasts of no Nation

           O primeiro filme original da Netflix é um retrato poderoso sobre como uma guerra pode destruir a vida inteira de uma pessoa e sobre a perda da inocência. Beasts of no Nation é um filme perturbador, sem sutilezas e não tem nada de entretenimento. E altamente corajoso, nada do que a Netflix não esteja acostumada. Idris Elba faz um general acolhedor e ao mesmo tempo sanguinário, mas o destaque fica para essa revelação chamada Abraham Attah, que faz o nosso protagonista Agu, que é impossível não se envolver emocionalmente com ele.






5 – Whiplash – Em Busca da Perfeição

            Whiplash estreou na primeira semana de 2015 e conseguiu permanecer na lista dos melhores do ano. Ao mesmo tempo que ele funciona como história de superação, ele também é um retrato de como a obsessão pela perfeição pode degradar o ser humano e a questão: qual o limite para um educador exigir de seus alunos? J. K. Simmons merecidamente levou o Oscar de Ator Coadjuvante como um professor sádico e que leva seus alunos ao limite – seja físico ou psicológico. Whiplash é um filme simples, de baixo orçamento, que não perde tempo com as firulas hollywoodianas e com um belo trabalho de montagem e edição. E como o título sugere, Whiplash é perfeito!




4 – Que Horas Ela Volta?

            Foi uma grande pena que esta obra-prima brasileira tenha ficado de fora da corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas quem precisa de premiações quando se tem um belo trabalho de atuações, um roteiro impecável, uma crítica social e um conflito de gerações? Que Horas Ela Volta? merece ser visto por todos os brasileiros justamente para verem que existe um Brasil além do que a mídia quer nos mostrar. Regina Casé faz o melhor papel de sua carreira, mas a revelação aqui é essa atriz maravilhosa chamada Camila Márdila vivendo a grande Jéssica, que muda a rotina de todos e mexe com as discussões de classes sociais. Toda sociedade precisa de sua revolução. Toda sociedade precisa de sua Jéssica. Veja sem preconceitos.




3 – Mad Max – A Estrada da Fúria

            Mad Max – A Estrada da Fúria é o filme certo e na hora certa. A sociedade atual discute o futuro, a escassez de água e energia e o feminismo nunca ficou tão evidente. O filme discute tudo isso e um pouco mais: o diretor George Miller faz seu melhor filme, abre mão dos efeitos digitais e usa efeitos práticos e o resultado é de cair o queixo. Mad Max merece mais do que indicações técnicas do Oscar, merece as principais, mas mais do que isso, merece que todos o vejam e discutam o debate que o filme propõe. E o roteiro é conciso sem explicar demais. Uma obra-prima incontestável. E Imperatriz Furiosa é A personagem do cinema de 2015.




2 – Divertida Mente

            Divertida Mente é a animação mais espirituosa e comovente da Pixar. É um filme 100% original (e isso hoje em dia é um feito enorme), não se parece com nenhum outro, já é clássico para as próximas gerações e vai ser objeto de estudo de psicologia infantil e adulta. Afinal, quais são as emoções na cabeça de uma pessoa quando está fazendo algo que ela gosta? E do que ela não gosta? Toda a concepção da sala de comando e ilhas no filme é puro deleite. Todos nós temos um pouco de Riley em nós mesmos. Divertida Mente provoca choros e risos ao mesmo tempo. E nos faz pensar, o que é raro hoje em dia. E mais raro ainda em um produto voltado às crianças.




E antes do primeiro lugar, as menções honrosas:

- Dois dias, uma noite



- Kingsman – Serviço Secreto



- Missão Impossível – Nação Secreta



- Sicario – Terra de Ninguém




E o nosso primeiro lugar é:

1 – Star Wars – O Despertar da Força

            O melhor filme do ano. O melhor filme da saga. Star Wars – O Despertar da Força supera todas as expectativas, foi um filme feito com muito carinho de fãs e para fãs. Para quem tinha alguma dúvida de como a Disney trataria essa franquia tão amada, ela é tirada logo no primeiro minuto de exibição do filme. Parabéns ao J. J. Abrams, que mudou Star Trek e agora traz Star Wars para uma geração que nunca havia visto nos cinemas. O trabalho com o elenco veterano é fenomenal e Rey e Finn já são personagens poderosos, já enraizados na cultura pop e com uma legião de fãs. A nossa protagonista Rey já é heroína para muita gente, será referência de mulher forte para várias meninas ao redor do mundo – assim como a Princesa Leia fora anos atrás.