sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vingadores 2 - A Era de Ultron


Vingadores 2 – A Era de Ultron (The Avengers – Age of Ultron)

Direção: Joss Whedon

Ano de produção: 2015

Com: Robert Downey Jr., Chris Evans, James Spader, Elizabeth Olsen, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Paul Bettany, Aaron Taylor-Johnson, Samuel L. Jackson, Andy Serkis, Don Cheadle, Anthony Mackie, Cobie Smulders, Hayley Atwell.

Gênero: Ação

Classificação Etária: 12 Anos


O novo tom da Marvel

            Recentemente, compararam os filmes já lançados pela Marvel e os lançados pela DC Comics e a conclusão que chegaram era que a Marvel realiza seus filmes para divertir o público, ao passo que a DC mostra o lado mais sombrio e realista.

            Embora essa comparação tenha um fundo de verdade, ninguém arrisca dizer que a recente série do Demolidor (lançada pela Marvel e Netflix) seja divertida, muito menos que o pavoroso ‘Lanterna Verde’ (lançado pela DC em 2011) seja sombrio.

            Mas uma coisa é fato: a Marvel amadureceu muito nos seus últimos filmes e agora tem seu grande Universo muito mais interligado, seja em suas séries de TV (‘Agents of Shield’, ‘Agent Carter’ e a já citada ‘Demolidor’) ou em seu vasto universo cinematográfico, com tudo o que já nos foi apresentado e o que ainda está por vir e aquele clima de “sessão da tarde” pode já não colar mais em seus filmes e, se aparecer, que seja bem feito. ‘Guardiões da Galáxia’ está aí para comprovar.

            Com isso, a Marvel realiza seu filme mais aguardado: ‘Vingadores 2 – A Era de Ultron’ com um clima muito mais sombrio e pessimista do que o filme anterior. Não chega a ser nenhum ‘Batman’ de Christopher Nolan, mas está muito longe das “conversas de amigos” de Vingadores 1. Na verdade, há várias piadas ao longo do filme, mas praticamente todas funcionam, até mesmo a seqüência da festa, que de início pode parecer irrelevante, se torna fundamental no desenvolvimento de um personagem lá na frente.

            Após os acontecimentos de ‘Capitão América 2’ (‘Guardiões da Galáxia’ ainda não entrou no Universo Marvel, mas vai entrar), com a Shield sendo corrompida pela Hydra, os heróis começam o filme invadindo a base da Hydra para resgatar o Cetro de Loki (personagem este, que está em Asgard), que contém uma das Jóias do Infinito. Após o resgate, Tony Stark se sente impotente perante as ameaças à paz mundial e cria um sistema de Inteligência Artificial muito mais avançado do que seu Jarvis para garantir que o mundo não precise mais dos Vingadores, daí que acidentalmente acaba criando o robô Ultron, que defende que a única forma de haver paz mundial é acabando com a humanidade, se volta contra seu criador e “rouba” as informações dos computadores dos Vingadores, se tornando uma fonte inesgotável de conhecimento e poder. Nesse meio tempo e na mesma base da Hydra, temos dois irmãos gêmeos criados por manipulação genética, os Inumanos Pietro e Wanda Maximoff, (que apareceram na cena pós-créditos de ‘Capitão América 2’ como “milagres”) mas logo escapam, se voltando contra os Vingadores, mas descobrem quem é o verdadeiro malvado...

            Pietro Maximoff, ou Mércúrio tem o poder da velocidade e Wanda, que depois será a Feiticeira Escarlate tem o poder da manipulação mental e da telecinese (e quando ela manipula a mente dos heróis é o ápice do filme, bem quando ela manipula o Hulk para se voltar contra o Homem de Ferro em uma luta espetacular) e vale ressaltar que nas HQs os dois são filhos do Magneto, porém, por razões de contrato entre a Disney e a Fox, a origem deles foi alterada e não ficou ruim, embora o Mercúrio de ‘X-Men: Dias de um Futuro Esquecido’ esteja mais bem desenvolvido, muito por culpa das limitações de Aaron Taylor-Johnson como ator (embora aqui não comprometa).

            Já a Feiticeira Escarlate, vivida pela irresistível Elizabeth Olsen é sim, uma personagem muito bem desenvolvida, com um grande arco dentro da história e servindo de problema, tanto para os heróis como para o vilão. E Elizabeth ainda será das grandes de Hollywood.

            Fomos apresentados, também, ao Ulisses Klaw, papel de Andy Serkis, que nos quadrinhos é o grande vilão do Pantera Negra (o herói terá filme próprio em 2018) e sua participação funcionou mais como easter egg para preparar o público para os próximos filmes, mas foi uma ponta importantíssima, considerando que nesse arco o vilão Ultron roubou seus ‘Adamantuins’, para fortalecer seu corpo.

            E por falar em Ultron, era difícil para o público imaginar um vilão que parecesse ameaçador perante o grupo dos Vingadores e enquanto o poderoso Thanos está ocupado com seus Guardiões da Galáxia, Ultron, que é a criação de Tony Stark, logo se torna uma ameaça real e um inimigo a ser combatido. Tem muito mérito da computação gráfica de ser design, obviamente, que criou um personagem 100% digital sem parecer artificial demais, mas o crédito maior é do grande ator que o interpreta: James Spader, que por décadas foi motivo de piada em Hollywood, se viu em papéis pequenos e sem expressão após ser uma grande revelação em ‘Sexo, Mentiras e Videotape’ de um distante 1989, só viu sua sorte e carreira sorrir em 2013, quando foi chamado para o papel principal como o anti-herói na série ‘The Blacklist’. Na série, seu papel não é só espetacular e dos melhores da TV atual, mas é puro deleite ver o que esse grande ator poderia fazer ao longo desses anos e não o pôde pela burocracia da indústria e também pela falta de um agente melhor. E este ano de 2015 ele foi indicado como Melhor Ator Dramático pela série, mas acabou perdendo para Kevin Spacey por ‘House of Cards’.

            E o que torna seu Ultron ainda mais especial é quando sabemos que para a voz do vilão, não foram usados truques de computador ou tratamento para a voz sair maior: foi a voz de forma limpa de James Spader. E agora passados 26 anos, ele tem tudo para voltar a ter uma carreira consolidada.

            Outro grande personagem novo é o esperado Visão. Nas HQs, ele é um robô movido por inteligência artificial construído por Ultron, mas, como dessas ironias da vida, a criação se volta contra seu mestre e o Visão vai para o lado dos Vingadores.

            Aqui no filme, quem cria o Visão é o próprio Tony Stark, que, após frustrado por causa do Ultron, ele cria uma nova inteligência artificial, desta vez, usando a mesma tecnologia que usou para criar seu Jarvis, tanto que o ator que o interpreta, que é Paul Bettany, (e o faz muito bem!) é o mesmo dublador do Jarvis.

            Há uma piada com o Thor, logo no início, que parece arrastada de início, mas só a compreendemos quando o Visão aparece.

            Nos quadrinhos ele se casa com a Feiticeira Escarlate, se o cinema irá seguir à risca, é outra história, mas se contarmos que temos atores tão legais como Paul Bettany e Elizabeth Olsen, a química pode ser boa.

            E quanto a tudo que já havia de estabelecido e consolidado dentro desse Universo Marvel, sejam os 6 heróis do primeiro filme, a Shield e tudo mais, era muita ilusão dos fãs pensarem que seria mais do mesmo ou que tudo seria lindo e maravilhoso como mostrado no primeiro filme, pois praticamente todos esses heróis tem agora que lidar com suas dores pessoais e reflexões sobre o que fazer na Terra. Pode ser o início da Guerra Civil, já anunciada para 2016, pode ser a Marvel querendo explorar mais mundos ou explorar mais aquilo que já é estabelecido ou, principalmente, uma questão financeira, já que Elizabeth Olsen é uma atriz muito mais barata do que o cachê milionário do Robert Downey Jr., por exemplo.

            Mesmo com as suas séries de TV ligadas com o Universo dos Vingadores, não há uma grande estrela e o estúdio pode usar e abusar desses atores de forma livre e ainda manter a qualidade (a aparição de Peggy Carter é tão rápida quanto espetacular).

            As ligações com a série Agents of Shield são inevitáveis, considerando que essa agência foi corrompida, que embora tenha um grandioso arco por aqui, está melhor explicada e explorada na série. E até Agent Carter, que se passa no passado, também há referências, e não devemos nos esquecer de que Peggy Carter é uma das criadoras da Shield, junto com Howard Stark (pai de Tony) e, já especulando aqui, considerando que o próximo filme da Marvel, que é o Homem-Formiga (previsto para estrear nas férias de Julho) também terá link com o passado, com Hank Pym, podemos esperar algo intercalado por aí.

            A Marvel está fazendo o que os quadrinhos já fazem há décadas, que é juntar tudo o que se faz em um único universo. E é o que Star Wars também está fazendo, com os novos filmes, livros e HQs. E vejam só, também é um produto da Disney, que também tem a Pixar e todos seus filmes em live-action e fez um anúncio recente dos próximos filmes, juntando todos os universos.

            Alguém aí duvida que essa empresa ainda queira a dominação mundial?

Nota: 10,0

Imagens:










Trailer:


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Os 10 melhores filmes baseados em histórias em quadrinhos da história


10 – Capitão América – O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger)
Direção: Joe Johnson
Ano de produção: 2011
Com: Chris Evans, Hayley Atwell, Sebastian Stan, Hugo Weaving, Tommy Lee Jones, Dominic Cooper, Stanley Tucci.
Classificação Etária: 12 Anos

            O primeiro filme do Capitão América foi a aposta da Marvel pré-Vingadores e também foi a filme mais arriscado do estúdio: era difícil vender para o público do mundo inteiro um herói com apenas um escudo e tendo o uniforme da bandeira norte-americana, mas ‘Capitão América – O Primeiro Vingador’ contorna tudo isso em um filme que funciona tanto como ação como História. E ele se torna ainda melhor quando descobrimos que o Capitão ficou 70 anos congelado após os acontecimentos deste filme e quando assistimos à grande série Agent Carter, que é praticamente um complemento de Capitão América...






9 – Batman – O cavaleiro das trevas ressurge (The Dark Knight Rises)
Direção: Christopher Nolan
Ano de produção: 2012
Com: Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Joseph Gordon Lewitt, Marion Cottlard, Gary Oldman, Michael Caine, Morgan Freeman.
Classificação Etária: 14 Anos

            Após o grande barulho causado por “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e de “A Origem” era difícil de imaginar que a criatividade e talento de Christopher Nolan ainda estivessem em alta. Mas eis que somos agraciados por este grande filme, que fecha de maneira primorosa essa trilogia importantíssima para a história do cinema. Uniu um grande elenco, que é a marca de Nolan e fez um desfecho quase apoteótico. E recentemente ele ainda dirige e escreve Interestelar, mostrando que a Hollywood atual ainda é lugar para roteiros originais.





8 – Ghost World – Aprendendo a Viver (Ghost World)
Direção: Terry Zwigoff
Ano de produção: 2001
Com: Thora Birch, Steve Buscemi, Scarlett Johansson.
Classificação Etária: 14 Anos

            Ghost World pode ser visto de várias maneiras diferentes: como uma comédia deliciosa, um drama independente, um roteiro feito para agradar aos críticos, uma bela homenagem aos colecionadores de discos na era digital ou o filme que revelou a estonteante Scarlett Johansson. Não importa: Ghost World é impressionante sempre e é um filme que nunca envelhece.





7 – Homem Aranha 2 (Spider Man 2)
Direção: Sam Raimi
Ano de produção: 2004
Com: Tobey Maguire, Kristen Dunst, Alfred Molina, James Franco, Rosemary Harris.
Classificação Etária: LIVRE

Homem Aranha 2 foi a maior bilheteria de 2004 e teve o mérito de usar mais o fator psicológico e humano do personagem mais famoso dos quadrinhos. Com um vilão realmente ameaçador, muito mais arranjado do que o Duende Verde do primeiro filme, com o Oscar de Melhores Efeitos Especiais e um final de fazer qualquer um ir às lágrimas, Homem Aranha 2 se tornou um grande épico e deve ser referência para qualquer arrasa-quarteirão hollywoodiano. É uma pena que Homem Aranha 3 seja tão irregular, assim como o reboot em 2012 e 2014.




6 – The Avengers - Os Vingadores (The Avengers)
Direção: Joss Whedon
Ano de produção: 2012
Com: Robert Downey Jr., Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Gwyneth Paltrow.
Classificação Etária: 12 Anos

            É muito bom quando alguma obra supera as expectativas e não desaponta a plateia. Os vingadores foi anunciado praticamente 1 ano antes do lançamento, e cada semana parecia ter um trailer ou comercial novo. Mas o filme dos 6 heróis da Marvel soube colocar cada personagem em cena sem destratar nenhum, cada um com a sua importância para o universo Marvel (alguns com filmes próprios) e diverte muito o expectador. Colocou o diretor Joss Whedon como dos grandes da atualidade, se tornou a maior bilheteria de 2012 e a 3ª melhor da história (só perde para Titanic e Avatar). Para ver e rever.





5 – Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy)
Direção: James Gunn
Ano de produção: 2014
Com: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Lee Pace, Karen Gillan, Djimon Hounson, Benicio del Toro, Gleen Close, John C. Reilly, Josh Brolin.
Gênero: Ficção Científica
Classificação Etária: 12 Anos

            Está ali junto do primeiro Capitão América como filme mais arriscado da Marvel Studios: era um grupo de heróis, na verdade, anti-heróis, completamente desconhecido do grande público, um protagonista não muito conhecido (mas se tornou após este filme) e ainda tem um guaxinim falante e uma árvore que só diz uma frase. Mas, Guardiões da Galáxia soube contar uma história inteligível mesmo para aqueles que não sabiam que o grupo existia. Com uma produção maravilhosa, atores afiados e uma trilha sonora nostálgica (e deliciosa!), Guardiões da Galáxia já se tornou clássico e referencial.




4 – V de Vingança (V for Vendetta)
Direção: James McTeigue
Ano de produção: 2006
Com: Natalie Portman, Hugo Weaving, Stephen Rea, John Hurt, Stephen Fry .
Classificação Etária: 16 Anos

            Anarquia, densidade, cenas de ação espetaculares e um herói humano, sem tratamento digital. E ainda com Natalie Portman, das atrizes mais completas que Hollywood possui. Com essas qualidades, não tinha como “V de Vingança” dar errado. É o filme certo e na hora certa, urgente e realista, que merece estar presente em qualquer debate sobre o terrorismo como ameaça e o anarquismo como opção política e seus momentos primorosos e frases de efeito merecem ser ditas e refletidas. E o filme ajudou a popularizar a famosa máscara, que andou presente nos protestos ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Lembre-se do 5 de novembro!




           
3 – X-Men – Primeira Classe (X-Men – First Class)
Direção: Matthew Vaughn
Ano de produção: 2011
Com: James Mc Avoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Kevin Bacon, January Jones, Rose Byrne, Oliver Platt, Zoe Kravitz, Nicholas Hoult.
Classificação Etária: 14 Anos

            Acho que é perdoável se eu disser que não via esse X-Men com bons olhos. Primeiro porque a ideia de um reboot parecia absurda, já que a trilogia original está recente e o filme anterior da franquia, ‘X-Men Origens: Wolverine’ foi um desastre total. Mas 'X-Men Primeira Classe' calou a boca de muita gente se firmando como o melhor X-Men de todos até aqui, com um roteiro muito bem amarrado que intercala entre a Guerra Fria real, a história dos mutantes e com um elenco espetacular: James McAvoy como o professor Xavier, Fassbender está sensacional como Magneto, Jennifer Lawrence, vencedora do Oscar por “O lado bom da vida” é a Mística, January Jones, a Betty da série de TV Mad Men, está simplesmente irresistível como Emma Frost e Kevin Bacon está um vilão perfeito e ameaçador. Sucesso mais do que merecido.






2 – Capitão América 2 – O Soldado Invernal (Captain America – The Winter Soldier)
Direção: Anthony e Joe Russo
Ano de produção: 2014
Com: Chris Evans, Scarlett Johansson, Anthony Mackie, Robert Redford, Samuel L. Jackson, Emily VanCamp.
Gênero: Ação
Classificação Etária: 14 Anos

            Capitão América 2 não é apenas uma grande adaptação de HQs e mais uma super produção da Marvel Studios, mas é uma história de conspiração, espionagem e mostra como a Shield foi corrompida pela Hydra. Muito superior ao primeiro filme e superior, inclusive, a Vingadores, este filme é um elo importante para tudo o que virá a seguir no Universo Marvel (inclusive a Vingadores 2) e deu um novo ânimo para a série Agents of Shield, que estava precisando.





E antes do primeiro lugar, as menções honrosas:

- Homem de Ferro





- Persépolis





- Superman – O Filme (1978)





1 – Batman – O cavaleiro das trevas (The Dark Knight)
Direção: Christopher Nolan
Ano de produção: 2008
Com: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Michael Caine, Gary Oldman, Maggie Gyllenhall, Morgan Freeman.
Classificação Etária: 14 Anos


            Após o grande desastre de Batman & Robin, Christopher Nolan desafiou a indústria ao reinventar a história do morcego com Batman Begins em 2005. Três anos depois, Nolan consegue dar um passo adiante e apresenta em “O Cavaleiro das Trevas” um épico perfeito. O filme teve um grande problema de divulgação com a morte do saudoso Heath Ledger, foi uma pena mesmo saber que este foi seu último papel desse excelente ator e merecidamente levou seu Oscar póstumo. Sua atuação como coringa é realmente dessas coisas sublimes do cinema, um papel exigente, tão soturno, que Ledger se inventou e foi além do que o personagem exigia. Não temos somente Ledger arrebentando no papel, mas todo o elenco está afiadíssimo: Christian Bale como Batman, Aaron Eckhart como Harvey Dent e depois como Duas Caras, Michael Caine como Alfred, Gary Oldman como comissário Gordon e Maggie Gyllenhall como Rachel, esposa de Harvey. O filme também é uma obra-prima, tem um fundo político profundo e um clima sombrio, pesado, carregado e obviamente o coringa é o símbolo desse clima. Seu roteiro intenso caberia muito bem em qualquer filme de arte, não necessariamente em um arrasa-quarteirão. São essas coisas que o tornam, não só o melhor filme do homem-morcego como o melhor filme baseado em quadrinhos da história. Por que tão sério? 





Os 10 piores filmes baseados em quadrinhos da história


10 – Superman IV – Em busca da paz (Superman IV – The Quest for Peace)
Direção: Sidney J. Furie
Ano de produção: 1987
Com: Christopher Reeve, Gene Hackman, Jackie Cooper.
Classificação Etária: LIVRE

            Haviam boas intenções em Superman IV, principalmente após o desastre que foi Superman III, em 1983, mas foi muito triste rever este filme e saber que este foi o último do homem de aço protagonizado por Christopher Reeve e de Gene Hackman como Lex Luthor e também de se lembrar que foi essa dupla que começou com as adaptações de quadrinhos para o cinema em 1978. Um triste fim.




9 - A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentleman)
Direção: Stephen Norrington
Ano de produção: 2003
Com: Sean Connery, Stuart Twonsend, Peta Wilson
Classificação Etária: 12 Anos

            A idéia de juntar vários heróis em um único filme é ótima. E a idéia colocar Sean Connery como protagonista também. Mas o resultado é uma grande colcha de retalhos, histórias mal-amarradas e efeitos especiais constrangedores. Foi uma ofensa ao Alan Moore, que obviamente, não gostou do que viu.



8 – Elektra
Direção: Rob Bowman
Ano de produção: 2004
Com: Jennifer Garner, Terence Stamp, Jason Isaacs.
Classificação Etária: 14 Anos

            Após o grande sucesso da personagem da Elektra em “Demolidor – O Homem sem Medo” a indústria rapidamente se mexeu para produzir um filme próprio da heroína. Com um fiapo de roteiro e um vilão de dar dó, Elektra foi um fracasso de público e crítica que afundou qualquer possibilidade de franquia. E Jennifer Garner está sem um papel digno de nota desde ‘Alias’. Nada como ser a Sra. Ben Affleck.




7 – Batman e Robin
Direção: Joel Schumacher
Ano de produção: 1997
Com: George Clooney, Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman, Chris O’ Donnell, Alicia Silverstone.
Classificação Etária: LIVRE

“Batman Eternamente”, de 1995, já era ruim, mas ainda era assistível e tinha algumas qualidades, mas a premissa de Batman & Robin é totalmente absurda. Um herói com mamilos, um Robin totalmente perdido e que não fala uma frase sem ser constrangedor e uma personagem que jamais deveria existir, que é a Batgirl, que aqui é a sobrinha de Alfred(!), realmente eram difíceis de engolir. E para piorar, o cenário é carnavalesco e das piores direções de arte da história. Ainda bem que George Clooney deu a volta por cima e hoje já é um grande ator, roteirista e cineasta.





6 – Motoqueiro Fantasma (Ghost Rider)
Direção: Mark Steven Johnson
Ano de produção: 2007
Com: Nicolas Cage, Eva Mendes, Wes Bentley, Peter Fonda, Sam Elliott.
Classificação Etária: 14 Anos

O diretor Mark Steven Johnson já havia feito uma adaptação ruim de quadrinhos para o cinema em 2003 com ‘Demolidor – O homem sem medo’, mas aqui ele vai além: Motoqueiro Fantasma, que foi um sucesso comercial, mas foi detonado pelos críticos... Roteiro fraco, romance sem química, uma péssima mocinha, que é Eva Mendes e dois vilões sem carisma, entre eles, Wes Bentley, que parece que só acertou em ‘Beleza Americana’. Ao menos a música ‘Ghost Rider in the sky’ é um excelente rock n’ roll e encerra o filme com alguma dignidade.





5 – Lanterna Verde (Green Lantern)
Direção: Martin Campbell
Ano de produção: 2011
Com: Ryan Reynolds, Blake Lively, Mark Strong, Peter Sarsgaard, Michael Clarke Duncan, Tim Robbins..
Classificação Etária: 12 Anos

Agora, Ryan Reynolds está filmado Deadpool, cheio de incertezas e dúvidas, que são, principalmente depois desse desastre aqui. Lanterna Verde é um grande herói das HQs e merecia uma adaptação bacana, mas o que vemos é um festival de piadas sem graça, vários personagens feitos com o pior uso de computação gráfica possível, e um roteiro que não chega a lugar algum. O que a DC Comics/Warner estava pensando com isso aqui? Pelo menos uniu o casal, Blake Lively (de Gossip Girl) e Ryan Reynolds. E que venha a Liga da Justiça!





4 – The Spirit – O Filme (The Spirit)
Direção: Frank Miller
Ano de produção: 2008
Com: Gabriel Macht, Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson, Eva Mendes.
Classificação Etária: 14 Anos

            O mundo dos quadrinhos deve mundo a Frank Miller, sem ele e outros grandes nomes como Alan Moore, possivelmente ainda veríamos as histórias em quadrinhos com coisa de criança e no mundo do cinema, ele deu mundo certo na co-direção de Sin City ao lado de Robert Rodriguez, e com isso, o estúdio coloca ele mesmo, desta vez, sozinho, para dirigir este filme aqui, mas a narrativa mal feita, e um protagonista fraco mostraram que Miller, como cineasta, é um ótimo escritor de quadrinhos. Depois do sucesso de Samuel L. Jackson como Nick Furry e Scarlett Johansson como a Viúva Negra, em “Homem de Ferro 2” e “Os Vingadores”, a gente até perdoa os dois.





3 – O Fantasma (The Phanton)
Direção: Simon Wincer
Ano de produção: 1996
Com: Billy Zane, Catherine Zeta-Jones.
Classificação Etária: LIVRE

            Mais um desastre dos quadrinhos na década de 90. O Fantasma sempre foi um herói enigmático, mas praticamente não há uma só sequência que deixe claro que é um filme sobre o herói mascarado e onde estavam com a cabeça para colocar um ator tão arrogante e sem graça como o Billy Zane? Ele consegue estragar até “Titanic”, como o marido da Rose. E ainda tinha Catherine Zeta-Jones em início de carreira. E como se não bastasse, o filme é cheio de mensagens patrióticas disfarçadas de entretenimento. Fuja desse desastre!




2 – Spawn – O Soldado do Inferno (Spawn)
Direção: Mark A. Z. Dippé
Ano de produção: 1997
Com: Michael Jay White, John Leguizamo, Martin Sheen, Theresa Randle.
Classificação Etária: 16 Anos

Entre ‘O Corvo’, de 1994 e ‘X-Men: O Filme’, em 2000, o casamento entre cinema e quadrinhos era péssimo. Até ‘Blade’, de 1998, foi vendido como um filme de ação, e não como adaptação. Na verdade, a indústria de quadrinhos estava em baixa e ser fã de HQs era coisa de gente corajosa. Um dos motivos é essa bomba aqui, ‘Spawn – O Soldado do Inferno’ que foi um fracasso de público e crítica, tenta ser um filme de ação que não é e um terror que não assusta ninguém. A direção de arte é um desastre, assim como as atuações dignas de Framboesa de Ouro e por que raios um grande e consagrado ator como Martin Sheen aceitou participar disso? Na época, a computação gráfica estava começando, e reparem no exército mal feito. Já nasceu datado.




E antes do primeiro lugar, as menções “honrosas”:

- O Justiceiro (2004)





- Hulk (2003)





- Blade Trinity





1 – Mulher-Gato (Catwoman)
Direção: Pitof
Ano de produção: 2004
Com: Halle Berry, Sharon Stone, Benjamin Bratt.
Classificação Etária: 12 Anos

            Acho que vou comprar briga com muita gente, mas Halle Berry é uma péssima atriz e que não consegue transmitir emoção nenhuma na tela. Ela foi a primeira e única atriz negra até agora a levar o Oscar de Melhor Atriz por “A última ceia”. Não dá para dizer que o prêmio foi merecido, pois o papel foi muito irregular, mas que deu a ela a chance de entrar na história e a chance de se revelar. Mas ela nunca fez nada de grandes papéis no sentido artístico da coisa. Ela, ao menos, tem uma heroína no currículo, sendo a Tempestade de “X-Men”. Mas ela tinha que querer um papel só dela e uma heroína que carregasse um filme nas costas. E daí vem os engravatados de Hollywood distorcerem toda a história dos quadrinhos e reinventar a história da felina sensual Mulher-Gato. Praticamente tudo foi mudado dos quadrinhos, até o nome real da protagonista, sendo Patience por aqui em detrimento da Selina Kyle no original que foi transposto muito bem ao cinema com Michelle Pfeiffer em “Batman – O Retorno” e recentemente pela Anne Hathaway em “Batman – O cavaleiro das trevas ressurge”, mas a mulher-gato da Halle Berry já é um desastre já pelo uniforme, todo propositalmente rasgado com a tentativa frustrada de sensualidade (!) que mais parece um uniforme sado-masoquista. Não devemos esquecer também de Pitof, o diretor francês “revelado” por aqui e teve sua carreira afundada que sumiu do mercado mundial.

            Já fez uma década do lançamento de “Mulher-Gato” e ainda não encontrei quem gostasse desse filme. Se esse não for o “pior filme da história”, pelo menos é, no meu conceito o pior filme desse século 21, junto com “O Apanhador de Sonhos” e “Instinto Selvagem 2”. “Mulher-Gato” foi um dos maiores fracassos dos últimos anos, tendo um investimento milionário de 100 milhões de dólares e faturou pouco mais de 20. O filme foi um dos maiores vencedores do prêmio Framboesa de Ouro (que premia os piores do cinema) inclusive com o prêmio de pior atriz para Halle Berry, que foi até simpática em receber e fazer um discurso emocionado, em 2005, 3 anos após sua consagração por “A Última Ceia”, em que Halle diz que “antes de ser uma vencedora, deve ser uma grande perdedora” e que “Mulher-Gato é tão vergonhoso que nem tem coragem de assistir”. Bem, não dá mesmo para assistir, mas é um filme para ficar sempre marcado. Para o mal, é claro!