domingo, 19 de abril de 2015

Chappie


Chappie

Direção: Neill Blomkamp

Ano de produção: 2015

Com: Sharlito Copley, Dev Patel, Hugh Jackman, Sigourney Weaver.

Gênero: Ficção Científica

Classificação Etária: 16 Anos

Distrito 9 junta com Elysium

            O cineasta Neill Blomkamp já está no terceiro filme e já dá para notar alguma marca: o gosto pela ficção científica e por futuros distópicos.

            Em Distrito 9 foi uma revelação, em uma ficção completamente diferente do convencional, produzida pelo Peter Jackson, pegou todo mundo de surpresa, foi um grande sucesso, foi reconhecido pelo Oscar para Melhor Filme e revelou esse grande ator chamado Sharlito Copley (injustiçado pelo Oscar para Melhor Ator). E ainda tinha uma grande história, cheia de metáforas para o apartheid e para o mundo em geral.

            Em 2013, Neill Blomkamp, agora um nome conhecido de Hollywood e com uma produção muito maior, realiza Elysium, que tem uma história ainda melhor do que Distrito 9, ainda que mal aproveitada, mas com uma grande elenco, inclusive os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga. Apresenta dois mundos, as elites e o “povo”, mas ficou muito irregular principalmente por focar o “exército de um homem só” com uma história política como essa.
            E em 2015, ele lança seu nome filme, Chappie...

            Ele dirige e escreve o roteiro e, mais uma vez, usa metáforas políticas e apresenta uma ficção científica distópica e pessimista.

            A história novamente se passa em Joanesburgo, na África do Sul (Distrito 9 também se passava em terras africanas) uma empresa cria robôs-policiais para combater a alta violência, que vai a quase zero. Nesse cenário, temos Deon (Dev Patel), criador do sistema, que está em um projeto de um robô com vontades próprias por sistema de inteligência artificial, porém, ele acaba caindo nas mãos de criminosos, sendo obrigado a criar o robô para praticar crimes. Mas esse robô, com o nome de Chappie (Sharlito Copley), é quase como uma criança, aprendendo a falar e tendo que ser domesticado, seja por criminosos, ou por seu criador. E ainda dentro da mesma empresa, temos o arco do Vincent (Hugh Jackman), que cria um outro robô com o nome de Touro, ultra poderoso, mas que não consegue levar o projeto para frente pois sua diretora (Sigourney Weaver) está mais focada nos robôs-policiais.

            Apesar de o roteiro ser dito original, as referências com os clássicos de ficção científica estão lá, seja a referência clara pelo Robocop (em se tratando de um robô-policial), ou ‘Um Robô em Curto Circuito’, em se tratando de um robô sentimental.

            Há muitas qualidades em ‘Chappie’, além dessa grande sacada da história, ainda temos a excelente fotografia pessimista e escura, que também virou a “marca” de Neill Blomkamp, temos a trilha sonora de Hans Zimmer (que também assina a trilha da trilogia Batman e do recente Interestelar, por exemplo) e também não podemos nos esquecer da alegoria com a vida humana, em como a educação é fundamental e a forma de como uma criança é orientada, diz muito sobre seu perfil, pois Chappie é um robô que mais se aproxima do que é humano, sem maldade de início, mas que “aprende” sobre o mundo da pior maneira possível, orientado por criminosos a roubar carros e roubar um banco, tudo isso para pagar uma dúvida de 20 milhões de dólares com um outro criminoso.

Porém, o próprio roteiro toma decisões equivocadas, principalmente porque ele não se decide se é sombrio, violento, ou se explora o lado mais sentimental da “infância” de Chappie.

            E não devemos nos esquecer da péssima escolha de elenco, que, a exceção do próprio Sharlito Copley (mas daí ele faz um personagem digital), está todo mundo perdido e mal aproveitado. Dev Patel, que parece que só deu certo em ‘Quem Quer Ser Um Milionário’, não convence como um cientista e demonstra carisma zero para segurar um filme de alto orçamento. Sigourney Weaver, que há tempos não interpreta uma protagonista, nos últimos anos, fazendo sempre uma coadjuvante de luxo, aqui tem seu talento desperdiçado fazendo poses de diretora, mas nada se compara ao personagem constrangedor de Hugh Jackman, interpretando seu primeiro vilão, que estava claramente sem vontade no papel.

            O diretor Neil Blomkamp tem muito potencial para nos apresentar algum grande filme como ‘Distrito 9’ foi, seus filmes seguintes, Elysium e Chappie não são exatamente ruins, há várias qualidades que indicam que é só uma questão de tempo até o diretor acertar novamente, só torcemos para que seja logo.         

Nota: 7,0

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