sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vingadores 2 - A Era de Ultron


Vingadores 2 – A Era de Ultron (The Avengers – Age of Ultron)

Direção: Joss Whedon

Ano de produção: 2015

Com: Robert Downey Jr., Chris Evans, James Spader, Elizabeth Olsen, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Paul Bettany, Aaron Taylor-Johnson, Samuel L. Jackson, Andy Serkis, Don Cheadle, Anthony Mackie, Cobie Smulders, Hayley Atwell.

Gênero: Ação

Classificação Etária: 12 Anos


O novo tom da Marvel

            Recentemente, compararam os filmes já lançados pela Marvel e os lançados pela DC Comics e a conclusão que chegaram era que a Marvel realiza seus filmes para divertir o público, ao passo que a DC mostra o lado mais sombrio e realista.

            Embora essa comparação tenha um fundo de verdade, ninguém arrisca dizer que a recente série do Demolidor (lançada pela Marvel e Netflix) seja divertida, muito menos que o pavoroso ‘Lanterna Verde’ (lançado pela DC em 2011) seja sombrio.

            Mas uma coisa é fato: a Marvel amadureceu muito nos seus últimos filmes e agora tem seu grande Universo muito mais interligado, seja em suas séries de TV (‘Agents of Shield’, ‘Agent Carter’ e a já citada ‘Demolidor’) ou em seu vasto universo cinematográfico, com tudo o que já nos foi apresentado e o que ainda está por vir e aquele clima de “sessão da tarde” pode já não colar mais em seus filmes e, se aparecer, que seja bem feito. ‘Guardiões da Galáxia’ está aí para comprovar.

            Com isso, a Marvel realiza seu filme mais aguardado: ‘Vingadores 2 – A Era de Ultron’ com um clima muito mais sombrio e pessimista do que o filme anterior. Não chega a ser nenhum ‘Batman’ de Christopher Nolan, mas está muito longe das “conversas de amigos” de Vingadores 1. Na verdade, há várias piadas ao longo do filme, mas praticamente todas funcionam, até mesmo a seqüência da festa, que de início pode parecer irrelevante, se torna fundamental no desenvolvimento de um personagem lá na frente.

            Após os acontecimentos de ‘Capitão América 2’ (‘Guardiões da Galáxia’ ainda não entrou no Universo Marvel, mas vai entrar), com a Shield sendo corrompida pela Hydra, os heróis começam o filme invadindo a base da Hydra para resgatar o Cetro de Loki (personagem este, que está em Asgard), que contém uma das Jóias do Infinito. Após o resgate, Tony Stark se sente impotente perante as ameaças à paz mundial e cria um sistema de Inteligência Artificial muito mais avançado do que seu Jarvis para garantir que o mundo não precise mais dos Vingadores, daí que acidentalmente acaba criando o robô Ultron, que defende que a única forma de haver paz mundial é acabando com a humanidade, se volta contra seu criador e “rouba” as informações dos computadores dos Vingadores, se tornando uma fonte inesgotável de conhecimento e poder. Nesse meio tempo e na mesma base da Hydra, temos dois irmãos gêmeos criados por manipulação genética, os Inumanos Pietro e Wanda Maximoff, (que apareceram na cena pós-créditos de ‘Capitão América 2’ como “milagres”) mas logo escapam, se voltando contra os Vingadores, mas descobrem quem é o verdadeiro malvado...

            Pietro Maximoff, ou Mércúrio tem o poder da velocidade e Wanda, que depois será a Feiticeira Escarlate tem o poder da manipulação mental e da telecinese (e quando ela manipula a mente dos heróis é o ápice do filme, bem quando ela manipula o Hulk para se voltar contra o Homem de Ferro em uma luta espetacular) e vale ressaltar que nas HQs os dois são filhos do Magneto, porém, por razões de contrato entre a Disney e a Fox, a origem deles foi alterada e não ficou ruim, embora o Mercúrio de ‘X-Men: Dias de um Futuro Esquecido’ esteja mais bem desenvolvido, muito por culpa das limitações de Aaron Taylor-Johnson como ator (embora aqui não comprometa).

            Já a Feiticeira Escarlate, vivida pela irresistível Elizabeth Olsen é sim, uma personagem muito bem desenvolvida, com um grande arco dentro da história e servindo de problema, tanto para os heróis como para o vilão. E Elizabeth ainda será das grandes de Hollywood.

            Fomos apresentados, também, ao Ulisses Klaw, papel de Andy Serkis, que nos quadrinhos é o grande vilão do Pantera Negra (o herói terá filme próprio em 2018) e sua participação funcionou mais como easter egg para preparar o público para os próximos filmes, mas foi uma ponta importantíssima, considerando que nesse arco o vilão Ultron roubou seus ‘Adamantuins’, para fortalecer seu corpo.

            E por falar em Ultron, era difícil para o público imaginar um vilão que parecesse ameaçador perante o grupo dos Vingadores e enquanto o poderoso Thanos está ocupado com seus Guardiões da Galáxia, Ultron, que é a criação de Tony Stark, logo se torna uma ameaça real e um inimigo a ser combatido. Tem muito mérito da computação gráfica de ser design, obviamente, que criou um personagem 100% digital sem parecer artificial demais, mas o crédito maior é do grande ator que o interpreta: James Spader, que por décadas foi motivo de piada em Hollywood, se viu em papéis pequenos e sem expressão após ser uma grande revelação em ‘Sexo, Mentiras e Videotape’ de um distante 1989, só viu sua sorte e carreira sorrir em 2013, quando foi chamado para o papel principal como o anti-herói na série ‘The Blacklist’. Na série, seu papel não é só espetacular e dos melhores da TV atual, mas é puro deleite ver o que esse grande ator poderia fazer ao longo desses anos e não o pôde pela burocracia da indústria e também pela falta de um agente melhor. E este ano de 2015 ele foi indicado como Melhor Ator Dramático pela série, mas acabou perdendo para Kevin Spacey por ‘House of Cards’.

            E o que torna seu Ultron ainda mais especial é quando sabemos que para a voz do vilão, não foram usados truques de computador ou tratamento para a voz sair maior: foi a voz de forma limpa de James Spader. E agora passados 26 anos, ele tem tudo para voltar a ter uma carreira consolidada.

            Outro grande personagem novo é o esperado Visão. Nas HQs, ele é um robô movido por inteligência artificial construído por Ultron, mas, como dessas ironias da vida, a criação se volta contra seu mestre e o Visão vai para o lado dos Vingadores.

            Aqui no filme, quem cria o Visão é o próprio Tony Stark, que, após frustrado por causa do Ultron, ele cria uma nova inteligência artificial, desta vez, usando a mesma tecnologia que usou para criar seu Jarvis, tanto que o ator que o interpreta, que é Paul Bettany, (e o faz muito bem!) é o mesmo dublador do Jarvis.

            Há uma piada com o Thor, logo no início, que parece arrastada de início, mas só a compreendemos quando o Visão aparece.

            Nos quadrinhos ele se casa com a Feiticeira Escarlate, se o cinema irá seguir à risca, é outra história, mas se contarmos que temos atores tão legais como Paul Bettany e Elizabeth Olsen, a química pode ser boa.

            E quanto a tudo que já havia de estabelecido e consolidado dentro desse Universo Marvel, sejam os 6 heróis do primeiro filme, a Shield e tudo mais, era muita ilusão dos fãs pensarem que seria mais do mesmo ou que tudo seria lindo e maravilhoso como mostrado no primeiro filme, pois praticamente todos esses heróis tem agora que lidar com suas dores pessoais e reflexões sobre o que fazer na Terra. Pode ser o início da Guerra Civil, já anunciada para 2016, pode ser a Marvel querendo explorar mais mundos ou explorar mais aquilo que já é estabelecido ou, principalmente, uma questão financeira, já que Elizabeth Olsen é uma atriz muito mais barata do que o cachê milionário do Robert Downey Jr., por exemplo.

            Mesmo com as suas séries de TV ligadas com o Universo dos Vingadores, não há uma grande estrela e o estúdio pode usar e abusar desses atores de forma livre e ainda manter a qualidade (a aparição de Peggy Carter é tão rápida quanto espetacular).

            As ligações com a série Agents of Shield são inevitáveis, considerando que essa agência foi corrompida, que embora tenha um grandioso arco por aqui, está melhor explicada e explorada na série. E até Agent Carter, que se passa no passado, também há referências, e não devemos nos esquecer de que Peggy Carter é uma das criadoras da Shield, junto com Howard Stark (pai de Tony) e, já especulando aqui, considerando que o próximo filme da Marvel, que é o Homem-Formiga (previsto para estrear nas férias de Julho) também terá link com o passado, com Hank Pym, podemos esperar algo intercalado por aí.

            A Marvel está fazendo o que os quadrinhos já fazem há décadas, que é juntar tudo o que se faz em um único universo. E é o que Star Wars também está fazendo, com os novos filmes, livros e HQs. E vejam só, também é um produto da Disney, que também tem a Pixar e todos seus filmes em live-action e fez um anúncio recente dos próximos filmes, juntando todos os universos.

            Alguém aí duvida que essa empresa ainda queira a dominação mundial?

Nota: 10,0

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