domingo, 29 de julho de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises)

Direção: Christopher Nolan

Ano de produção: 2012

Com: Christian Bale, Tom Hardy, Anne Hathaway, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Gary Oldman, Michael Caine, Morgan Freeman, Matthew Modine, Cillian Murphy

Gênero: Ação

Classificação Etária: 14 Anos

Nota: 10



            É uma grande pena e lamentação mesmo, o fato desta nova trilogia do Batman ser marcada por tragédias. Em 2008, meses antes do lançamento de “O Cavaleiro das Trevas”, o ator Heath Ledger, que fez magistralmente o vilão Coringa, morreu por uma overdose. O diretor Christopher Nolan teve muito trabalho para a distribuição do filme, em desviar a atenção do público da tragédia para o filme em si. E conseguiu. O filme foi um sucesso absoluto de público e crítica. Faturou mais de 1 bilhão nas bilheterias mundiais. Heath Ledger foi mais lembrado sim, mas de forma positiva. A atenção não estava mais em sua morte, mas em seu papel como Coringa. Todo mundo elogiou. Foi a melhor atuação dele. Foi uma grande pena assistir ao filme e saber que nunca mais o veria novamente. Foi impressionante ver, aos 28 anos que um ator conseguia fazer tudo aquilo. Na minha opinião, ele estava fadado a ser um dos grandes atores da história. Seu personagem como cowboy gay em “O Segredo de Brokeback Mountain” foi algo totalmente espetacular, só para citar um exemplo. No ano início do ano seguinte ele foi lembrado com mais efusão, pois era o período das premiações e já em Janeiro de 2009, ele faturou o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante e no mês seguinte, levou o Oscar póstumo, algo que não acontecia na história da Academia desde 1977, quando Peter Finch ganhou o Oscar de Melhor Ator pelo arrebatador “Rede de Intrigas”, sendo que ele morreu dias antes do lançamento do filme.

            E agora, com a continuação, “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, na semana de estreia nos Estados Unidos, um atirador invade um cinema e atira em todo mundo que estava lá. Como se sabe, a história terminou em tragédia, em que 12 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas, incluindo uma mulher que teve que sofrer aborto espontâneo. Foi uma grande pena mesmo e se lamenta pelas vidas e pelo fato de que, ao contrário do que se imagina, os cinemas não têm segurança, e aqui no Brasil, como a grande maioria das salas se encontra dentro de shoppings centers, tanto os centros de lojas quanto os cinemas, não possuem segurança nenhuma para os consumidores, que pagam um alto preço pelos ingressos e pelos produtos, mas ficam totalmente vulneráveis pela falta de competência de algumas instituições.

            E mais uma vez, o diretor Christopher Nolan estava com uma bomba nas mãos para a divulgação do filme. E mais uma vez conseguiu desviar a atenção do público para o filme.

            Batman – O Cavaleiro das Trevas Reesurge é, até o momento, o filme mais aguardado de 2012 (a não ser, talvez, quando estrear “O Hobbit”, no fim do ano) e, apesar de já ter lido elogios exagerados da crítica mundial para a terceira parte do homem-morcego, eu confesso que não estava lá animado para ver essa terceira parte. Há sempre uma desconfiança quando se tem um filme bom demais e ele recebe uma continuação. Depois de ver “O Cavaleiro das Trevas”, em 2008, eu achava que Christopher Nolan não tinha mais força para realizar uma obra rica visualmente e com um roteiro inteligente. Ou pior, depois de deixar a plateia em estado de choque com aquele que foi um dos melhores (para muitos, o melhor) vilões da história, seria difícil imaginar um vilão à altura do homem-morcego ou da exigência dos fãs.

            Mas, ao assistir “Batman – O cavaleiro das trevas ressurge”, que surpresa agradável. Que filme arrebatador! Não perde em nada ao filme anterior. É até melhor em muitos aspectos. Primeiro que é um filme grandioso. São mais de duas horas e meia de projeção. E não cansa. Sua longa duração é só mais um aliado para o que Chris Nolan queria mostrar. Com os milhões arrecadados em “Cavaleiro das Trevas” e “A Origem”, ele teve liberdade total para realizar o filme como quis. Por se tratar de uma super produção, foi inevitável algumas exigências do estúdio, mas vendo o roteiro inteligente e político, fica claro que estamos falando de um filme de autor, algo raro nos dias de hoje e o resultado é simplesmente devastador.

            A história se passa 8 anos após os acontecimentos do filme anterior. Depois do Batman ter aniquilado o vilão Coringa, ele fica sumido de Gothan City, pois é tratado por todos os cidadãos como o responsável pela morte de Harvey Dent, que, é tratado como herói por seus trabalhos quando era prefeito no combate ao crime. Há até uma lei em seu nome, que é implacável com os bandidos. E nisso, Gothan fica com um aparente clima de paz. Nesse meio tempo, ninguém mais viu Bruce Wayne, a não ser seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine). Quando ele decide aparecer em público, porém, ele está arruinado. Seus dias de glória eram coisa do passado. A cidade não precisa mais do Batman, que passa a ser foragido pela polícia. Sua empresa não está mais valiosa como antigamente, que, inclusive, a presidência da empresa fica ameaçada pela milionária Miranda Tate (vivida pela sempre ótima e bela, Marion Cotillard). Para piorar, a cidade começa a ser ameaçada por um mercenário muito mais forte e inteligente do que o Batman, o incrível Bane (vivido por Tom Hardy, irreconhecível com uma máscara), que quer provocar anarquia, caos, e está sempre a um passo à frente do homem-morcego e de todos à sua volta. Ainda temos a história do policial John Blake (Joseph Gordon-Levitt), que é sempre bem intencionado e é fã do Batman, que aliás, sua história se confunde com a do nosso herói pelo fato de Blake também ter sido órfão. E para fechar, temos a história da charmosa ladra Selina Kyle (papel de Anne Hathaway – ótima no papel como sempre), que é muito rápida e usa seu charme para conseguir o que quer. Ela sempre está à frente dos próprios bandidos e usa técnicas como usar as impressões digitais dos outros para nunca ficar com a culpa. E sequência, logo no início, em que ela faz com que um bandido coloque, acidentalmente, suas digitais no celular de um policial morto, é simplesmente de roer a unha.

            Neste filme, Chris Nolan foi na contramão de quase todas as super produções: enquanto todo mundo corre e abraça a nova tecnologia 3D, Nolan preferiu filmar no formato Imax. Ele preferiu usar a grandiosidade de sua obra sem que tudo seja jogado na tela para a plateia, para que todos pudessem ver seu filme em uma tela gigante. Recomendo, aliás, que vejam na maior tela que conseguirem. Depois de “A Origem”, de 2010, é impressionante como Nolan não perde a capacidade criativa e de impressionar o espectador. E para esse espetáculo, Chris conseguiu reunir um elenco (e que elenco!) tão grandioso quanto suas cenas.

            Bale está sempre ótimo como o homem-morcego. Enquanto nos filmes anteriores víamos o Wayne sempre grandioso, milionário e cheio de pose, aqui vemos um homem pobre, sem perspectiva de futuro e que vai até preso. Em uma das sequências, ele apanha até quase morrer do vilão Bane e vai parar numa prisão conhecida como “inferno”, que apesar de ser de uma dificuldade inexpugnável de saída, houve a lenda de um garoto, há muito tempo atrás, de uma menina ter saído de lá, algo que incentiva o nosso herói a escapar também. Na maior parte do filme, aliás, Batman nem aparece como tal. Afinal, a polícia toda está atrás dele. Em uma sequência devastadora, ele escapa de toda a polícia de Gothan em seu novo Batmóvel.

            John Blake, que, de início é apenas um coadjuvante, tem um personagem mais interessante do que demonstra ser. Ele é cheio de boas intenções e, em parte, é anarquista e prefere seguir sua consciência a seguir ordens.

            Gary Oldman, como o Comissário Gordon e Michael Caine, como Alfred, sempre ótimos, e Marion Cotillard, como uma milionária aparentemente cheia de boas intenções, acredita no desenvolvimento sustentável. Ela acredita que é possível uma cidade crescer usando energias limpas. Isso a faz assumir a presidência das empresas de Bruce Wayne, mas também atrai o vilão Bane, que a obriga a retirar os reatores de um equipamento nuclear para gerar uma bomba atômica, e assim, provocar o caos em Gothan. A personagem de Miranda Tate tem um desfecho, no mínimo, interessante. Mas e o vilão Bane? Está simplesmente ameaçador e devastador. Apesar de ele não ser muito famoso nos quadrinhos, ele é mais inteligente, esperto e forte do que o homem-morcego, consegue atrair todos os policiais da cidade para sua armadilha e os aprisiona dentro de uma tubulação de esgoto (na melhor sequência do filme), deixando, assim, Gothan livre para fazer o que bem entende. Em uma das entrevistas coletivas, o ator Tom Hardy havia dito que estava muito nervoso para o papel pois considerava que o Coringa era o vilão definitivo e, por tanto, insubstituível. Mas vê-lo em tela é uma experiência daquelas únicas do cinema.

            Outro personagem interessantíssimo é o de Selina Kyle, que depois se transforma na mulher-gato. Em momento nenhum, Anne Hathaway nos deixa com saudades de Michelle Pfeifer, que foi a mulher-gato em “Batman – O Retorno”. Depois do vexame que foi ver Halle Berry no insuportável filme da felina em 2004, o papel por aqui não poderia estar em mãos melhores. Seu jeito ousado, carismática e até inocente se encaixa como uma luva para o papel. E apesar de ela ser ladra e incrivelmente rápida, não ela não é vilã. Vendo esse papel, vemos o porquê de Hathaway ser uma atriz que anda melhor a cada filme.

            Com um vasto elenco, cenas de ação espetaculares e um roteiro inteligentíssimo, ficamos muito otimistas com o futuro do cinema. As superproduções podem e devem ter uma história boa, pois é assim que o cinema cresce e esse tipo de filme gera mais fãs, não só dos apaixonados por ação, mas até dos mais alternativos. E Christopher Nolan sabe muito bem fazer isso.


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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Missão Madrinha de Casamento

Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids)
Direção: Paul Feig
Ano de produção: 2011
Com: Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa Mccarthy.
Gênero: Comédia
Classificação Etária: 14 Anos
Nota: 8,5

“Missão Madrinha de Casamento” foi a grande sensação do ano passado nas bilheterias mundiais. Chegou do nada, não tem um elenco nem diretor conhecido do grande público, mas foi ganhando espaço com o boca-a-boca e com os elogios que recebeu. Ganhou status de grande, quando foi indicado ao Globo de Ouro deste ano para Melhor Filme de Comédia/Musical e de Melhor Atriz de Comédia/Musical para Kristen Wiig e com as indicações ao Oscar deste ano, para Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz Coadjuvante para Melissa McCarthy. Depois de ter lido muitos elogios, fui assistir a “Missão Madrinha de Casamento” com expectativas de um grande filme. E o resultado não decepciona, é muito acima da média e é uma delícia de se ver.

Esta é a história de duas amigas inseparáveis, Annie (Kristen Wiig) e Lilian (Maya Rudolph). As duas são como unha e carne, até que Lilian anuncia que irá se casar e convida Annie para ser sua madrinha. Ela aceita na hora, mas, logo na primeira festa entre as amigas, Lilian anuncia que Helen (Rose Byrne) será a organizadora da festa. Mas Helen é muito bonita, rica e carismática e não demora muito para a amizade entre Annie e Lilian azedar. Annie acha que foi trocada pela Helen como amiga, tudo começa a dar errado, ela vai se afastando da sua missão como madrinha, e conseqüentemente, se afastando de sua então melhor amiga. Ela trabalha como vendedora de loja de jóias, mas não tem competência para isso por ser honesta demais com os clientes. Annie começa a ter um pequeno caso com um policial, pela qual o conhece em uma situação bizarra de ela não ter luz de freio em seu carro. Mas conforme Helen vai se aproximando da vida de Lilian e se tornando, enfim, sua melhor amiga, tudo no mundo de Annie vai se desmoronando: ela perde o emprego, a casa que compartilhava com seus irmãos, vai perdendo seu affair com o policial e começa a enlouquecer e vai, aos poucos, chegando ao fundo do poço.

“Missão Madrinha de Casamento” é um retrato cômico e bizarro da mulher moderna. Houve comparações com “Sex and the City”, mas aqui não são solteironas querendo sexo, sexo e sexo. Aqui, é um grupo de mulheres maduras que têm desejos, querem um futuro promissor e sim, falar de sexo sem culpa, mas, assim como todos nós, lá no fundo, só pensam em um amor lindo e puro. Todas têm um certo retrato com o mundo real: Annie é um delicioso perfil de uma mulher que quer ser aceita e que, por vaidade, jamais pede ajuda e não aceita “perder” sua melhor amiga, e por conta disso, insegura. Lilian, que de início só pensa em sexo, com o anúncio do casamento só quer uma festa bonita e faz de tudo para agradar aos outros. Helen é o retrato de uma mulher poderosa, segura de si, muito carismático, é aquela pessoa que todos se encantam e é muito perfeccionista. E a personagem de McCarthy (indicada para Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel) é a figura, em minha opinião, caricata demais e até preconceituosa de uma mulher que, por não ser esteticamente perfeita (ela é gordinha), tem que ser engraçada e falar mais alto para conseguir alguma coisa. É dela os piores momentos do filme. Não por culpa dela, que é uma boa atriz, mas pelo roteiro ingrato que lhe foi concedido. Houve comparações, também, com “Se beber, não case”, como uma versão feminina do filme de 2009. Em parte, as conversas das garotas são muito parecidas mesmo, mas foi uma comparação infeliz que os críticos fizeram.

Uma das razões para o sucesso de “Missão Madrinha de Casamento” foi o elenco muito simpático e desconhecido. Kristen Wiig, mais conhecida como dubladora de filmes de animação, como “A Era do Gelo 3” e “Meu Malvado Favorito”, que é uma graça, Maya Rudolph, que trabalha como supervisora musical também pode ser vista em “Solteiros com filhos” e Rose Byrne, essa australiana, que vive  a Moira Mactaggert de “X-Men: Primeira Classe”. Acreditem, uma das três (espero que todas) serão grandes um dia.

O produtor, Judd Apatow, é o diretor de “Ligeiramente Grávidos” e roteirista de “Superbad – É Hoje”, mostra que não perdeu a acidez de seu humor.

E esse filme também resgata o prazer de se ver um filme sobre casamentos, uma tradição sumida de Hollywood desde “Casamento Grego”, de 2002.

Não dá para dizer que “Missão Madrinha de Casamento” seja um programa familiar, mas deve ser visto, nem que seja pela curiosidade de um sucesso boca-a-boca.


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Valente

Valente (Brave)
Direção: Mark Andrews & Brenda Chapman
Ano de produção: 2012
Com: Kelly MacDonald, Billy Connolly, Emma Thompson, Julie Walters.
Gênero: Animação
Classificação Etária: LIVRE
Nota: 9


            Se eu fosse criança nos dias de hoje, eu não queria pedir de presente um brinquedo novo ou um videogame, eu pediria: quero trabalhar na Pixar. É impressionante a capacidade técnica e criativa desta empresa que mudou e inovou a cara da animação mundial. Dá até para fazer um antes e depois do mundo dos desenhos para o cinema. Desde seu primeiro longa-metragem, “Toy Story”, em 1995, a Pixar anda melhor a cada filme, chegando à perfeição em 2008, com a obra-prima “Wall-E” e com apenas um escorregão feio, no ano passado com o supérfluo “Carros 2”. Mas, assistindo a “Valente”, porém, vemos que o filme anterior foi apenas um hiato. Outra vantagem foi que desta vez, temos um filme novo, algo que não acontecia desde “UP – Altas Aventuras”, não uma continuação, embora “Toy Story 3” tivesse sido excepcional.

            “Valente” retoma uma tradição que estava sumida nos últimos filmes da Pixar: introduzir o filme com um curta-metragem. A bola da vez foi “La Luna”, um belo trabalho sobre um garoto que vai trabalhar pela primeira vez com seu pai e seu avô em um barco de madeira, quando se depara com um planeta coberto de estrelas.

            Retomando ao filme, “Valente” conta a história de Merida, uma princesa muito idealista, corajosa e, em parte, rebelde. No início do filme, ela é apenas uma menina, brincando de esconde-esconde com seus pais, Fergus e Elinor. Conforme ela vai crescendo, ela é instruída por sua mãe a ser uma princesa de fato, começa a ensinar a postura, o jeito de falar e sentar de como uma verdadeira princesa deve ser. Porém, Merida não aceita respeitar as regras da corte, luta por seus ideais e quer seguir seu próprio rumo de sua vida. Na escolha de seu pretendente a príncipe, por exemplo, ela não gosta de nenhum e não aceita que seu casamento seja arranjado. Obviamente, a escolha do futuro marido foi um desastre. Depois de uma discussão com sua mãe, Merida foge de casa e se depara com as luzes azuis. Mas o que são essas luzes? Segundo a tradição, elas definem o destino de uma pessoa. Seguir essas luzes levam a pessoa a seu destino. E foi numa dessas que Merida se depara com a casa de uma feiticeira. Com sua vida conturbada, ela faz um pedido. Mas qual pedido era? Infelizmente não vou contar. Só posso dizer que, a partir daí, o filme muda sua cara radicalmente. O que era um passeio agradável e delicioso agora é um pesadelo na vida de todas as personagens. Principalmente para a nossa protagonista. O que antes era uma questão de honra ou de ideologia se torna uma desesperada corrida contra o tempo para reparar em seu erro. E o que era tratado com muito humor agora é um grande drama.

            Apesar dessa mudança radical no contexto do filme, em nenhum momento ele perde a linha ou, como em muitos casos, entra num tom melancólico ou com lições de moral com pieguismos. Nunca perde a graça e o ritmo, mesmo nos momentos mais sérios. “Valente” nos mostra, também, pela primeira vez na história da Pixar, uma mulher como protagonista. Com todo o crescimento feminino no mundo real e profissional, já passava da hora de virmos uma moça como personagem principal da Pixar, que já teve brinquedos, rato, robô e até carros como protagonistas, por que não, agora uma dama. Mas esta uma dama especial. Sem ser uma mocinha indefesa, como vemos em muitas animações, ou sem erotizar demais a personagem, temos uma garota que facilmente poderá se identificar com muitas da vida real: não se curva ao que lhe é imposto, encara a tudo e a todos e não tem medo de cara feia. E o resultado não poderia ser melhor. Desde já, Merida surge como uma figura candidata à clássica da Disney para os próximos anos, aliás, “Valente” já surge também como um possível favorito ao Oscar de 2013 na categoria de Melhor Filme de Animação, e não se espante com uma indicação para Melhor Filme.

            A direção de Mark Andrews & Brenda Capman está competente, uma bela recriação de época, o uso do 3D está na medida certa, sem cores ou efeitos extravagantes e sem as idéias ridículas de, por exemplo, jogar objetos para a platéia e optando por uma direção de arte mais convencional bem diferente das cores e cenários berrantes que vimos em “Carros 2”. A produção é de um dos criadores da Pixar, John Lasseter e de Andrew Stanton, mais famoso por dirigir a franquia “As Crônicas de Nárnia”, mas, se sai bem melhor no universo das animações, com “Procurando Nemo” & “Wall-E”. E logo que se iniciam os créditos finais, tem uma singela homenagem a um dos sócios da Pixar: o fundador da Apple, Steve Jobs.

            Apesar de não ser um filme perfeito e em uma ou outra cena tudo parecer enxuto demais, “Valente” já se figura entre as grandes animações da década e... Melhor Animação do Ano? Pelo menos, até agora, com “Madagascar 3” e “A Era do Gelo 4”, “Valente” tem 5 corpos à frente dos concorrentes.


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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu Odeio o Dia dos Namorados

Eu Odeio o dia dos namorados (I Hate Valentine´s Day)
Direção: Nia Vardalos
Ano de produção: 2009
Com: Nia Vardalos, John Corbett, Zoe Kazan.
Gênero: Comédia Romântica
Classificação Etária: 12 Anos
Nota: 7,0


Todos nós, amantes de cinema, ás vezes somos exigentes demais e sedentos por um bom roteiro. Olhamos tanto para esse aspecto que nos esquecemos de outras qualidades que um filme pode ter, ou alguma outra sacada que o marca na história para sempre.

Quando “Eu Odeio o Dia dos Namorados” estreou, em maio de 2009, toda a crítica, mas é TODA mesmo recebeu o filme a pedradas. Disse que era oportunista, ou meloso demais, uma cópia de “Casamento Grego”, além de outros “elogios”. Em um jornal de grande circulação aqui em São Paulo, o crítico disse que “não dá para comparar esse filme medonho a, por exemplo, “Harry & Sally”, de 1989”. Óbvio que não dá para comparar, afinal, para muitos (inclusive para este que vos fala), “Harry & Sally” é a melhor comédia romântica da história, pela linguagem inovadora e por trazer uma nova visão para desfechos pessimistas.

O que muitos deveriam enxergar é que em alguns momentos o cinema precisa as novas gerações conheçam certas tradições e laços que não podem ser quebrados, como aquele filme típico de final de ano ou aquela comédia familiar de “sessão da tarde”. No caso das comédias românticas, isso não é diferente. É preciso que de vez em quando se lance algum filme para se ver a dois, que dá para se falar de relacionamentos e que, no final das contas, o amor sempre prevaleça. É aí que entra “Eu Odeio o dia dos namorados”, uma simpática e despretensiosa comédia romântica que tem tudo o que o gênero precisa. O roteiro já pode ser batido e convencional, mas vale como um programa em casal em uma tarde de domingo.

“Eu Odeio o dia dos namorados” conta a história de Genevieve (Nia Vardalos, que é uma graça), uma florista que adora qualquer coisa relacionada ao dia dos namorados, afinal, é a época em que ela fatura mais, porém, não tem namorado e não acredita em relacionamentos. Para isso, ela segue uma receita que acredita ser infalível: acha que todos nós temos apenas 5 encontros com uma pessoa, depois, cada um vai para o seu lado, isso faz ela se tornar uma conselheira amorosa, porém, aconselha suas amigas a não seguir um caso firme. É uma mistura de Will Smith em “Hitch – Conselheiro Amoroso” & George Clooney em “Amor Sem Escalas”. Daí ela conhece o charmoso Greg (John Corbett), que a chama para sair e usa seu “método” na prática. Porém, depois do 5º encontro, ela decide terminar. Para a surpresa dela, porém, John se apaixona de verdade, fazendo Genevieve se deparar com seu dilema ou até, medo de se relacionar.

A graça deste filme é que tudo é levado de forma descontraída, sem fazer julgamentos e, em momento nenhum, cair no pieguismo. Não deve ser levado a sério como um filme de auto-ajuda (sim, tenho muitos amigos e amigas que levam as comédias românticas americanas para seus devidos romances) e tem momentos interessantes, como a serenata de amor (isso é que eu chamo de resgatar valores) e o karaokê do casal.

Mas, por qual motivo muita gente comparou esse aqui com “Casamento Grego” de 2002? Porque tem o mesmo casal principal do filme de 2002, que, diga-se de passagem, a química dos dois é o maior trunfo por aqui. Nia se diverte como uma garota desencaminhada e ele é o típico retrato de homem apaixonado e indeterminado e até Zoe Kazan, como a tímida e carente Tammy Green rouba a cena em seus momentos mais, digamos sentimentais.

Em se tratando de seu primeiro filme como diretora, até que Nia Vardalos não fez feio. Apesar do excesso de clichês e caras e bocas de sua personagem. Foi como aquele aluno que passa com uma nota 7 na escola, mas que o professor não vai lembrar da cara. Aliás, “Eu Odeio o dia dos namorados” possui essa característica mesmo: não faz feio mas é aquele filme que, no dia seguinte, a gente não se lembra.


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domingo, 8 de julho de 2012

Atração Fatal


Atração Fatal (Fatal Attraction)

Direção: Adrian Lyne

Ano de produção: 1987

Com: Michael Douglas, Glenn Close, Anne Archer.

Gênero: Suspense

Classificação Etária: 16 anos

Nota: 8,5



            Em 1987, o diretor Adrian Lyne chocou a sociedade americana e mundial com um thriller quase erótico que mexeu na ferida do American Way Of Life. Estamos falando de “Atração Fatal”, um filme foi feito para ser pequeno, mas com um boca-a-boca popular, um diretor vindo de um grande sucesso, que foi Flashdance, e um ótimo  elenco, com Michael Douglas e Glenn Close. Ele, que no mesmo ano estrelou o filme que lhe daria seu único Oscar de Melhor Ator, que foi “Wall Street – Poder e Cobiça”, e ela, no melhor momento de sua carreira (tá bom, um dos dois melhores, fazendo páreo ali com “Ligações Perigosas”), o filme foi crescendo, tanto que despertou o interesse dos acadêmicos com 4 indicações ao Globo de Ouro, incluindo de Melhor Filme e 6 Indicações ao Oscar de 1988: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. Mas a verdade é que “Atração Fatal” é um daqueles casos que despertam todos os sentimentos possíveis no espectador: raiva, tensão, libido, mas jamais indiferença.

            “Atração Fatal” é a história de um homem de família chamado Dan (Michael Douglas), um advogado bonito, bem-sucedido, tem uma filha adorável e uma esposa dedicada, vivida por Anne Archer. Ou seja, é o típico de família que retrata o sonho americano. Quando esta esposa e a filha vão passar um final de semana em um sítio da família, Dan se envolve com a provocante Alex (vivida por uma Glenn Close bem diferente do que estamos acostumados a ver) e vivem um fim de semana baseado em sexo, muito sexo, que para Dan, seria apenas “diversão”. Quando a família volta, para Dan tudo voltaria ao normal: sua profissão voltaria a decolar, a amante iria para seu lado e ele voltaria para a esposa. Mas Alex começa a se tornar um inferno. Ela começa a telefonar constantemente para Dan. A toda hora. Dan começa a ignorá-la, mas Alex se torna mais obsessiva a cada dia. Mas o pior ainda estaria por vir: Alex revela que está grávida de Dan. Para ela, é a chance de ficar mais perto dele. Para ele, isso se torna um pesadelo a cada dia. Qual o desfecho de tudo isso é que é o grande mistério.

            Bem, o filme foi um grande sucesso de público e crítica. Serviu muito para fazer a carreira de Michael Douglas e da Glenn Close decolarem e colocou de vez o nome de Adrian Lyne na lista dos grandes diretores, embora isso, na minha opinião, tenha sido um exagero. Afinal, Adrian Lyne nunca mais fez um filme como “Atração Fatal”. Ele se tornou famoso sim, mas por ser um diretor de thrillers eróticos que eram de qualidade duvidosa, como “Invasão de Privacidade”, em 1993, com Demi Moore, e o insuportável “Lolita”, que foi remake do filme de Stanley Kubrick, em 1997. É até perdoável dizer que “Atração Fatal” foi um golpe de sorte na carreira de Lyne. Na verdade, por melhor que este filme seja, é a direção amadorística que torna “Atração Fatal” quase esquecível. Há momentos memoráveis (os 15 minutos finais são para entrar para a história do cinema, pela tensão e a angústia pelo desfecho) e a famosa cena do “coelho cozinhado”, mas ficou aquela sensação de que o diretor poderia ter ido mais longe. Por mais que tenha sido um alerta ao sonho americano, o diretor ficou com um pouco de receio de ousar mais, colocar mais ironia, mais tensão, e até um clima mais sensual. Sim, apesar da maciça propaganda, as cenas de sexo ficam limitadas a apenas ao momento de Dan & Alex juntos. Conforme seus filmes foram passando, Lyne injetou mais e mais sexo (alguém se lembrou de “Invasão de Privacidade”?), tem muito sexo e nudez. Foi classificado, na época do lançamento, para maiores de 18 anos e quando passou na TV Globo, em 1996, a emissora cortou mais da metade do filme. E “Atração Fatal” poderia ter entrado para a galeria dos filmes do gênero da época, como “9 semanas e meia de amor”, do próprio Lyne e “Corpos Ardentes”, de 1984.

            O personagem de Michael Douglas é um ótimo exemplo de homem desesperado, amante inseguro e marido camuflado. Infelizmente, este papel se tornou uma piada de mal gosto em Hollywood. Afinal, ele quase repete este papel em outros thrillers de sucesso, como “Instinto Selvagem”, em 1992 e “Assédio Sexual”, em 1994. E a personagem de Glenn Close se diverte no papel de mulher infeliz e amante vingativa. Não é a toa que ela se tornou um modelo, nos anos seguintes, de uma mulher que não leva desaforo para casa. Ela é lembrada constantemente em filmes que têm o feminismo como pano de fundo. “O Diário de Bridget Jones” e “Como Perder um Homem em 10 Dias” são exemplos de uma personagem que ficou para sempre na história.

            Apesar da direção amadora de Lyne, não há nada, nem mesmo ele, que anule o impacto que “Atração Fatal” ainda provoca.


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quinta-feira, 5 de julho de 2012

O Espetacular Homem-Aranha

O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)

Direção: Marc Webb

Ano de produção: 2012

Com: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Denis Leary, Sally Field, Martin Sheen, Campbell Scott, Embeth Davidtz.

Gênero: Aventura

Classificação Etária: Livre

Nota: 8,5


Depois de “Homem-Aranha 3” em 2007, a Sony chegaram a cogitar o fim da história do nosso herói aracnídeo. Era o fim mesmo da saga do herói mais famoso da Marvel nos cinemas. A trilogia foi um sucesso arrasador de público e crítica. Seus 3 filmes foram o mais visto dos anos de 2002, 2004 e 2007, respectivamente nos cinemas mundiais. Mas será que, conhecendo a indústria cinematográfica como conhecemos, alguém acreditou mesmo que nunca mais teria um filme novo sobre o homem-aranha? De lá para cá, a indústria logo se mexeu e nos trouxe a conhecer as bem-sucedidas franquias do “Homem de Ferro”, “Capitão América”, “Thor”, “Os Vingadores” e por que não citar os frenéticos caldeirões pop que foram “Kiss Ass – Quebrando Tudo” e “Scott Pilgrim – Contra o mundo”. Mas não demorou muito para finalmente, em 2010, ser anunciado que o homem-aranha estaria de volta aos cinemas do mundo todo. Mas este não seria um “Homem-Aranha 4” ou qualquer picaretagem quando se trata de continuações, mas foi uma reinvenção da saga do herói. Uma história que se passaria ainda antes do primeiro filme. E para a direção, foi escolhido um diretor teoricamente novo, o norte-americano Marc Webb, do sensacional “(500) dias com ela”. E no papel do aranha, o escolhido foi o Andrew Garfield, que ganhou notoriedade depois de seu papel como Eduardo Saverin em “A Rede Social”. Mas e a mocinha? Depois de se perder em filmes sem expressão, Emma Stone teve a chance de sua carreira ao ser escolhida para o papel de Gwen Stacy por aqui. Nenhum desses 3 nomes tinham experiência em filmes arrasa-quarteirão. E ainda tem um elenco de coadjuvantes desconhecido pelo grande público, como Rhys Ifans (de “Os Piratas do Rock”) e Denis Leary (mais conhecido como dublador de “A Era do Gelo”, na versão americana).

Assistindo, porém, “O Espetacular Homem-Aranha”, podemos dizer que “a missão foi cumprida”. Não se pode falar que superou as expectativas, não dá para compará-lo com, por exemplo, o próprio “Homem-Aranha 2”, mas é muuuuuuuuuuuuuito melhor do que “Homem-Aranha 3”. Quem for assistir não ficará decepcionado, embora também não se sentirá provocado ou surpreendido pelo que verá na telona.

Conforme já dito, a história se passa antes do primeiro filme, na verdade, parte do momento em que Richard & Mary Parker (Campbell Scott & Embeth Davidtz), pais de Peter (Andrew Garfield), deixam-no na casa de seus tios, Ben & May Parker (Martin Sheen & Sally Field). Depois, somos levados para, teoricamente, o início do primeiro filme, ou seja, um Peter na escola, sendo jogado para escanteio pelos colegas e as garotas e gamado por uma garota incrivelmente linda, neste caso, a Gwen Stacy (Emma Stone). Mas por alguma razão, Peter não é aquele “nerd bobão” como vimos no filme de 2002, ele é inteligente, engraçado, chama sua garota para sair e corre atrás de seus ideais. Tanto que ele descobre uma maleta que era de seu pai, que o leva ao laboratório da empresa Oscorp, liderado pelo inteligente dr. Curt Connors (Rhys Ifans), que logo se tornam amigos, mas Peter quer mesmo descobrir o que aconteceu com seus pais. Esse doutor tem uma idéia ousada: tratar das deficiências humanas que hoje parecem impossíveis, mas na verdade, logo saberemos que ele luta por seus próprios ideais, já que ele não tem o braço direito. A forma como esse doutor pretende fazer isso é mais ousada ainda: cruzar espécies diferentes. Um dos exemplos mostrados foi o cruzamento de um camundongo com um lagarto. Foi um sucesso, embora o rato tenha ficado com algumas características de um réptil. E o próximo passo de Curt era testar tudo isso em seres humanos. Em um acaso do destino, Parker acaba em uma sala cheia de aranhas para testes de experimento. Depois que ele é picado por várias, Peter vai ganhando características de um aracnídeo, embora ele ainda seja fisicamente um humano. Nesse meio tempo, por causa de um jogo de interesses, o dr. Curt é obrigado a abandonar todos seus projetos e, conseqüentemente, nunca mais voltar a ter o braço direito. Porém, em um golpe de desespero, Curt injeta uma dose de um de seus experimentos usados em lagartos em seu braço deficiente. O resultado foi imediato. O braço do doutor é regenerado, mas logo ganha contornos sobre-humanos, fica um legítimo lagarto gigante. Nasce o vilão lagarto.

Nesse meio tempo, começa a rolar um clima entre Peter & Gwen, porém, o que pode atrapalhar é o pai de Stacy, o chefe da polícia George Stacy (Denis Leary) que quer a todo custo acabar com o aranha, pois o considera um criminoso. Mas como lidar com o seu amor, o alter-ego, a polícia e ainda um super-vilão? Bem vindos aos novos dilemas do nosso herói.

Esse novo homem-aranha acerta muito bem em trocar o amor platônico e idealizado (o que, em minha opinião, irritava no primeiro filme), em um romance descolado e sem firulas. Como já se esperava, a química entre Garfield & Stone impressiona. Não me lembro de um casal que se combinava com tanta harmonia na tela. E que bom que teremos esse casal na continuação (ou vocês achavam que o estúdio ia deixar apenas este único filme?). Se o filme é descolado e pop, a grande figura disso é o Andrew Garfield, que está bem a vontade no papel e queria mesmo um herói para chamar de seu (alguém sentiu falta de Tobey Maguire?). E o que dizer de Emma Stone? Uma atriz em ascensão e que precisava mesmo de um blockbuster em seu currículo, embora já tenha mostrado sua força dramática em “Histórias Cruzadas”. Aqui, é o casamento perfeito entre mocinha em perigo, garota inteligente e namorada apaixonada. Quem não se comover com o primeiro beijo na sacada do prédio de Stacy pode procurar um hospital.

Mas já que estamos falando de um arrasa-quarteirão, o que dizer do das cenas de ação? Do uso do 3D? Não dá para dizer que são espetaculares, como sugere o título, mas digamos, cumpriram seu papel. Não há essa ou aquela cena de luta que provoque o espectador ou que diferencie dos outros filmes do gênero. Tem boas cenas, é verdade, como a batalha dentro do colégio entre o Aranha e o Lagarto, mas, tudo dentro do convencional. Já o uso do 3D está apenas correto. Não está ruim, mas não o destaca pela sensação ou expectativa de vermos finalmente o herói aracnídeo no formato em terceira dimensão. Na verdade, não há seqüências de ação do prólogo, o uso do 3D é quase supérfluo. E neste “Espetacular Homem Aranha” a maior virtude acaba sendo, possivelmente, o maior defeito: se o filme acerta em um tom mais pop ao lidar com o ego e drama da dupla principal, às vezes, isso incomoda os fãs que esperam as cenas de ação. Em alguns momentos, uma luta, por exemplo, é interrompida por alguma piadinha do protagonista, que nem sempre são engraçadas. E isso interrompe a evolução e edição do filme. Algo que em, “Os Vingadores”, por exemplo, era uma vantagem, unir a comédia e efeitos especiais na mesma proporção. Mas, por aqui, não vinga. Espero mesmo que Marc Webb corrija essas falhas para o próximo filme. Se as estatísticas tiverem corretas, o próximo filme será muito melhor do que este. E não foi assim na trilogia anterior? O segundo superar o primeiro? Ficaremos otimistas.


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