quinta-feira, 5 de julho de 2012

O Espetacular Homem-Aranha

O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man)

Direção: Marc Webb

Ano de produção: 2012

Com: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Denis Leary, Sally Field, Martin Sheen, Campbell Scott, Embeth Davidtz.

Gênero: Aventura

Classificação Etária: Livre

Nota: 8,5


Depois de “Homem-Aranha 3” em 2007, a Sony chegaram a cogitar o fim da história do nosso herói aracnídeo. Era o fim mesmo da saga do herói mais famoso da Marvel nos cinemas. A trilogia foi um sucesso arrasador de público e crítica. Seus 3 filmes foram o mais visto dos anos de 2002, 2004 e 2007, respectivamente nos cinemas mundiais. Mas será que, conhecendo a indústria cinematográfica como conhecemos, alguém acreditou mesmo que nunca mais teria um filme novo sobre o homem-aranha? De lá para cá, a indústria logo se mexeu e nos trouxe a conhecer as bem-sucedidas franquias do “Homem de Ferro”, “Capitão América”, “Thor”, “Os Vingadores” e por que não citar os frenéticos caldeirões pop que foram “Kiss Ass – Quebrando Tudo” e “Scott Pilgrim – Contra o mundo”. Mas não demorou muito para finalmente, em 2010, ser anunciado que o homem-aranha estaria de volta aos cinemas do mundo todo. Mas este não seria um “Homem-Aranha 4” ou qualquer picaretagem quando se trata de continuações, mas foi uma reinvenção da saga do herói. Uma história que se passaria ainda antes do primeiro filme. E para a direção, foi escolhido um diretor teoricamente novo, o norte-americano Marc Webb, do sensacional “(500) dias com ela”. E no papel do aranha, o escolhido foi o Andrew Garfield, que ganhou notoriedade depois de seu papel como Eduardo Saverin em “A Rede Social”. Mas e a mocinha? Depois de se perder em filmes sem expressão, Emma Stone teve a chance de sua carreira ao ser escolhida para o papel de Gwen Stacy por aqui. Nenhum desses 3 nomes tinham experiência em filmes arrasa-quarteirão. E ainda tem um elenco de coadjuvantes desconhecido pelo grande público, como Rhys Ifans (de “Os Piratas do Rock”) e Denis Leary (mais conhecido como dublador de “A Era do Gelo”, na versão americana).

Assistindo, porém, “O Espetacular Homem-Aranha”, podemos dizer que “a missão foi cumprida”. Não se pode falar que superou as expectativas, não dá para compará-lo com, por exemplo, o próprio “Homem-Aranha 2”, mas é muuuuuuuuuuuuuito melhor do que “Homem-Aranha 3”. Quem for assistir não ficará decepcionado, embora também não se sentirá provocado ou surpreendido pelo que verá na telona.

Conforme já dito, a história se passa antes do primeiro filme, na verdade, parte do momento em que Richard & Mary Parker (Campbell Scott & Embeth Davidtz), pais de Peter (Andrew Garfield), deixam-no na casa de seus tios, Ben & May Parker (Martin Sheen & Sally Field). Depois, somos levados para, teoricamente, o início do primeiro filme, ou seja, um Peter na escola, sendo jogado para escanteio pelos colegas e as garotas e gamado por uma garota incrivelmente linda, neste caso, a Gwen Stacy (Emma Stone). Mas por alguma razão, Peter não é aquele “nerd bobão” como vimos no filme de 2002, ele é inteligente, engraçado, chama sua garota para sair e corre atrás de seus ideais. Tanto que ele descobre uma maleta que era de seu pai, que o leva ao laboratório da empresa Oscorp, liderado pelo inteligente dr. Curt Connors (Rhys Ifans), que logo se tornam amigos, mas Peter quer mesmo descobrir o que aconteceu com seus pais. Esse doutor tem uma idéia ousada: tratar das deficiências humanas que hoje parecem impossíveis, mas na verdade, logo saberemos que ele luta por seus próprios ideais, já que ele não tem o braço direito. A forma como esse doutor pretende fazer isso é mais ousada ainda: cruzar espécies diferentes. Um dos exemplos mostrados foi o cruzamento de um camundongo com um lagarto. Foi um sucesso, embora o rato tenha ficado com algumas características de um réptil. E o próximo passo de Curt era testar tudo isso em seres humanos. Em um acaso do destino, Parker acaba em uma sala cheia de aranhas para testes de experimento. Depois que ele é picado por várias, Peter vai ganhando características de um aracnídeo, embora ele ainda seja fisicamente um humano. Nesse meio tempo, por causa de um jogo de interesses, o dr. Curt é obrigado a abandonar todos seus projetos e, conseqüentemente, nunca mais voltar a ter o braço direito. Porém, em um golpe de desespero, Curt injeta uma dose de um de seus experimentos usados em lagartos em seu braço deficiente. O resultado foi imediato. O braço do doutor é regenerado, mas logo ganha contornos sobre-humanos, fica um legítimo lagarto gigante. Nasce o vilão lagarto.

Nesse meio tempo, começa a rolar um clima entre Peter & Gwen, porém, o que pode atrapalhar é o pai de Stacy, o chefe da polícia George Stacy (Denis Leary) que quer a todo custo acabar com o aranha, pois o considera um criminoso. Mas como lidar com o seu amor, o alter-ego, a polícia e ainda um super-vilão? Bem vindos aos novos dilemas do nosso herói.

Esse novo homem-aranha acerta muito bem em trocar o amor platônico e idealizado (o que, em minha opinião, irritava no primeiro filme), em um romance descolado e sem firulas. Como já se esperava, a química entre Garfield & Stone impressiona. Não me lembro de um casal que se combinava com tanta harmonia na tela. E que bom que teremos esse casal na continuação (ou vocês achavam que o estúdio ia deixar apenas este único filme?). Se o filme é descolado e pop, a grande figura disso é o Andrew Garfield, que está bem a vontade no papel e queria mesmo um herói para chamar de seu (alguém sentiu falta de Tobey Maguire?). E o que dizer de Emma Stone? Uma atriz em ascensão e que precisava mesmo de um blockbuster em seu currículo, embora já tenha mostrado sua força dramática em “Histórias Cruzadas”. Aqui, é o casamento perfeito entre mocinha em perigo, garota inteligente e namorada apaixonada. Quem não se comover com o primeiro beijo na sacada do prédio de Stacy pode procurar um hospital.

Mas já que estamos falando de um arrasa-quarteirão, o que dizer do das cenas de ação? Do uso do 3D? Não dá para dizer que são espetaculares, como sugere o título, mas digamos, cumpriram seu papel. Não há essa ou aquela cena de luta que provoque o espectador ou que diferencie dos outros filmes do gênero. Tem boas cenas, é verdade, como a batalha dentro do colégio entre o Aranha e o Lagarto, mas, tudo dentro do convencional. Já o uso do 3D está apenas correto. Não está ruim, mas não o destaca pela sensação ou expectativa de vermos finalmente o herói aracnídeo no formato em terceira dimensão. Na verdade, não há seqüências de ação do prólogo, o uso do 3D é quase supérfluo. E neste “Espetacular Homem Aranha” a maior virtude acaba sendo, possivelmente, o maior defeito: se o filme acerta em um tom mais pop ao lidar com o ego e drama da dupla principal, às vezes, isso incomoda os fãs que esperam as cenas de ação. Em alguns momentos, uma luta, por exemplo, é interrompida por alguma piadinha do protagonista, que nem sempre são engraçadas. E isso interrompe a evolução e edição do filme. Algo que em, “Os Vingadores”, por exemplo, era uma vantagem, unir a comédia e efeitos especiais na mesma proporção. Mas, por aqui, não vinga. Espero mesmo que Marc Webb corrija essas falhas para o próximo filme. Se as estatísticas tiverem corretas, o próximo filme será muito melhor do que este. E não foi assim na trilogia anterior? O segundo superar o primeiro? Ficaremos otimistas.


Imagens:














Trailer do Filme:


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