segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Annabelle



Annabelle

Direção: John R. Leonetti

Ano de produção: 2014

Com: Annabelle Wallis, Ward Horton.

Gênero: Terror

Classificação Etária: 14 Anos


Um terror “da gema” para atrair multidões

            No ano passado, quando fui assistir ‘Carrie – A Estranha’ eu havia dito que Hollywood não fazia mais filmes bons de terror e os grandes do gênero ficariam apenas na memória. E, mais do que isso, eu disse também que minha carência com boas obras de terror só estavam sendo supridas na TV, com a ótima série da Fox, ‘American Horror Story’.
            Mas, nada como queimar a língua e ver que o terror tem sim, jeito. A grande razão para a desgraça toda do terror atual foi o grande sucesso da cinessérie ‘Jogos Mortais’ e o investimento da Indústria em tortura e sangue gratuito.

            O que os produtores deveriam entender é que, a melhor forma de assustar a plateia é na sutileza, e sem querer aparecer demais. Basta se lembrar que em filmes como ‘O Iluminado’ e ‘O bebê de Rosemary’, praticamente não há sangue e, em alguns casos, o medo fica por conta da interpretação do espectador.

            E é esse terror clássico que é resgatado em ‘Annabelle’. O filme chegou sem fazer barulho e praticamente ninguém falava sobre ele, mas logo foi ganhando o boca-a-boca e se tornou um grande sucesso. Aqui no Brasil, ele já está na 2ª semana em 1º lugar nas bilheterias.

            ‘Annabelle’ é um spin-off de ‘Invocação do mal’, na verdade a história se passa antes do filme de 2013 e acompanha a trajetória de Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton), que estão esperando uma menina. John dá a Mia uma boneca desconhecida de presente, que logo se junta à coleção de brinquedos do casal. Porém, começam a aparecer coisas estranhas na casa e descobre-se que se trata de uma seita demoníaca. Os responsáveis por essa seita possuem o corpo da boneca Annabelle e precisam de uma alma humana para se fortalecer, no caso, da bebê, Leah, filha do casal.

            As comparações com ‘Brinquedo Assassino’ são inevitáveis e assistindo agora a ‘Annabelle’, vemos como foi o impacto para o terror do boneco Chucky no filme de 1988, vejamos o que dá para comparar: a boneca é um presente, no caso, de nascimento, a temática é muito parecida, com um brinquedo sendo possuído pelo demônio, o prédio que Mia e John se mudam, é quase idêntico à da família Barclay no filme de 1988 e, por falar em Barclay, há uma aparição rápida de um prédio com o nome de “Barclay’s” em uma tomada do filme.

            No caso de ‘Annabelle’, quando se diz “sustos sutis”, não deve ser interpretado como algo leve, muito pelo contrário, este é dos filmes mais assustadores dos últimos anos e é bom saber que os fãs de terror não estão mais órfãos.

            Desde a câmera que acompanha os personagens e que dá um giro 360º até as expressões de, ora medo, e ora coragem da dupla principal, dá muito mais medo do que qualquer tortura de ‘Jogos Mortais’.

            E por falar na dupla principal de atores, Annabelle Wallis (olhem só o nome dela!) e Ward Norton são dois nomes desconhecidos de Hollywood e, com o sucesso deste filme aqui, têm a chance de brilhar. A escolha deles foi muito certeira, primeiro porque são grandes atores, melhores do que muita gente por aí, depois porque, considerando que a plateia não os conhece, faz com que a atenção fique na boneca e nos eventos aterrorizantes, e não nas possíveis estrelas.

            Este é o primeiro filme bacana do diretor, John R. Leonetti, os outros haviam sido os desastrosos, ‘Mortal Kombat – A Aniquilação’, em 1997 e ‘Efeito Borboleta’ em 2006. Ele é mais conhecido em Hollywood como Diretor de Fotografia, que também tem algumas pérolas como ‘Eu sei quem me matou’.

            O diretor de ‘Invocação do Mal’, James Wan, desta vez participa como produtor. Ele também dirigiu o 1º Jogos Mortais e assumiu a direção na esperada produção ‘Velozes e Furiosos 7’.

            Ver ‘Annabelle’ nos cinemas foi uma experiência para se levar para o resto da vida, em especial sobre a sessão em que eu estava: a sala estava lotada, e a reação da plateia, com sustos, gritos e aplausos, é uma das coisas que nos faz apreciar e sair para as salas de cinema.

            Cinema não é só arte, também é essa coisa vibrante e por mais que hoje em dia seja possível ver filmes online de graça, nada tira o brilho de um cinema com a sala lotada e com uma boa pipoca.


Nota: 9,0

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