terça-feira, 29 de maio de 2012

Um dia


Um dia (One Day)

Direção: Lone Scherfig



Ano de produção: 2011

Com: Anne Hathaway, Jim Strurgess.

Gênero: Romance

Classificação Etária: 12 anos

Nota: 7,5


Comentário:


Quando “Um Dia” estreou em Novembro do ano passado nos cinemas, eu não via a hora de vê-lo, depois do ótimo trailer e dos elogios ao livro homônimo, de David Nichols, que lhe foi dado. Além disso, o filme é encabeçado por Anne Hathaway, uma atriz que, eu, particularmente, amo muito e acompanho e admiro sua carreira desde seu filme de estréia, “O Diário da Princesa”, em 2002. De lá para cá, ela anda melhor e mais atriz a cada filme. Está amadurecendo mais e se torna cada vez mulher de fato e não aquela menina que teve sorte apenas pelo seu sobrenome.

Mas o romance “Um dia”, novo trabalho da diretora Lone Scherfig, do ótimo drama inglês “Educação” tem muitas falhas, mas não deve jamais ser subestimado, mas, como romance, que é seu objetivo principal, funciona, principalmente se for a dois e à noite.

“Um dia” conta a história de dois jovens: a doce Emma (Anne Hathaway) e o esperto Dexter (Jim Strurgess, de “Quebrando a Banca”) que se conhecem no dia da formatura, em 15 de Julho de 1988. Na verdade, Emma já está de olho em Dexter há tempos, mas ele nunca havia reparado nela. Eles se tornam amigos, mas têm personalidades diferentes: enquanto ele faz sucesso com a mulherada, vira um apresentador de TV famoso e muito carismático, ela é tímida, carente, sem grandes ambições e trabalha em um restaurante. O filme vai acompanhando a trajetória deste casal ano a ano durante 20 anos, sempre no dia 15 de julho. Essa data foi escolhida por ser o Dia de São Swithin, que no folclore britânico, está ligado ao sol e chuva. Segundo a tradição, se chover naquela data, os 40 dias seguintes serão de água em abundância. Se houver estiagem, os mesmos 40 dias serão secos. É como se essa data fosse determinante para os dias que virão. Ano a ano, a história vai acompanhando a evolução das personagens, como em 1993, que os dois vão passar umas férias na França, ou em 2000, quando é realizado o casamento de uma antiga colega de quarto. Mas se no início Dexter é um sujeito de sucesso e Emma é simples, em uma determinada hora os papéis se invertem: ele vai ficando mais pobre aos poucos e ela vira uma escritora de sucesso. Mas, se o filme é de romance, como dito no início, por que aqui na sinopse que eles eram amigos? De fato eles são, se envolvem juntos algumas vezes, em um romance casual baseado em prazer, têm seus devidos relacionamentos com outras pessoas, mas sempre uma hora vão se encontrar. E sempre tem uma reviravolta para que eles não fiquem juntos.

Os fãs de um belo romance não têm o que se queixar, pois o longa tem belas imagens (principalmente as da França), a química entre a dupla principal funciona muito, (de fato temos a impressão de ver um casal real em cena), a maioria das passagens de ano é feita com competência, os diálogos são inteligentes e por se tratar de um romance, em parte alguma ele cai na pieguice. Mas o filme apresenta 3 falhas gritantes, que se não fossem por elas, até poderia aqui ter uma nota bem maior:

·         Anne Hathaway, que repito, é uma grande atriz e se encaixa em qualquer papel, mas aqui, em que ela faz uma estudante inglesa, não combina com seu jeito americanizado de ser, ela não convence como britânica neste papel;

·         Em algumas passagens no tempo, praticamente não dá para se envolver com as personagens, por exemplo, de 1996 para 97, tudo ficou tão enxuto que nem o casal mais apaixonado se encantará com coisa alguma;

·         E principalmente, essa é a principal falha de “Um Dia”, que aliás, é um sério problema de várias produções feita nas pressas no quesito passagem do tempo: Maquiagem. Por aqui, ela é um desastre. Em Jim Strurgess o máximo que fizeram foi um cabelo branco de chorar, mas o pior ficou com Anne Hathaway. Em 20 anos de história, ela está exatamente com o mesmo rosto. Só encurtaram o cabelo, quando ela vira escritora profissional, e olhe lá. Pareceu mesmo que a equipe de produção estava sem vontade de trazer realismo á odisséia do casal.

Depois do ótimo drama inglês “Educação”, a dinamarquesa Lone Scherfig, que tem sim, talento para dirigir atores, pareceu feito apenas mais um “romance de verão”. Bateu na trave.


Imagens:













 Trailer do Filme:


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