terça-feira, 29 de maio de 2012

Os Vingadores


Os Vingadores (The Avengers)

Direção: Joss Whedon



Ano de produção: 2012

Com: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Gwyneth Paltrow.

Gênero: Ação

Classificação Etária: 12 anos

Nota: 9



Comentário:


Desde o ano de 2000, quando a Marvel apostou e acertou com “X-Men: O Filme”, a lista de super-heróis de lá para cá parece tão interminável que até virou uma espécie de subgênero em Hollywood. Tivemos mais 4 filmes de X-Men, 3 Homem-Aranha, 2 Homem de ferro, 2 Hulk, mais o Thor, entre outros. Com todos esses heróis, será que ainda há espaço para mais algum filme do gênero ser lançado sem parecer repetição, e ainda agradar a gregos e troianos? A boa resposta é que dá sim, desde que se tenha uma boa ideia nas mãos, sem agredir a inteligência do espectador e ainda ser fiel aos quadrinhos. “Os Vingadores” foi anunciado à exaustão desde o ano passado e praticamente não houve quem não tivesse visto o trailer deste filme. Mas, felizmente, as expectativas foram superadas. Estamos falando de um grande filme, com ótimas cenas de ação, muito fiel aos seus quadrinhos e muito, muito engraçado.

“Os Vingadores” conta a história do vilão Loki (vivido por Tom Hiddleston) que retorna à Terra enviado pelos chitauri, uma raça alienígena que pretende dominar os humanos. Com a promessa de que será o soberano do planeta, ele rouba o cubo mágico dentro de instalações da S.H.I.E.L.D. e, com isso, adquire grandes poderes. Para aumentar seu poder, ele persuade Clint Barton ou Gavião Arqueiro (vivido por Jeremy Renner) para se aliar a ele e assim, dominar o mundo. Esse cubo tem poderes para destruir o planeta e para conter isso, Nick Fury (Samuel L. Jackson) convoca uma equipe de super-heróis, são eles: Natasha Romanoff ou Viúva Negra (Scarlett Johansson), Bruce Banner ou Hulk (Mark Ruffalo), Tony Stark ou Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Steve Rogers ou Capitão América (Chris Evans) e Thor (Chris Hemsworth). Todos eles têm seu talento especial: a Viúva Negra é incrivelmente ágil e rápida, Hulk é incrivelmente forte, Homem de Ferro é muito inteligente e também forte, Capitão América é calculista e um herói das antigas e Thor é um deus de outro planeta que curiosamente é irmão de Loki, que de início é visto pelos colegas com insegurança, mas vai ganhando confiança com o tempo. Aparentemente parece uma missão simples, afinal todos são heróis poderosos e o inimigo é um só. Mas há dois inconvenientes: primeiro o vilão é super poderoso e tem tecnologia de destruir a Terra e a raça humana. Aliás, em uma sequência sensacional, em uma celebração na Alemanha, o vilão Loki persuade a população a ficar de joelhos e aceitá-lo como superior. Quando um senhor já de idade o confronta, Loki quase ia matá-lo quando o Capitão América o salva e diz que “A última vez que esteve na Alemanha presenciou uma cena parecida, em que um homem se dizia superior à população”, uma referência ao ditador nazista Adolf Hitler. Outro inconveniente é o fato de todos os heróis serem egocêntricos, cada um tendo que controlar seu ego e o trabalho em equipe se torna cada vez mais difícil. Por exemplo, Banner é visto como “aberração” e quando o Capitão América questiona o Homem de Ferro o que ele tem, além de “lataria”, ele diz que é “Gênio, milionário e filantrópico” e o Homem de Ferro chama o Capitão América de “picolé”, uma referência ao fato do América ter ficado congelado por vários anos. Um incidente provocado pelo vilão faz com que os heróis se unam, cada um com seus ideais, só como exemplo, Thor quer resolver um assunto de família e a Viúva quer resolver uma dúvida com o Gavião Arqueiro (que ainda está sendo manipulado por Loki) – aliás, a cena de luta entre a Viúva e o Gavião é sensacional. E o filme sugere, a partir daí, guerra!

Há vários acertos e pouquíssimos erros em “Os Vingadores”, os criadores acertaram em cheio na escolha das cenas e na escolha do elenco. Todos os atores estão bem e super à vontade em seus devidos papéis.

Robert Downey Jr se diverte mais uma vez com seu personagem, e mais uma vez o roteiro não deixa claro se ele e a personagem de Gwyneth Paltrow irão ou não engatar um romance.

Scarlett Johansson, que há tempos nos devia um papel digno de nota, de uns anos para cá, ela parece que andou mais preocupada em fazer filmes sem expressão (vide este último, a comédia pastelão “Compramos um Zoológico”) e em posar em fotos ousadas na internet, aqui ela arrebenta como a Viúva Negra e espero que ela volte ao cenário cinematográfico com força total.

Mark Ruffalo, provavelmente seu primeiro BlockBuster, mesmo sendo um ator considerado sério, seu personagem de Hulk lhe caiu bem.

Jeremy Renner, o protagonista de “Guerra ao Terror”, que é um ator que anda mais interessante a cada filme, ele tinha que incluir em seu currículo um super-herói e, diga-se de passagem, ele merece um filme próprio.

Chris Evans, seu segundo herói (o primeiro foi o tocha-humana de “Quarteto Fantástico”) está igualmente bem.

Chris Hemsworth, que aqui consolida de vez seu Thor como o primeiro time dos heróis da Marvel.

Mas o que seria um herói sem um vilão? O personagem de Loki está simplesmente assustador, frio e calculista. O papel parece que foi feito exclusivamente para ele, que já apareceu em Thor, mas aqui está bem mais eficiente. Ele é o casamento perfeito entre loucura pelo poder e ganância e se consolida como dos maiores vilões dos quadrinhos.

Outro trunfo por aqui é a escolha muito certeira de engatar humor em meio às sequências de ação. As piadas estão afiadas, atuais e diverte, e muito o expectador. Como não deixar de dar risada nos primeiros encontros de nossos heróis, com um insultando o outro, ou principalmente no momento em que Loki diz que “é poderoso e não vai se curvar perante uma aberração”, daí surge o Hulk e detona com tudo e todos. Nesta sequência, aliás, quando eu estava assistindo no cinema, lotado, diga-se de passagem, além de risadas teve uma salva de palmas da plateia.

E o uso em 3D? os produtores não poderiam ter feito melhor a conversão de formato. O uso dessa tecnologia ficou simplesmente arrebatador. O interessante foi que, diferente da maioria dos filmes em 3D hoje em dia, o formato foi usado de fora para dentro, não ao contrário, de dentro para fora, afinal, não precisa “jogar” objetos em direção à plateia para impressionar a todos (não é, Sr. “Fúria de Titãs”?) e as cenas de ação estão bem tocadas (quem não tirar o fôlego com a meia hora final pode procurar um hospital).

Assistindo “Os Vingadores” ficamos otimistas com o futuro dos heróis no cinema, ainda teremos este ano “Homem Aranha” e “Batman”. E agora é esperar por novos (e melhores) heróis. Ah, pelo desfecho, aguarde que a continuação vem aí.


Imagens:











Trailer do Filme:

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