terça-feira, 29 de maio de 2012

Sete dias com Marilyn


Sete dias com Marilyn (My week with Marilyn)

Direção: Simon Curtis



Ano de produção: 2011

Com: Michelle Williams, Eddie Redmayne, Kenneth Branagh, Emma Watson, Julia Ormond, Judi Dench.

Gênero: Drama

Classificação Etária: 14 anos

Nota: 9


Comentário:


Marilyn Monroe foi, incontestavelmente, uma das maiores divas cinematográficas do século XX, senão a mais. Seu carisma e beleza irretocáveis conquistaram Hollywood por volta dos 50 até sua misteriosa morte em 1962, quando ela tinha 36 anos. Foi uma grande figura, símbolo sexual e incrivelmente linda (considerando que em sua época não existiam botox ou cirurgias plásticas). Mas como estamos falando de cinema, ainda faltava uma biografia definitiva e digna da Marilyn. Há vários documentários e alguns telefilmes (a maioria de qualidade duvidosa) e ao menos um filme memorável – “A Verdadeira História de Marilyn Monroe”, de 1996 que trazia a recém premiada Mira Sorvino no papel de Marilyn e Ashley Judd como sua colega de quarto. O filme, inexplicavelmente foi um fracasso de público e crítica. Esse jovem que vos fala adorou, principalmente por levantar a hipótese de Monroe ter sido assassinada por uma conspiração do ex-presidente Norte Americano John Kennedy (para quem não sabe, os dois tiveram um caso, e no aniversário dele, ela cantou um “Happy Birthday To You” bem romântico na frente de todos presentes na celebração). Mas, com tudo isso, não é exagero nenhum dizer que “Sete dias com Marilyn” é o melhor deles, mesmo não sendo uma biografia completa, mas que resgata, com muita elegância, o período em que se passa.

A história, que é baseada em fatos reais, se passa no ano de 1957, quando Marilyn Monroe (Michelle Williams, no melhor papel de sua carreira), já uma estrela consagrada, casada com o dramaturgo Arthur Miller, desembarca na Inglaterra para participar de um filme chamado “O Príncipe Encantado”, com o ator e diretor Lawrence Oliver (vivido por Kenneth Branagh, indicado para Melhor Ator Coadjuvante por este papel). Logo surgem alguns inconvenientes: Marilyn era uma estrela querendo ser atriz (eu sei que muita gente vai me xingar por isso, mas ela era uma péssima atriz) e Oliver era um ator querendo ser estrela, e logo viu-se que a escolha da atriz era desastrosa. Os produtores cogitaram trabalhar com Vivien Leigh (aqui, vivida por Julia Ormond), mas quem queria ver Vivien Leigh quando se tem Marilyn Monroe? Monroe atrasava horas e até dias para chegar no set de filmagem, pois ela era muito insegura e sempre se incomodava com as críticas negativas de seus papéis. Nesse meio tempo também conhecemos a história de Colin (Eddie Redmayne), um jovem fã de cinema, que tem Alfred Hitchcock e Orson Welles como ídolos, e claro, é fã da Marylin (a sequência de abertura, em que ele vê um musical dela com cara de bobo, resgata bem o espírito do filme). Ele vai trabalhar neste filme, como 3° assistente, é cheio de sonhos, tem uma namorada bonita (aqui, vivida por Emma Watson, que é a Hermione da franquia Harry Potter, curiosamente, aqui ela está atuando bem, coisa que não fez na série toda do bruxinho), mas logo esse jovem se encanta com a diva Marilyn, ou é ela que se encanta por ele? Mas o fato é que os dois têm um curto romance (por isso o título é Sete dias com Marilyn), que, para ele, foi inesquecível.

O filme retrata com fidelidade a Hollywood da época, tem ótimos atores, e mostra bem o perfil psicológico da protagonista, que apesar da fama, vivia deprimida, se drogava e só queria ser uma garota normal, apesar de todos a virem como uma “deusa grega”, como Colin mesmo diz. Ao longo de sua vida, Marilyn teve 3 maridos e muitos, mas muitos amantes. Colin foi um deles. O relacionamento dos dois se deu enquanto ela era casada com Arthur Miller, abalando não só esse casamento, como o namoro de Colin e sua namorada.

Mas a melhor coisa por aqui é o papel de Michelle Williams, que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz neste ano por este papel, mas perdeu para Meryl Streep por “A dama de ferro”. Quem diria, depois de passar pela adolescência atuando na xarope série dos anos 90, Dawson´s Creek e em filmes sem expressão, agora se tornaria uma atriz de respeito. Ela leva mesmo a sério seus papéis. Da esposa de Heath Ledger em “O Segredo de Brokeback Mountain” (os dois foram casados na vida real) e seu papel intenso em “Namorados para sempre”, em que ela conviveu em uma casa com seu par, Ryan Gosling, para dar mais vida à personagem, mas agora, com “Sete dias com Marilyn”, é mais uma confirmação de seu talento. Ela ficou por meses estudando a Marilyn Monroe, seu perfil psicológico e seus movimentos. O resultado deste estudo é perfeito. As danças e coreografias são tão fiéis que é fácil de confundir com a Marilyn verdadeira e o rosto, fruto de uma pesada maquiagem é encantador (como se vê nas fotos acima).

Vale lembrar que a Michelle Williams na vida real não possui a silhueta similar à Marilyn, mas ela usou enchimento por todo o corpo (digo todo o corpo mesmo!). Nos números de música, a voz usada é da própria Michelle, que também ensaiou por meses como fazer as canções dos musicais com fidelidade.

Com uma diva e atriz de talento comprovado como Michelle Williams em cena, se entregando para seus papéis e atuando melhor a cada filme, alguém sente falta de Marilyn Monroe?


Imagens:











Trailer do Filme:





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