domingo, 27 de maio de 2012

A Casa dos Sonhos


A Casa dos Sonhos (Dream House)

Direção: Jim Sheridan



Com: Daniel Craig, Rachel Weisz, Naomi Watts



Ano de produção: 2011

Gênero: Suspense

Classificação Etária: 12 anos

Nota: 2


Comentário:


Daniel Craig é um ator que anda em alta na carreira. É o atual James Bond, o 007 e foi o protagonista do atual “Millenium – Os homens que não amavam as mulheres”. Rachel Weisz é uma atriz que andava sumida, é verdade, mas que fez alguns papéis dignos de nota e com um merecido Oscar na estante de Atriz Coadjuvante por “O Jardineiro Fiel”. Naomi Watts em seus 10 anos de carreira foi mais promessa do que certeza, mas que na tela tem lá sua simpatia. Jim Sheridan é um diretor de poucos, mas respeitados filmes, como “Meu pé esquerdo” e “Em nome do pai”. David Loucka, que é o roteirista deste filme aqui tem no currículo em roteiro “O Chamado” e “O Chamado 2”. O estúdio Warner Bros injetou aqui 50 milhões de dólares para a realização de “A casa dos sonhos”. Tudo isso tinha tudo e mais um pouco para a realização de um grande filme. Mas o resultado é um lixo.

“A casa dos sonhos” é um desperdício de tempo, dinheiro e talento na tentativa fracassada de realizar um Thriller psicológico que só ficou conhecido pelo romance da vida real de Craig e Weisz (que aliás, não tem química nenhuma).

Desde o processo de edição após as filmagens viu-se que algo ia mal. Explico melhor. Como no mundo poderoso de Hollywood o produtor está acima do roteirista e do diretor e o que só o que os estúdios querem são lucros acima de tudo, a equipe de produção deste filme não gostou do resultado final de “A casa dos sonhos”, que nós, espectadores, nunca saberemos qual versão é esta, e esta equipe resolveu alterar o curso do filme, inclusive com mudanças no roteiro e no final, que, diga-se de passagem, é horroroso. O diretor Jim Sheridan abriu um processo para os produtores e não queria seu nome nos créditos do filme. Ele perdeu a causa e seu nome aparece aqui como diretor. Olhando para a boa carreira de Sheridan, não há uma só cena em que revele que estamos falando de um filme seu. Mas também, considerando que “A casa dos sonhos” desperte no espectador, ira, constrangimento e até uns risos forçados, também não há uma só cena que revele que estamos falando de um Suspense Sobrenatural, devido à trama rala. Sério, nada diz aqui o gênero em que ele foi vendido. Para se ter uma ideia da farsa, esta imagem acima, das duas garotas de mãos dadas, não existe, talvez ela estivesse na versão do diretor, mas como já dito, nunca saberemos.

E o roteiro? Ah, o roteiro. Bem, um bem-sucedido empresário (Craig) decide jogar tudo para o alto e se dedicar a viver com a família, que ele não vê há muito tempo. Que mora em um lugar afastado, no interior dos Estados Unidos. Lá estão sua dedicada esposa (Weisz) e suas adoráveis filhas. Porém, coisas estranhas acontecem, visões fora do normal de noite e uma noticia aterradora: há 5 anos um homem assassinou toda a sua família a sangue frio. Ele sobreviveu, para o desespero de todos. Esse homem responde pelo nome de Peter Ward, que gerou uma espécie de trauma na região. Ninguém comenta o caso. A vizinha mais próxima da família é a estranha Naomi Watts, que sabe tudo do ocorrido, mas teme de falar o que sabe.

Em um filme de suspense, é legal quando não sabemos o que irá ocorrer e tentar achar alguma pista falsa deixada nas entrelinhas. Aqui não é o caso, tudo é previsível demais. Parece que foi um roteiro escrito pela metade, você não consegue se envolver na história porque o próprio elenco parece que atuou sem vontade. Craig não passa uma cena (que não são poucas) sem falar algo sem sentido. Weisz mal consegue dar empatia como mãe e esposa. E Watts, bem, se o personagem dela saísse da história sem dizer uma só palavra, não ia alterar em nada o curso do roteiro. Ela que, aliás, bem que merecia uma indicação ao prêmio Framboesa de Ouro aqui. O tempo todo são só caras e bocas. Cadê aquela promissora atriz que encantou plateias com o papel de “O Chamado” (uma prova que ela tem sim, talento para o suspense).

Tudo é tão ruim, que até as partes técnicas são horrorosas. A fotografia parece de filme “Z”, a direção de arte é um pout-pourri de filmes melhores, diálogos péssimos (aliás, não vejam esse filme dublado, pois tem um “carioquês” insuportável), atuações constrangedoras e o desfecho pareceu feito na correria para fazer o longa estrear logo.

Longe de ser um suspense psicológico, sobrenatural. Até o espectador menos atento vê todas as pistas lá. Não há mistério. O único mistério aqui é tentar descobrir por que raios alguém financiou um desastre desses.


Imagens:










Trailer:


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