terça-feira, 30 de setembro de 2014

Rush - no limite da emoção



Rush – No limite da emoção (Rush)

Direção: Ron Howard

Ano de produção: 2013

Com: Chris Hemsworth, Daniel Bruhl, Alexandra Maria Lara, Olivia Wilde.

Gênero: Drama

Classificação Etária: 14 Anos


Mais um trunfo de Howard

            É difícil olhar para um filme tão poderoso quanto ‘Rush – No limite da emoção’ e ver que ele passou despercebido pelo Oscar. É um grande filme, incrivelmente bem realizado, é uma biografia (e a Academia adora histórias reais) e o diretor é um sujeito que os acadêmicos adoram: Ron Howard. Ele já ganhou Oscar de direção e filme em 2002 por ‘Uma Mente Brilhante’ e tem muitos amigos em Hollywood. E ainda tem o roteirista, Peter Morgan, que, em 2008, escreveu outro roteiro poderoso e também dirigido por Howard: Frost/Nixon.

            Além disso, ‘Rush – No limite da emoção’ tem 3 atores que estão em alta em Hollywood, em especial Chris Hemsworth, o nosso Thor, mas, não podemos nos esquecer de Daniel Bruhl (de ‘O quinto poder’) e da beldade Olivia Wilde (da série ‘House’). O filme foi um sucesso de público e crítica e, à exceção do Oscar, esteve sim, nas premiações.

            Mas, deixando os prêmios de lado, e falando sobre o filme em si, ‘Rush – No limite da emoção’ é, além de um grande filme é uma biografia muito honesta sobre dois grandes pilotos da Fórmula 1, sobretudo a rivalidade entre os dois, o britânico James Hunt e o austríaco Niki Lauda.

            E nem dá para dizer que o roteiro favoreceu um dos dois lados: ambos os pilotos têm um tratamento imparcial e sem vangloriar nenhum dos dois. O que o filme quis mostrar era o quanto um admirava o outro e invejava o outro. Enquanto James Hunt apresentava um perfil mais jovial, tinha várias amantes e queria mais curtir a vida, Niki Lauda era mais focado e vivia quase que exclusivamente pelo seu trabalho e o roteiro tratou o lado mais, digamos, humano dos personagens, pois, Hunt tem defeitos e Lauda tem qualidades: o piloto britânico jamais consegue emplacar um relacionamento sério, seu casamento frustrado com Suzy Miller (papel da Olivia Wilde) contrastando com suas amantes e sua bebedeira é um retrato disso. Ao passo que o piloto austríaco constitui um casamento consolidado com uma moça que ele conhece na estrada, Marlene.

            Na história, começamos com os jovens Hunt e Lauda na Fórmula 3 e ali já dava sinais que não sobraria pedra sobre pedra entre eles. Não demora muito para os dois subirem para a Fórmula 1: Hunt consegue vaga em uma equipe pequena e Lauda financia sua ida à Ferrari. Estamos no campeonato de 1975 e Niki Lauda é o grande vencedor daquele ano. James Hunt culpa seu carro pelo fracasso e, para o ano seguinte, consegue convencer os empresários e ser o primeiro piloto de uma grande equipe, no caso, a McLaren. E o campeonato de 1976 é marcado pela disputa – corrida a corrida – dos dois pilotos. O grande ápice daquele campeonato é a corrida na Alemanha, o circuito é altamente perigoso e Lauda tenta convencer a FIA (órgão que administra a Fórmula 1) e os pilotos a não existir o grande prêmio. Ele não tem sucesso na empreitada e corre a contra gosto. Quase no final da corrida, ocorre seu fatídico e célebre acidente: Lauda queima parte do seu rosto e, após 6 semanas internado, volta à vida e às corridas com seu rosto deformado. Nesse meio tempo, Hunt vai conquistando vitórias e vai chegando mais perto de seu título.

            Há um arco muito bacana nessa decisão de campeonato: a volta de Lauda para as corridas foi considerada precoce para os médicos e o próprio austríaco diz que ele só voltou por causa de Hunt. Aliás, a cena em que Niki toma injeção de oxigênio no cérebro contrastando com as imagens de um James Hunt vencedor é arrepiante. E na última corrida daquele ano, no Japão, o carro do britânico está por um fio e a equipe orienta-o a abandonar a corrida, mas, Hunt a finaliza, termina em 3° lugar e conquista o título. O próprio James admite que só fez essa loucura por causa de Niki Lauda. O roteiro deixa claro que um não seria nada se o outro não existisse, que um admira o outro (e são pessoas completamente diferentes) e essa rivalidade é um capítulo importante para a Fórmula 1 e para a automobilismo em geral.

            O filme é tão bem montado que a platéia pode se confundir entre cenas reais e cenas filmadas. Ron Howard disse em uma entrevista que não foram usados cortes reais, exceto no desfecho, que mostra imagens reais do inesquecível campeonato de Fórmula 1 de 1976 e fotos de bastidores entre Niki Lauda e James Hunt.

            São momentos para guardar na memória de uma época que não volta mais, quando a Fórmula 1 era bem disputada e havia mais arrojamento dos pilotos, muito diferente dos dias de hoje, onde o dinheiro fala mais alto.

            E, com o grande resultado desse filme aqui, queremos um longa-metragem sobre a rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost.


Nota: 10,0

Imagens:










Trailer:

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