sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Uma Cilada para Roger Rabbit

Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit)

Direção: Robert Zemeckis

Ano de produção: 1988

Com: Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Joanna Cassidy, Kathleen Turner, Amy Irving.

Gênero: Comédia

Classificação Etária: 12 Anos


Zemeckis e Spielberg um dia foram assim

            A tecnologia de ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ é tão engenhosa e à frente do seu tempo que poucos arriscaram fazê-la novamente. E quando fazem, o resultado é desastroso. Como não se lembrar do fracasso de ‘O mundo proibido’, com Brad Pitt em 1992 e do fiasco que foi ‘Space Jam: O jogo do século’? São filmes que usam a computação gráfica e clássica para desenhos em 2D e misturaram com atores em carne e osso, querendo pegar carona com o sucesso de “Uma Cilada”, mas sem sucesso.

            Outra razão para filmes assim não serem feitos é a globalização: muitos personagens de desenhos estão divididos em suas empresas e conseguir direitos autorais para tais personagens, é caríssimo. E nem precisa ser no mundo das animações. Basta ver essa briga sem fim entre a Marvel Studios, a Fox e a Sony para conseguir direitos para seus heróis. Ou, mais ainda, o grande trabalho que foi para a realização de ‘Detona Ralph’ e trazer os grandes personagens dos games para a telona.

            No caso de ‘Uma cilada para Roger Rabbit’, quase todos os desenhos consagrados estão lá. Dos grandes, somente Tom & Jerry e Popeye ficaram de fora. E foi tudo feito na raça. O computador só corrigiu a iluminação.

            E tanto esforço garantiu o reconhecimento, técnico ao menos, do filme no Oscar: ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ faturou 3 merecidas estatuetas: Efeitos Especiais, Efeitos Sonoros e Edição. Além de o filme ter sido ovacionado por público e crítica.

            Mas e o roteiro? Bom, apesar de a temática se apresentar no mundo das animações, sua história não é nem de longe para crianças. Muito pelo contrário. É uma trama de espionagem, sensualidade e homenagem aos filmes noir.

            A história se passa na Los Angeles de 1947, a Grande Depressão e a Segunda Guerra já haviam passado e os EUA já se firmaram como grande potência. Lá vive um detetive beberrão e atrapalhado, Eddie Valliant (Bob Hoskins), que é contratado para ver o que está acontecendo entre Roger e Jessica Rabbit em um lugar chamado “Desenholândia”. Ele é um coelho atrapalhado e ela é um mulherão que se apresenta em uma boate. E Eddie vai investigar a fidelidade de Jessica. Lá, ele descobre que Jessica trai Roger com um cliente, Marvin Acme, tira fotos como prova e as mostra para Roger. Mas Marvin morre na mesma noite e Roger Rabbit se torna a principal suspeito. Mas, será que foi ele mesmo ou tudo foi uma armação?

            Visualmente, ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ é uma obra-prima. E não só para a época. Até os dias de hoje também. Fruto da grande dobradinha entre o produtor Steven Spielberg e o diretor Robert Zemeckis. Essa parceria já havia acontecido na trilogia ‘De volta para o futuro’ e é uma pena que não houve mais filmes com os dois juntos.

            Essa não foi a primeira vez que Zemeckis faturou o Oscar de Efeitos Especiais. Ele ganhou em 1993 pela comédia ‘A morte lhe cai bem’ e em 1995 por ‘Forrest Gump – O contador de histórias’ (na qual ela ganhou como Melhor Diretor e Filme) e, se ele está sumido nos dias de hoje, saibam que ele contribuiu – e muito – para o cinema entre os anos 1980 e 1990.

            ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ não é um filme que se leve tão a sério e tudo é em nome da fantasia. Desde a “Desenholândia”, a interação entre humanos e desenhos até a relação estranha entre Jessica e Roger.

A sequência de abertura merece estar entre as melhores da história, em que Roger dá uma de babá e leva um “olé” do bebê na busca pelo biscoito em cima da geladeira. E depois descobrimos que tudo fazia parte de uma gravação de TV.

            Se fosse feito hoje em dia, ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ com certeza geraria continuações e produtos. Mas seu lançamento foi em 1988 e tudo ficou somente neste filme aqui. É uma história centrada e que uma continuação necessitaria de um cuidado com o roteiro e personagens. Coisa que os roteiristas deveriam entender.


Nota: 10,0

Imagens:










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