domingo, 2 de agosto de 2015

Pixels


Pixels

Direção: Chris Columbus

Ano de produção: 2015

Com: Adam Sandler, Michelle Monaghan, Kevin James, Josh Gad, Peter Dinklage, Jane Krakowski, Sean Bean, Brian Cox, Ashley Benson.

Gênero: Comédia de Ação

Classificação Etária: 12 Anos


Um desperdício de tempo e dinheiro

            Muita gente reclama – e com razão – da crise de criatividade em Hollywood. São vários remakes, reboots e franquias em produções milionárias que os estúdios não querem se arriscar com o receio do fracasso.

Mas 2015 está sendo um ano atípico: a maioria dos remakes está dando certo e alguns filmes originais estão decepcionando. Alguém duvida? Basta ver que Mad Max e Jurassic World foram grandes acertos e Tomorrowland, que tinha potencial para ser bacana acabou sendo um filme “normal”.

E agora, justamente no período de férias estreia Pixels, baseado em um curta-metragem de 2010 e claramente inspirado em um episódio de Futurama, que tem uma premissa excelente: os jogos clássicos dos Arcades invadem o planeta e atacando o mundo real e quem irá salvar são justamente os jogadores da época, de acordo com as regras dos games.

Há poucos filmes assim que homenageiam o hábito de jogar videogame e ao universo dos jogos. Recentemente a Disney realizou Detona Ralph, que homenageava os clássicos do fliperama e mostrava o universo dos games de forma aberta e honesta.

Em filmes baseados em um jogo específico, até agora estamos ainda aguardando uma adaptação decente de games e nós, fás de jogos estamos ainda órfãos no mundo do cinema.

Sendo assim, não era baixa a expectativa para Pixels, que tinha potencial para ser um filme definitivo sobre jogos antigos, principalmente porque o diretor do filme, Chris Columbus, conhece o universo infantil como poucos e poderia usar a sua magia que encantou gerações. Ele foi roteirista de Os Goonies, dirigiu os dois primeiros Esqueceram de Mim e os dois primeiros filmes da franquia Harry Potter.

Mas, é com muita tristeza que digo que Pixels é um filme fraco e uma grande desculpa para uma trama grosseira e sem graça.

Menos por culpa de Chris e mais por culpa do roteirista Tim Herlihy, que roteirizou várias comédias como Juntos e Misturados e Gente Grande, mas principalmente por culpa do protagonista, roteirista e produtor de Pixels: Adam Sandler.

A cada ano ele é indicado a pior ator e ele anda pior a cada filme, anda mais estúpido a cada filme, mais canastrão a cada filme. Nos últimos anos ele fez Gente Grande 1 e 2, Este é meu Garoto, Juntos e Misturados, mas o fundo do poço foi no desastroso Cada um Tem a Gêmea que Merece, que nem a presença de Al Pacino salva um dos piores filmes da história do cinema.

Pixels começa com um flashback de 1982 na qual Brenner e Eddie disputam um campeonato de fliperama e a decisão se dá na disputa pelo Donkey Kong, jogo considerado difícil até hoje e na ocasião, foi vencido pelo Eddie.

Depois a história se volta para os dias de hoje, na qual Brenner (vivido por Adam Sandler) é técnico de eletrônica; seu rival, Eddie (Peter Dinklage) está preso; seu melhor amigo, Will (Kevin James) é presidente dos EUA e o garoto-prodígio, Ludlow (Josh Gad), ainda vive no mundo da fantasia.

Brenner faz um serviço de instalação na casa de Violet (Michelle Monaghan), que acabou de se divorciar de seu antigo marido e está criando seu filho sozinha, mas depois descobre-se que ela é Tenente-Coronel do governo dos EUA.

Começa a nascer uma tensão sexual entre Brenner e Violet, o que não é de todo o mal, o problema é que a coisa começa óbvia, com alguns elogios de mal gosto sobre o corpo da atriz Michelle Monaghan, depois um insulta o outro, mas o pior é a insinuação que as mulheres são interesseiras: Violet destrata Brenner e ele diz que ela só o faz porque é pobre, e que se fosse dentro de um iate, ela não faria isso.

E quem achou que Adam Sandler e Michelle Monaghan teriam uma boa química?

Quem também teve um papel que não lhe serviu foi Kevin James como presidente dos EUA. Além de ele estar todo perdido no papel e sem o calibre para tal importância, ele só passa o filme fazendo, adivinhem, piadas sem graça e grosseiras.

Mas o grande desastre de Pixels é a tentativa de ser nerd, mas o filme é um grande insulto e ao invés de homenagear como deveria ser, faz piadas de mal gosto e entra no clichê do nerd ser impopular e “bobão”, sobretudo na figura de Ludlow, que passa o filme inteiro como o virgem desesperado e desejando a Lady Lisa, uma musa dos games dos anos 80.

E quem compra a ideia de Adam Sandler como nerd? Sem contar que ele fica a cada momento tentando fazer frases de efeito para tentar dar uma dramaticidade ao papel, mas é impressionante como ele só faz o mesmo tipo de papel, a mesma expressão a cada filme.

Não bastasse isso, Adam Sandler é arrogante: ele deu uma entrevista recente se sentindo injustiçado perante os críticos. É impressionante como os piores profissionais e pessoas são os que menos assumem quando estão errados (alguém se lembrou de M. Night Syamalan?) – e alguém já viu um grande ator se achando?

Da metade para o final, quando o filme se assume como ação, até existe alguma relevância, sobretudo quando as lutas são verdadeiros games em movimento e quando temos várias referências aos anos 80, seja no comportamento e na música.

Se o filme tem alguma graça, as únicas piadas bacanas estão no trailer, mesmo aquela do criador de Pac-Man, Toru Iwatani, quando sua cria devasta Nova York, foi tão repetida no trailer que no filme perdeu o timing e a graça.

E por falar no trailer, este não é o primeiro caso de 2015 que o trailer entrega o filme e no caso de Pixels, há uma grave problema: o filme claramente estava inacabado quando o trailer surgiu, pois alguns efeitos estão diferentes, mas, sobretudo, a cena em que Kevin James mata um Smurf no trailer, no filme vemos que quem o faz é a personagem de Michelle Monaghan.

Com tudo isso em Pixels, o resultado é mais uma comédia com Adam Sandler, sim, com todos os elementos de seus piores filmes, desta vez só trocou o cenário.

Para quem estava esperando um filme definitivo sobre nostalgia de games, não é com Pixels que se sentirá representado. 

Nota: 4,0

Imagens:










Trailer:


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