domingo, 2 de agosto de 2015

Quarteto Fantástico - A Franquia


            O Quarteto Fantástico surgiu nas HQs muito antes dos X-Men e do Homem-Aranha, mas então por que eles só vieram ao cinema depois deles? Por uma razão muito simples: eles são menos famosos.

            O grupo de heróis tem menos fãs nos quadrinhos do que os mutantes, sobretudo porque os X-Men abordam muito a questão do preconceito e intolerância, ao passo que o Quarteto é basicamente uma família que salva o mundo. O único personagem que explora essa coisa do preconceito é o Coisa, devido à sua aparência.

            Na verdade, foi produzido um filme do Quarteto em 1994 mas jamais foi lançado.
            Eram os anos 90 e a Marvel estava em crise e processo de falência, tanto que vendeu o direito de seus heróis aos estúdios, daí que tivemos os X-Men e Demolidor na Fox, Homem-Aranha na Sony e por aí vai.

            E só foi após o sucesso de Homem-Aranha e X-Men nos cinemas que a Fox teve o sinal verde para produzir o filme do grupo, que foi lançado no verão de 2005, que teve alterações na pós-produção porque um ano antes a Disney/Pixar lançou a animação Os Incríveis que tinha uma família na qual uma personagem ficava invisível e outra tinha o poder da elasticidade.

            Mesmo com as HQs em alta no cinema e a garantia de sucesso, havia uma ponta de desconfiança em Quarteto Fantástico, principalmente pelo diretor, Tim Story havia dirigido, em 2004, o pavoroso Taxi, com Gisele Bündchen.

            Mas se Quarteto Fantástico é um filme fraco, a culpa é menos do diretor e mais pelo péssimo equilíbrio entre roteiro mal feito e má escolha de elenco, na qual todos os heróis estão fracos em seus papéis: Ioan Gruffudd como o Reed Richards/Senhor Fantástico é a prova que não consegue segurar um filme sozinho, além de ele passar a maior parte do filme olhando com cara de adolescente apaixonado pela Susan Storm/Mulher Invisível, que é vivida pela Jessica Alba, que até hoje precisa se provar como atriz: ela é linda, simpática e todos os jornalistas a adoram, mas é impressionante como atua mal, quase sempre sendo indicada ao troféu Framboesa de Ouro.   
      
            Na ocasião, em 2005, ela estava no auge da beleza, basta se lembrar que ela fez, no mesmo ano, Sin City e Mergulho Radical, e aqui em Quarteto Fantástico, a primeira cena em que ela demonstra seus poderes, ela fica seminua em público: é uma desculpa mais do que esfarrapada para ela mostrar seu corpo para um filme maior.

            Johnny Storm/Tocha Humana é vivido por Chris Evans. Se hoje em dia ele arrebenta como o Capitão América, o mesmo não pode se dizer de seu Tocha, que passa o filme todo com piadas se sentindo superior com todos os personagens: se o Sr. Fantástico é muito focado no trabalho, o Tocha é o “descolado” (e ele faz questão de dizer isso toda hora), sua irmã, Susan (sim, ele e a Mulher Invisível são irmãos) é mais velha e ele igualmente se sente superior, mas nada é tão constrangedor do que as brigas entre ele e Ben Grimm/Coisa e os insultos que parecem tirados de Malhação e de qualquer comédia adolescente.

            Seu arco é o único relevante por aqui, exatamente pelo preconceito em que ele sofre da sociedade.

            E assim temos o grupo, mas também temos o vilão, que aqui é Victor Von Doom/Doutor Destino, que tem uma grande construção de personagem: ele é o então namorado de Susan após ela terminar com Reed, é um megaempresário inescrupuloso e só pensa em lucrar, tanto que o acidente que causou os poderes ao grupo ele poderia ter evitado, se não fosse sua ambição.

            O problema é que o ator que faz Victor, Julian McMahon, é péssimo e quando é exigido, é cheio de caras e bocas.

            E assim temos o filme do Quarteto Fantástico de 2005, que até poderia ter boas cenas de ação, como a da Ponte do Brooklyn, mas os efeitos, já datados de 10 anos, atrapalham a diversão.

            Reparem já no final a presença da Kerry Washington como a namorada do Coisa. Se hoje ela arrebenta na série Scandal, na época ela estava em início de carreira e era praticamente ninguém em Hollywood. E mesma época, Jessica Alba era A musa do momento e hoje ela não é praticamente ninguém – olha como o mundo dá voltas.

            O filme foi destruído pela crítica, mas foi um sucesso de público, o que foi o suficiente para a continuação... 2 anos depois, em 2007, é lançado ‘Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado’, com a missão de cobrir as falhas do primeiro filme e apresentar um conceito novo.

            O que de fato acontece em partes, embora ainda há as mesmas intrigas e brigas do primeiro filme, mas há um enorme diferencial: o Surfista Prateado.

            O filme é todo dele e quando ele está em cena, o filme solta faíscas, sobretudo seu primeiro momento, no casamento.

            Ele é o responsável pela ameaça à vida na Terra e somos apresentados ao seu poder: quando os heróis entram em contato com ele, têm seus poderes trocados ao tocar com outro, explico melhor: quando o Tocha toca o Coisa, ele fica com seus poderes, e por aí vai.

            Logo descobrimos que o Surfista, na verdade, é um servo de Galactus (infelizmente, pouco explorado), um ser que precisa da energia dos planetas para se sustentar.

            Com essa nova ameaça vinda dos céus, o governo logo se arma e chama o grupo para salvar o mundo, além do próprio Dr. Destino (!) e esse é um bom arco do filme, em que usa dessas metáforas militares para criticar o uso da força invés das palavras. O problema é que há uma cena de tortura apresentada como se não fosse nada de mais, absolutamente mal feita.

            Quem faz o Surfista é Doug Jones, que já havia interpretado Hellboy e o Fauno de ‘O Labirinto do Fauno’ e a voz do anti-herói ficou a cargo de Laurence Fishburne.

            A evolução em relação ao primeiro filme é clara, embora ainda há várias falhas, como a cena constrangedora de dança do Sr. Fantástico, além das já citadas, desta vez o filme tenta ser maduro e às vezes se leva a sério – mas Chris Evans ainda é o mesmo.
            Os fãs detonaram o filme, assim como o primeiro e as chances de uma trilogia ficaram engavetadas.

            De 2007 para cá, tivemos a criação, ascensão e consolidação do Universo Marvel nos cinemas e levou não só a DC Comics a criar seu Universo, como a Fox, com os mutantes do X-Men, uma nova chance para o Deadpool em 2016 e agora, em 2015, uma nova chance para o Quarteto Fantástico nos cinemas, previsto para estrear dia 6 de agosto de 2015...

Quarteto Fantástico: 3,0

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado: 7,0


Imagens:

Quarteto Fantástico:






Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado:




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