domingo, 5 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro - Gênesis


O Exterminador do Futuro – Gênesis (Terminator Genisys)

Direção: Alan Taylor

Ano de produção: 2015

Com: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jai Courtney, Jason Clarke, J. K. Simmons, Matt Smith, Byung-Hun Lee.

Gênero: Ficção Científica

Classificação Etária: 14 Anos

Muita nostalgia e pouco cinema

             Não era pouca a expectativa para ‘O Exterminador do Futuro - Gênesis’, pois era o retorno de Schwarzenegger para a franquia que o consagrou e o próprio James Cameron disse que, quem era fã dos dois primeiros filmes, iria adorar este. E para nós, brasileiros, o primeiro trailer foi exibido aqui na CCXP com uma introdução do próprio Schwarzenegger e no mês passado, o astro veio para o Rio de Janeiro divulgar o filme, teve um tratamento vip, milhares de fãs foram vê-lo e foi exibido 20 minutos do filme.

            Mas este novo filme é tão fraco que nos faz sentir saudades do 3º e 4º filme, considerados fracos. É exatamente isso: ‘O Exterminador do Futuro - Gênesis’ é o pior filme da série. E já anunciaram que este é o primeiro de uma trilogia e com o anunciado fracasso deste (estreou nos EUA em 3º lugar, atrás de Jurassic World e Divertida Mente) vai ser difícil de continuar.

            O começo deste novo filme é basicamente o mesmo do filme de 1984: no futuro, mais precisamente no ano de 2029, o mundo já está devastado depois que as máquinas dominaram tudo. Os humanos sobreviventes fazem parte da resistência e são liderados por John Connor.

            Para evitar tal resistência, as máquinas mandam para o passado um exterminador modelo T-800 para eliminar Sarah Connor, mãe de John, para assim, evitar seu nascimento. A resistência manda Kyle Reese, que promete fazer de tudo para proteger Sarah.

            As cenas do passado (na verdade, do ano de 1984) são reconstituídas aqui quase tomada-a-tomada como Gus Van Sant fez em Psicose de 1998 e desde a fotografia escura, passando pela trilha sonora de Hans Zimmer, tudo foi respeitado.

            Isso nós já conhecemos do primeiro filme, mas aqui, o futuro foi mais apresentado (e não só citado, como em 1984) e mostra até a amizade entre Kyle Reese e John Connor, mas, quando vamos ao passado, vemos as licenças poéticas que a história toma: um outro exterminador, mais velho, é programado para matar o de 1984 e assim que Kyle chega ao passado, é confrontado com o T-1000, descobre que o Dia do Juízo Final é 29 de agosto de 1997 (que é o dia em que as máquinas se rebelam) e é resgatado por Sarah Connor que diz a famosa frase: “Venha comigo se quiser viver” (que é dita em todos os filmes da franquia) – no filme de 1984 é Kyle que fala com Sarah.

            Esse exterminador mais velho (também vivido por Schwarzenegger) foi enviado para o passado quando Sarah tinha 9 anos e desde então é sua figura paterna. Há um flashback mostrando essa relação e, como manda o figurino, explicadinho demais para a geração atual.

            Quem não viu os dois primeiros filmes pode não compreender esta introdução, afinal, a pessoa pode questionar, quem é esse policial de metal líquido e porque ele foi enviado (curiosamente, isso não é explicado).

            E tem mais: a aparição do T-800 e do T-1000 é tão rápida e irrelevante que, se não acontecesse, não mudaria em nada a história. Foi mais um chamariz para promover o filme a atrair os fãs das antigas, mas não conversa com a atual geração e o trailer deu importância demais a esses personagens.

            E por falar no trailer, que mania dos produtores hoje em dia em entregar tudo no trailer. Isso quase estragou Vingadores 2 e agora entrega a virada de roteiro que tem lá pela metade do filme: John Connor é, na verdade, um exterminador, mas o problema desse arco não é apenas este: após as aventuras em 1984, Kyle e Sarah são enviados para 2017 e John também (no caso, vindo do futuro de 2029). O problema é as máquinas o transformam assim para evitar sua liderança e quem é o responsável por isso é um de seus aliados, chamado Alex (vivido por Matt Smith, o 11º doutor de Doctor Who).

            Poderia ser uma passagem interessante e sim, dar uma cara nova para a série, mas Matt Smith praticamente inexiste na história e sua ponta (sim, é uma ponta) passa quase despercebida.

            Por falar em atores desperdiçados, todo mundo, à exceção de Schwarzenegger, está mal no filme, seja pelo talento desperdiçado ou pela atuação ruim: Emilia Clarke é a Sarah Connor. Ela faz muito bem sua Daenerys em Game of Thrones, mas aqui está mal dirigida, não há uma cena dela em que entregue-a como a heroína dos dois primeiros filmes. Quem diria que sentiríamos saudades de Linda Hamilton. Pareceu que o diretor Alan Taylor (de Thor 2 – O Mundo Sombrio e de alguns episódios de Game of Thrones) queria que o universo da série estivesse nos filmes principalmente porque tivemos Lena Headey (a Cersei de GoT) como Sarah em Terminator: The Sarah Connor Chronicles e alguém achou graça de termos Cersei e Daenerys nesse personagem icônico.

            Jason Clarke não é um bom ator e seu John Connor é vazio e sem alma. Ele estava bem em ‘Planeta dos Macacos – O Confronto’, mas naquela ocasião tinha Gary Oldman ao seu lado e toda a tecnologia da Weta.

            Jai Courtney (o Eric de Divergente), como Kyle é outro que atua mal e custa a entender o porquê dos estúdios insistirem com ele o colocá-lo em papéis de destaque em filmes grandes. Não bastasse tudo isso, não há química e tensão sexual nenhuma entre ele e Sarah, sem contar que os diálogos entre os dois são constrangedores – quase dá vontade de torcer contra eles – até a câmera do rosto dos dois o filme deixou escapar, parecendo um clima novelístico.

            E J. K. Simmons, este grande ator e fresquinho por seu Oscar por Whiplash no começo do ano, faz um policial que mais se comporta como fã do que como ativo. O coitado não tem um só diálogo sem ser canastro e se era um papel tão descartável, que desse para um ator com menor expressão.

            Dos defeitos especiais (o T-800 feito por CGI é ainda pior do que aquele de 2009), a direção de arte pobre, lutas mal coreografadas e sem impacto nenhum e péssimo elenco, ‘O Exterminador do Futuro - Gênesis’ é uma grande decepção em um ano tão rico como esse de 2015. E de grandes remakes. Jurassic World e Mad Max estão aí para comprovar.

            Mas, com o fracasso deste filme aqui, pode ser que corrijam os erros e nos entreguem um filme bacana. Para os fãs da franquia, já são 24 anos de carência.      

Nota: 3,0

Imagens:










Trailer:

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