sábado, 25 de julho de 2015

Edward - Mãos de Tesoura


Edward – Mãos de Tesoura (Edward - Scissorhands)

Direção: Tim Burton

Ano de produção: 1990

Com: Johnny Deep, Winona Ryder, Dianne Wiest, Anthony Michael Hall.

Gênero: Drama

Classificação Etária: LIVRE


O triunfo de Burton

            Já são 8 parcerias entre Johnny Deep e o diretor Tim Burton e dentre muitos altos e baixos, um não vive sem o outro. A mais recente foi em 2012 com o estranho Sombras da Noite, mas as outras vieram, em 2010 com ‘Alice no País das Maravilhas’, o maior sucesso comercial do diretor até agora; Sweeney Tood, em 2007; A Fantástica Fábrica de Chocolate e A Noiva Cadáver, em 2005, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, em 1999 e Ed Wood, em 1994.

            Faltou um? Pois é justamente esse que é não só o melhor filme dessa parceria como é considerado o melhor filme de Tim Burton: Edward – Mãos de Tesoura é uma pequena obra prima, onde o diretor colocou todo o seu coração, foi um grande sucesso de público e crítica e foi um clássico da sessão da tarde.

            Se Tim Burton já era um diretor consolidado com o cultuado Os Fantasmas se Divertem, em 1988, mas principalmente pelo fenômeno Batman, de 1989, o mesmo não podia se dizer de Johnny Deep: ele começou a carreira lá em 1984 sendo morto pelo Freddy Krueger em A Hora do Pesadelo, mas Edward foi seu primeiro papel de destaque. Não bastasse isso, seu namoro com Winona Ryder, sua parceira neste filme aqui, era dos mais badalados em Hollywood.

            Na sinopse de ‘Edward – Mãos de Tesoura’, temos, de início, Peg (Dianne Wiest) uma vendedora perfumes que não consegue sucesso nas vendas, mas descobre um castelo onde vive um sujeito chamado Edward, na qual seu criador (Vincent Price, infelizmente no último papel de sua carreira) o fez como um ser humano perfeito, exceto por um detalhe: no lugar das mãos, há tesouras.

            Peg o acolhe, o cria como um filho, mas Edward logo se torna o assunto principal do local, para o bem e para o mal: ao passo que ele vira atração entre as vizinhas fazendo um trabalho de cabeleireiro de animais e de humanos, além de fazer belíssimas esculturas no jardim, ele logo se torna vítima de preconceito, sobretudo de Jim, namorado de Kim (Winona Ryder), por ser uma “aberração”.

            Kim é a filha rebelde de Peg e de início também discrimina o Edward de certa forma, mas que logo torna uma amiga e interesse amoroso dele.

            A história pode parecer simples e bizarra do ponto de vista narrativo, mas as melhores qualidades estão nos detalhes: a Direção de Arte é perfeita (e a produção usou um local real dos EUA) e contrasta com o clima soturno e colorido que o diretor usa, não somente neste filme, mas na sua carreira que viria a seguir. A maquiagem, indicada ao Oscar, (e perdeu, injustamente para Dick Tracy) de Edward também é um destaque. Era uma época em que a computação gráfica ainda estava começando e os estúdios ainda usavam efeitos práticos.

E o que dizer da trilha sonora de Danny Elfman? Danny trabalhou em quase todos os filmes de Tim e hoje é dos melhores e mais famosos responsáveis por trilhas no cinema. A música de ‘Edward – Mãos de Tesoura’ é praticamente um personagem na história e as canções líricas e românticas acompanham os melhores momentos do filme – desafio a todos a verem a cena da neve com Winona Ryder e não se comoverem. É dos momentos mais sublimes da história do cinema.

Revendo ‘Edward – Mãos de Tesoura’ é curioso como existem algumas ironias do destino: o vilão da história e que pratica bullying com o nosso protagonista, Anthony Michael Hall foi o nerd de Clube dos Cinco, e ver essa versatilidade foi interessante, mas nada é mais irônico do que ver Winona Ryder: ela era das atrizes mais requisitadas de Hollywood, teve duas indicações ao Oscar, fez um filme com Francis Ford Coppola e estava no auge da beleza. Não era difícil achar um adolescente apaixonado por ela (inclusive este que voz fala), mas com o tempo ficou mais conhecida por seus escândalos, ficou com a fama de cleptomaníaca e era pouco chamada para fazer filmes – e quando era chamada era em papéis sem expressão.

Uma história para a família e que fala de preconceito, discriminação, amores impossíveis e sobre conduta humana. Tudo isso nesse clássico chamado ‘Edward – Mãos de Tesoura’, que acaba de completar 25 anos e está para sempre em nossos corações.

Nota: 10,0

Imagens:










Trailer:

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