sábado, 19 de julho de 2014

Transformers 4 - A era da extinção



Transformers 4 – A era da extinção (Transformers – Age of Extinction)

Direção: Michael Bay

Ano de produção: 2014

Com: Mark Wahlberg, Nicola Peltz, Stanley Tucci, Kelsey Grammer.

Gênero: Ficção Científica

Classificação Etária: 12 Anos


Transformers é uma franquia milionária de roteiro pobre.

            Não tem jeito. O diretor Michael Bay está aí há 2 décadas em Hollywood. Seu cinema atrai multidões e a crítica odeia. Mesmo no grande público, há quem não goste dele. Muitos dizem que seus filmes são bonitos e sem alma e de fato é verdade. Infelizmente, Michael Bay não sabe trabalhar com atores e seu cinema pipoca chega até as últimas consequências de até onde uma produção pode alcançar e sabendo exatamente o que fazer com as limitações de sua época. Foi assim com ‘Os Bad Boys’, ‘Armageddon’ e agora com Transformers.

            O que não é de todo mal. O cinema precisa de uma pessoa como Michael Bay. Mas como produtor. E não como diretor. Suas tramas são demais arrastadas, não há envolvimento emocional nem empatia, e quando tem, isso é mal feito.

            E tudo isso se aplica aqui a Transformers 4: um elenco ruim e mal colocado. Mark Wahlberg como pai de Nicola Peltz, não combina. Mesmo ele tendo crescido, não evoluiu como ator e está naquela fase brucutu de sua carreira, como Stallone e Schwarzenegger já foram. Ele mais parece irmão do que pai da moça. Mas quem é Nicola Peltz? Bem, ela é novata em Hollywood, apareceu em ‘O último mestre do ar’, mas seu papel de destaque foi na série da Universal, Bates Motel. Aqui, ela teria chance de brilhar, se Bay desse a chance. Mas não foi o caso. E fora que é uma atriz que não transmite emoção nem tem uma carga dramática digna de nota. Um dia ela pode ter, mas por enquanto, ela fica melhor em Bates Motel. E sua Tessa aqui em ‘Transformers 4’, tem uma cara de troféu ‘Framboesa de Ouro’. E nem Sexy Symbol ela é. O porquê de o elenco falar a toda hora de sua beleza é o mistério.

            E para piorar a história ainda entra o namorado de Tessa, Shane. Péssimo ator e as intrigas entre ele e Cade são constrangedoras e parecem tiradas de roteiro de ‘Malhação’.

            Na história – se é que podemos chamar isso de história – que se passa 5 anos após os acontecimentos de ‘Transformers 3’, os robôs foram rebaixados à categoria de clandestinos e o governo americano fez uma campanha maciça de eliminá-los, mas Cade Yeager (Mark Wahlberg), descobre, sem querer, que Optimus Prime ainda vive, mas em uma forma de caminhão velho. Mas, alto lá, como ele descobriu isso? Bom, ele é um mecânico falido, cuida de sua filha, Tessa (Nicola Peltz) aos trancos e barrancos e compra, por acaso o caminhão das mãos de seu sócio. Paralelamente a isso, temos a multinacional KSY, chefiada por Joshua (Stanley Tucci), que fabrica Transformers plagiando a estrutura dos Decepticons. Ou seja, as máquinas da KSY são verdadeiras máquinas de matar. E, claro que começa a guerra, entre Autobots, Decepticons e também o governo americano.

            Não é porque o filme tem o publico masculino como foco é que vai ser uma coisa malfeita. Muito pelo contrário. E mesmo sendo testosterona pura o filme feito claramente para o público adolescente, dava para fazer algo bacana. ‘Os Mercenários’ fez isso muito bem: um programa masculino, resgatando todos os brucutus da ação e ainda assim sendo um filme pipoca divertido. Mas ‘Transformers’ é uma agressão em saber que é um filme milionário e tinha por obrigação, fazer algo melhor cuidado.

            Esse cuidado fica claro, na produção, muito bem feita, diga-se de passagem. O design dos personagens (no caso, os robôs). Para quem já brincou com os brinquedos da Hasbro (Transformers é baseado em uma franquia de brinquedos) sabe que nada deixou passar aos olhos de Bay e Steven Spielberg (sim, ele mesmo, também produz os filmes da franquia).

            Há cenas de ação espetaculares, em especial na meia hora final na China e a perseguição próxima à casa de Cade por volta de meia hora de produção. O 3D dele também está muito bonito. Há duas maneiras de se fazer uma boa tecnologia em 3 dimensões. Uma é de dentro para fora, típico de “jogar objetos na cara”. Outra é de fora para dentro, usando melhor a profundidade e mais detalhes quase imperceptíveis. E nesse filme, as duas formas ficaram bem feitas. Além de destroços das explosões indo em direção à plateia, há os detalhes do fogo e água nas cenas de ação, dando uma ideia de profundidade e de duas camadas ao invés de uma.

            Poderiam inverter a coisa: o filme poderia ter sido produzido por Michael Bay e dirigido por Spielberg. O resultado seria bem melhor.

            Transformers é uma franquia milionária. Os 3 filmes juntos já arrecadaram mais de 2 bilhões de dólares ao redor do mundo. Bem feito ou mal feito, o povo vai ver e a franquia já está na história do cinema. E com certeza, teremos ‘Transformers 5’ e 6 para os próximos anos.


Nota: 4,0

Imagens:










Trailer:

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