sábado, 17 de novembro de 2018

Quem precisa de Cloverfield quando se tem Overlord?


             De início, Operação Overlord seria um filme da franquia Cloverfield, mas, após o fracasso e a não-aceitação de Cloverfield Paradox, no início de 2018, os produtores tomaram a decisão certa e lançaram nos cinemas e como um filme isoladamente, sem ligação nenhuma com a franquia.

            Operação Overlord talvez seria um filme que passasse despercebido, se não fosse o nome de J.J. Abrams na produção, embora não devemos descartar o diretor Julius Avery, que faz um bom trabalho aqui, além de seu ótimo e quase desconhecido elenco.


            Mas o filme segue fazendo sucesso e visto até como uma alternativa aos arrasa-quarteirões nos cinemas.

            É difícil classificá-lo apenas em um gênero: filme de guerra, de ação, terror, suspense, ficção científica? Operação Overlord é tudo isso junto e misturado.

            O filme se passa em 1944 em uma história que realmente existiu: antes do dia D, da batalha de Normandia, onde uma equipe de paraquedistas invade a França para destruir uma torre de transmissão de rádio que servia de comunicação entre os nazistas, mas ocorre um acidente, onde a maioria morre, mas 4 sobrevivem, entre eles os protagonistas, Boyce e Ford.


            O grupo descobre um pequeno vilarejo onde mora uma jovem francesa, Chloe, que cuida do seu irmão e que precisam unir forças para penetrar nas muralhas e derrubar a torre.

            Quanto menos souber de Operação Overlord, melhor o filme fica e melhora a experiência em descobrir as surpresas do filme. O filme usa uma lenda urbana famosa sobre nazistas fazerem experimentos em judeus e, mesmo já tendo passado décadas do conflito, sobre Hitler e nazismo, Hollywood não se cansa se explorar o tema, seja pautado na realidade, como Spielberg fez em A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan, em na fantasia, como Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino ou este filme aqui, ainda mais fantasioso.


            Mas é importante avisar que Operação Overlord não é um filme para todos: o espectador mais desavisado pode se incomodar com as mudanças do filme, além do mais, ele tem momentos de puro gore, sem sutilezas e que assusta muito.

            Tanto que chega uma hora que o filme abraça o absurdo (no bom sentido) e entrega um filme completamente “fora da caixa” e seu único problema é justamente ir para um lado mais “normal” no terceiro ato.

            Mas os dois primeiros atos são quase irretocáveis: as cenas de batalha do início são claramente inspiradas na Normandia de Spielberg de O Resgate do Soldado Ryan. Já o segundo ato, onde temos as principais revelações do filme, o espectador dificilmente consegue ficar indiferente, seja com o drama e conflito dos personagens, além do horror mostrado em tela.

            O elenco é competente e este filme pode servir para revelar estes atores, como Jovan Adepo sendo Boyce e Wyatt Russell como Ford.

            Os dois são parceiros, mas distintos entre si: Boyce é mais idealista, o que mais se aproxima de um herói e Ford é o soldado mais turrão e que não hesita em disparar uma arma.

            Quem se destaca também é a jovem atriz Mathilde Olliver como Chloe e engana-se quem acha que ela é apenas a mocinha indefesa.



            Operação Overlord é o filme mais “fora da caixa” do ano, engenhoso, tenso, bem realizado, mas muito divertido, embora seja compreensível quem não gostar. Há guerra, sangue e vários plot twists.

            Os fãs vão se deliciar. Aos demais, tudo o que podemos dizer aqui é boa sorte!

Nota: 9,0

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