quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Novo Animais Fantásticos é bom, mas J. K. Rowling quase detona sua criação


                 Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald já estava cercado de polêmicas mesmo antes da estreia, sobretudo por causa dos escândalos com o ator Johnny Deep e tudo piorou quando a própria J. K. Rowling o defendeu publicamente.

                Muitos reclamaram e até ameaçaram boicotar o filme, mas agora que ele já estreou e já é uma realidade, não há muito o que fazer.


                Não bastasse tudo isso, quando houve as primeiras sessões do filme para a imprensa, os críticos ficaram divididos: alguns gostaram, mas teve um número expressivo que se decepcionou.

                Mas, e a nossa opinião? Falando de forma resumida: é um bom filme, inferior ao primeiro e as polêmicas em volta do Johnny Deep não interferem na execução do longa, mas em volta da J. K. sim.

                O filme se passa em 1927, onde o vilão Grindelwald está preso na Macusa após o primeiro filme, mas consegue escapar e causa o temor da ameaça ao equilíbrio e sensação de paz ao mundo bruxo.


                Neste cenário, Newt Scamander é designado a combater este mal, considerando que é o único bruxo apto a tal coisa, mas que também precisa lidar com seus dilemas internos e conhece ninguém menos do que um jovem Dumbledore, vivido por um Jude Law muito inspirado.

                Este segundo filme expande o primeiro em todos os sentidos, seja em produção ou personagens. O visual está muito caprichado, há muito mais e maiores efeitos especiais e a Warner Bros não economizou no design de produção.

                O filme já surge como favorito a Oscar nestas categorias e recomenda-se que veja-o na maior tela possível, de preferência em IMAX, embora este filme também faça um bom uso do 3D, sobretudo na profundidade dos objetos em cena.

                E os personagens do primeiro filme apresentam um arco maior aqui e são mais bem explorados (exceto a Tina, que é um grande peso aqui). 
                Queenie (vivida pela irresistível Alison Sudol), Leta Lestrange (Zoe Kravitz, que só evolui como atriz) e Credence (Ezra Miller, que também evolui como ator) têm muito mais tempo de tela e este filme só deixou o público querer saber mais sobre esses personagens.


                James Newton Howard faz um bom trabalho na trilha sonora, pois apresenta novidades (afinal, se passa em uma época diferente!) mas que respeita e lembra a trilha clássica de John Williams.

                Mas, afinal, e a polêmica de Johnny Deep e J. K. Rowling?

                Ao contrário do que sugeriram as expectativas, Johnny Deep não é problema, aliás, ele está bem como o vilão Grindelwald, pois ele se apresenta como um vilão ameaçador (logo no excelente prólogo), mas, acima de tudo, manipulador, educado, elegante e estiloso. Claramente inspirado em Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália.

                Já J. K., autora dos livros de Harry Potter e roteirista dos filmes de Animais Fantásticos, claramente apresenta boas ideias e personagens, mas aqui a estrutura mais se assemelha à de um livro do que a de um roteiro de cinema, sem contar o ritmo incrivelmente lento e que testa a paciência do espectador.


                J. K. está para Animais Fantásticos como George Lucas esteve para os 3 primeiros episódios de Star Wars: tem controle demais, não ouvia a equipe e ninguém conseguiu contrariar. Esperamos que isso melhore para o terceiro filme, que, aliás, foi o que aconteceu com o próprio Lucas.

                Longe de ser um filme ruim – aliás, é bom – Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindelwald é uma amostra de que ser maior não necessariamente é ser bom, ouvir os amigos é melhor ainda e, no caso deste filme, que o mundo bruxo ainda tem muita lenha para queimar.

Nota: 8,0

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