quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Agents of S.H.I.E.L.D. - 2ª Temporada


Agents of S.H.I.E.L.D. – 2ª temporada

Criada por: Joss Whedon, Jed Whedon, Maurissa Tancharoen

2014

Com: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wen, Elizabeth Henstridge, Iain De Caestecker, Brett Dalton, Nick Blood, Adrianne Palicki, Henry Simmons, Ruth Negga, Kyle MacLachlan, Hayley Atwell.

Ação

14 Anos


A 2ª temporada cobre todas as falhas da 1ª – e um pouco mais

            Foi em 2013 quando a série ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’ foi anunciada. A expectativa era enorme, afinal, seria a primeira série de TV da Marvel e havia a promessa de interagir um o universo cinematográfico.

            E de fato, quando ela estreou, na Fall Season daquele ano, o episódio piloto fez muito barulho e atraiu muita gente, sobretudo pelo “renascimento” do agente Phil Coulson, que morrera em ‘Os Vingadores’.

O problema foi o que veio depois: o roteiro era confuso, os atores eram sem carisma, e embora Clark Gregg (que interpreta Coulson) seja um bom ator, ele não conseguia segurar a série. E para piorar, a rede ABC (canal em que a série é exibida) queria algo para toda a família, ou seja, a série tinha que agradar o fã de quadrinhos, mas também tinha que agradar os pais e ao restante da família.

Mas isso acabou sendo um tiro no pé para o canal, já que a audiência estava caindo, a crítica estava destruindo a série e o boca a boca nas redes sociais estava sendo negativo.

Muita gente havia abandonado a série (inclusive este que vos fala) e a Marvel, olhando para tudo isso, precisava fazer algo.

Daí que veio a luz no fim do túnel: em abril de 2014 chegou aos cinemas ‘Capitão América 2 – O Soldado Invernal’ e o arco principal do filme era a SHIELD sendo corrompida pela Hydra e na semana de lançamento do filme, a rede ABC colocou justamente o episódio que ligava os acontecimentos do longa com a série, reacendendo a curiosidade dos fãs e aumentando a audiência do seriado.

E foi exatamente este “fim” da SHIELD o ponto principal até o final da 1ª temporada e também é o que leva ao início da 2ª temporada.

Na verdade, a SHIELD está na clandestinidade e seus “sobreviventes” lutam para levá-la ao seu lugar e destruir a Hydra.

A segunda temporada começa com um flashback na Segunda Guerra Mundial, na qual a Agente Carter protege um artefato chamado de Obelisco (e depois descobrimos seu real poder) das mãos da Hydra.

Esse início é fundamental para entendermos um pouco da criação da SHIELD e também deu início à série da Agent Carter (falaremos dela melhor em outra ocasião), que também pode ser vista como spin-off de ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’.

Já nos dias atuais, voltamos aos acontecimentos do final da temporada passada: Coulson se torna diretor da SHIELD após a “renúncia” de Nick Fury e Ward está preso na sede da SHIELD após descobrirem que ele era um agente da Hydra infiltrado. Na temporada passada ele quase levou Fitz e Jemma à morte e agora prisioneiro, só aceita falar com Skye (seu interesse amoroso na temporada passada) e tenta manipulá-la a acreditar nele, sobretudo pelo seu pai, que ela jamais conheceu.

Nesta 2ª temporada temos a inserção de dois novos heróis: Bobbi Morse e Lance Hunter. A primeira aparição de Bobbi já mostra ao que veio: Jemma foi capturada pela Hydra e Bobbi é contratada para ficar de olho nela, mas Bobbi a liberta de lá (em uma cena de ação grandiosa) e só depois descobrimos que ela, na verdade, trabalha para a SHIELD. Já Lance é o ex-marido de Bobbi. Os dois se provocam a cada momento e a cada episódio a série deixa pistas falsas de um possível agente duplo (?)

A segunda temporada começa com o gancho da primeira, mas não demora muito para o espectador descobrir qual será o foco ao longo da temporada e ao que tudo indica, pode ser o foco do restante da série: os Inumanos.

Embora os mutantes dos X-Men sejam da Marvel nos quadrinhos, nos cinemas a detentora dos direitos deles é a Fox e a casa de ideias não pode usá-los em seus filmes e séries. Nesse cenário, a saída para a Marvel em utilizá-los foram os Inumanos, que vão ganhar um filme próprio em 2019.

Os Inumanos são menos populares nas hqs, mas a Marvel consegue colocar em tela aquilo que o grande público não conhece e deixá-lo popular. Os Guardiões da Galáxia estão aí para comprovar.

No caso de ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’, os Inumanos são tratados igualmente como nos filmes dos X-Men e é impossível desassociar: a sociedade os rejeita, eles se tornam uma ameaça e há aqueles que querem conciliação e àqueles que querem guerra.

Descobrimos que Skye é uma Inumana, ela finalmente conhece seus pais - que também são Inumanos, aliás, sua mãe, Jiaying é a líder dos Inumanos e seu pai é Cal, um sujeito de intenções duvidosas e a série também leva essa dúvida até o final.

Quando Skye os conhece, ela descobre que seu nome, na verdade, é Daisy Johnson, que libera uma espécie de campo de força, que, de início, ela não consegue controla-lo, mas aprende a controlar seus poderes.

Também descobrimos que Raina (péssima personagem da primeira temporada) também é uma Inumana, com o poder de prever os acontecimentos futuros. Raina fica com uma aparência diferente de quando era humana e a série discute o preconceito e o culto à beleza (alguém se lembrou da Mística?)

E por falar na Mística, não podemos nos esquecer da agente da Hydra, que atende pelo codinome de Agente 33, que depois descobrimos que seu nome é Kara.

A Hydra desenvolve a tecnologia de reconhecimento facial e consegue fazer clones de uma pessoa e nesse cenário, acontece o efeito mais impressionante da série, que ocorre no episódio 4 e também leva as consequências até o final: Kara consegue clonar o rosto da Agente May e se infiltra na SHIELD, mas logo é descoberta.

Se na primeira temporada havia pouco, ou quase nenhum envolvimento emocional com os personagens, nesta temporada o espectador consegue não só se envolver com os protagonistas, mas com todo o elenco e mesmo não sendo atores reconhecidos pelo talento, todos estão muito bem em seu papel e algumas histórias são surpreendentes:

            Coulson precisa lidar com seus dramas pessoais e com a liderança da SHIELD, ele continua escrevendo os sinais misteriosos na parede, tem que cuidar de seu prisioneiro Ward – e conseguir alguma informação dele sobre a Hydra – e com sua Skye em sua sede se descobrir seu passado.

            A agente Melinda May tem um episódio praticamente só dela: é o episódio 17, na qual há um flashback surpreendente sobre seu passado, descobrimos que ela era casada e matou, acidentalmente, uma garota. O grande destaque de sua personagem era seu jeito frio e calculista – e logo descobrimos seus motivos e motivações.

            Fitz e Jemma eram personagens muito mal aproveitados no começo e suas atuações eram quase robóticas: eram o perfil do cientista nerd e frio, mas depois que Ward jogou Fitz de um avião na temporada passada e o deixou como prisioneiro embaixo d’água com Jemma, o arco ficou muito mais interessante, já que o incidente afetou sua atenção – ele está com dificuldade de raciocínio – e sua química com Jemma remete a uma amizade inseparável – ou a uma possível atração (?)

            Mas a personagem mais bem aproveitada nesta temporada é Skye (ou Daisy, depende do ponto de vista). Ela era insuportável no começo e estando na série basicamente por ser o perfil de adolescente ingênua e linda no mundo da SHIELD, mas agora sua história ganha tons dramáticos, principalmente quando ela conhece seus pais e quando ela se torna Inumana. Daisy tem tudo para ser uma nova heroína da ação da TV e um elo de equilíbrio entre a SHIELD e os Inumanos.

            Por comparação à primeira temporada, ‘Agents of S.H.I.E.L.D.’ se tornou praticamente uma nova série no 2º ano, tanto na história, tratamento dos personagens e até na produção: as cenas de ação são tão boas que o público nem acredita que se trata de uma série da TV aberta americana.

            Mas isso é um sinal que a Marvel também erra e, sobretudo, ela sabe ouvir seu público. E não é isso que as empresas vitoriosas fazem?

Nota: 10,0

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