quinta-feira, 1 de maio de 2014

O espetacular homem-aranha 2: A ameaça de Electro



O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2)

Direção: Marc Webb

Ano de produção: 2014

Com: Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Dane DeHaan, Sally Field, Paul Giamatti, Felicity Jones, Chris Cooper.

Gênero: Ação

Classificação Etária: 12 Anos


Um alívio aos fãs de “homem-aranha”.

            A ideia de se fazer um reboot do Homem-Aranha não parecia ser das melhores, mas o estúdio achou que deveria, principalmente pelo fato de o protagonista da franquia clássica do aracnídeo, Tobey Maguire, ter se recusado a continuar fazendo o herói nas telas, mas também pela reprovação do público do resultado de “Homem-Aranha 3”.

            Com isso, a Sony, que também é o estúdio da franquia clássica, resolve recontar a história do herói nas telas, daí nasceu “O Espetacular Homem-Aranha”, que estreou em 2012.
A ideia contar a história nunca antes contada do aracnídeo para essa nova geração e respeitando mais o universo dos quadrinhos.

            De fato, o filme respeitou muito o universo dos quadrinhos, principalmente na figura da mocinha, Gwen Stacy, que, nos quadrinhos era a primeira namorada de Peter Parker e no filme foi sim tratada como nos quadrinhos, muito diferente da Gwen apresentada em “Homem-Aranha 3” como a amante de Peter.

            Mas o filme, infelizmente, foi cheio de problemas, foi basicamente a mesma história da trilogia clássica, trouxe um vilão Lagarto sem carisma e produção fraca, mas rendeu um bom dinheiro à Sony, que deu sinal verde ao diretor Marc Webb e ao roteirista Alex Kurtzman (que é o roteirista de J. J. Abrams, tanto na TV como no cinema) para realizarem “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro”.

            Outra razão para o filme de 2012 não ter sido satisfatório foi o fato de que o diretor, Marc Webb era inexperiente em blockbusters e sua experiência era no circuito aternativo, tendo seu filme mais conhecido a irresistível comédia romântica “(500) dias com ela”.

            Já agora, nesse filme, Webb está muito mais maduro, mas também com uma equipe de produção muito melhor e com um orçamento maior, mas o mérito também é do roteiro, dessa vez muito mais envolvente, que explora de fato mais o psicológico de Peter Parker, é muito mais fiel aos quadrinhos e sim, tem um ponto de vista diferente da trilogia.

            Na história, após os acontecimentos do primeiro filme, Peter ainda é o Homem-Aranha, mas está indeciso quanto o seu relacionamento com Gwen Stacy, principalmente pela promessa que fez ao pai da moça antes de ele morrer que foi a de se afastar de Gwen. Os problemas de Peter só aumentam, ele agora tem 3 vilões para enfrentar, Rino (Paul Giamatti), Electro (Jamie Foxx) e o famoso Duende Verde (Dane DeHaan). Ele ainda tem que enfrentar o fato de sua amada, Gwen, estar com um intercâmbio à vista para a Inglaterra e se distanciando de Peter, e ainda tem a história de seus pais, que ficou em aberto do primeiro filme.

            Com tantos filmes mais sérios de heróis invadindo os cinemas na atualidade, foi um pouco diferente ver esse filme aqui em um tom mais de aventura familiar e mais cômica. Aqui, as piadas se dividem com os momentos mais intimistas – o filme é muito mais dramático do que o primeiro, explora muito mais as histórias paralelas dos dramas do herói e, quanto às piadas, o caminho foi estranho e peculiar nos momentos cômicos (que vejam bem, as piadas não tem graça nenhuma).

            A trilha sonora de Hans Zimmer é estranha também. Ele, que nos agraciou tanto com trilhas histórias como a trilogia do Batman, aqui ele sobe a música nos momentos errados e a música errada que consegue ser pior do que qualquer programa brasileiro mal feito. Por exemplo, na aparição de Electro na Times Square de forma ameaçadora, a música é cômica e sem graça, mas a cena é tensa e a situação incomoda.

            Quanto ao elenco, embora tenha muitos atores bons, o ator que faz o Harry Osborn, Dane DeHaan, faz com que sentíssemos falta de James Franco na trilogia original (que vejam bem, não é um bom ator) e esse ator Dane não possui a carga que o personagem necessita. E seu posterior Duende Verde nos faz sentir falta de Willem Dafoe no filme de 2002.

            Fora essas ressalvas, digo que “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro” que um grande filme, muito, mas, muito melhor do que o anterior, com todo o material apresentado, dá para explorar muito bem o universo do herói dos quadrinhos quanto do que dá para fazer com a licença poética de os roteiristas criarem mais.

            Além dos problemas que Peter enfrenta, o filme também mostra a Oscorp corrupta, efeitos especiais muito mais amarrados do que do filme anterior e a apresentação de novos – e melhores – personagens.

            A evolução mais visível foi no vilão principal. Enquanto no primeiro filme tínhamos o insosso Lagarto, agora temos o sensacional Electro, vivido pelo já oscarizado Jamie Foxx. Aqui, ele parece e é ameaçador perto do Homem-Aranha e seu poder, que é o de se fortalecer com a eletricidade, tem um apuro visual bastante forte – as duas lutas entre Electro e o Homem-Aranha, primeiro na Times Square, depois na sede da Oscorp, são sensacionais.

            O vilão Electro é Max Dillon, um funcionário da eletricidade da Oscorp, muito inteligente, mas que não é reconhecido. No dia de seu aniversário, ele sofre um acidente elétrico que o transforma no vilão Electro. Considerando os corruptos da Oscorp, que não reconhecem o trabalho de Dillon, o Electro é, portanto, o menor dos vilões.

            Há também a iminência da ameaça do vilão Rino, que é preso logo na abertura do filme, mas que volta com poderes de rinoceronte (daí o nome Rino). Tendo Rino + Electro, poderemos ter um sexteto sinistro? Material para explorar isso o estúdio tem de sobra.

            Há outra atriz, que no filme vive a estagiária da Oscorp, Felicia, papel da Felicity Jones. Seu papel foi pequeno aqui, mas sua futura Gata Negra pode ser muito bem explorada mais à frente e, anotem aí: Felicity Jones ainda será das grandes de Hollywood.

            O elenco principal está novamente bem. Andrew Garfield parece mais à vontade como Homem-Aranha e está muito mais seguro no papel, o mesmo acontece com Emma Stone e sua Gwen Stacy. Ela é uma ótima atriz, e seu papel aqui foi tanto de entrega como mulher segura, mesmo perto do Homem-Aranha como a mocinha indefesa.

            Bom, não entregarei nada do final aqui, obviamente, mas digo que o final é espetacular e cheio de surpresas. Ter algum amigo que vai entregar alguma coisa pode ser incômodo, portanto, evite spoilers do filme. Sim, quanto menos souber o que acontece, melhor vai ser a experiência.

            E o comentário foi um pouco longo mesmo porque o filme é longo e muita coisa acontece Poe aqui. Eu nem falei, por exemplo, da sensacional cena de abertura com os pais do Peter ou da presença do ótimo ator, Chris Cooper, como Norman Osborn.

            O filme tem muitas tramas e sub-tramas, mas, ao contrário de “Homem-Aranha 3”, aqui temos histórias que se encaixam e que se amarram e com sentido maior para a trama e ao futuro dela. Homem-Aranha é um herói importante para a cultura pop e ao mundo em geral e seu legado e universo merecem mais adaptações, desde que feitas com inteligências e um pouco de carinho.

            Esse “O Espetacular Homem-Aranha 2 – A ameaça de Electro” não é o melhor filme da série. “Homem-Aranha 2”, de 2004, é muito melhor, mas, é inegável a evolução da história e, principalmente, um novo ponto de vista de uma carreira tão rica.
             

Nota: 8,0

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