quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O Bom Gigante Amigo

          Recentemente a Netflix lançou sua série Stranger Things, que foi um grande sucesso de público e crítica e uma das razões foram as várias referências aos clássicos do cinema nos anos 70 e 80. Uma das obras “homenageadas” pela série foi o filme ET – O Extraterrestre, que marcou uma geração, venceu 4 Oscar em 1983 e é considerado por muitos o melhor filme da carreira de Steven Spielberg.

Duas semanas depois, o mesmo Spielberg lança seu mais recente trabalho: O Bom Gigante Amigo, na qual todos os trailers e materiais promocionais indicavam que seria uma grande releitura e homenagem a um de seus filmes mais célebres, sobretudo porque a roteirista é a mesma de ET (Melissa Mathison, que faleceu em novembro do ano passado) e uma das produtoras também (Kathleen Kennedy, hoje a presidente da Lucasfilm).

Com este time: direção de Steven Spielberg, roteiro de Melissa Mathison, produção de Kathleen Kennedy e Frank Marshall, trilha do John Williams, o papel principal é de Mark Rylance (que venceu o Oscar por Ponte de Espiões) e ainda baseado em um livro de Roald Dahl (que também escreveu A Fantástica Fábrica de Chocolate), O Bom Gigante Amigo não tinha como dar errado, mas este é um filme totalmente equivocado, seja em sua produção artificial, roteiro preguiçoso, péssima edição e com a maior parte do elenco com a qualidade duvidosa.


O Bom Gigante Amigo conta a história de Sophie, que vive em um orfanato e é levada por um gigante para a Terra dos Gigantes. Ela descobre que ele tem um bom coração mas é renegado por seres maiores do que ele e começa uma amizade improvável.

O envolvimento emocional inexiste em O Bom Gigante Amigo, sobretudo pelo roteiro superficial. Nada do que envolve a protagonista funciona: o fato de ser órfã é um detalhe que praticamente passa despercebido, a estreante Ruby Barnhill ainda precisa se provar como atriz e a química entre ela e o gigante do título, interpretado por captura de movimento por Mark Rylance só funciona por conta dele. E até a trilha de John Williams, que até tenta funcionar em momentos pontuais, mas aí fica tarde demais.


Há um bom trabalho de expressão do ator e permite que a platéia tenha um mínimo de empatia com o personagem, tanto em sua amizade com Sophie quanto em sua subtrama em sua terra, na qual ele é hostilizado pelos gigantes e permite que o público, ao mínimo, torça por ele.

Mas, de forma geral, o trabalho técnico de O Bom Gigante Amigo é artificial, sobretudo na direção de arte, na qual nota-se que os cenários ali não são reais e que os atores interagem com o nada e o risco de o filme ficar datado e esquecível logo é alto.



            Não bastasse isso, a história não sabe para qual público quer falar: é enfadonho demais para as crianças e tolo para os adultos.


            São 120 intermináveis minutos mal editados e com vários momentos que não acrescentam em nada à trama.

            O filme é, portanto, extremamente mal editado.

            O Bom Gigante Amigo tinha muito potencial para ser épico e estar na galeria dos grandes filmes do Spielberg, mas a série de equívocos na condução do filme o torna esquecível. 


Parece mais produzido por do que dirigido por Spielberg.

            E que venha o Jogador nº 1.

Nota: 3,0

Um comentário:

  1. Maravilhoso filme para assistir. Amo muito os filmes baseados em livros, este é umo muito lindo, por isso quando soube que estrearia 7 Minutos Depois da Meia Noite soube que devia vê-la, é umo dos melhores filmes de livros, soube que devia vê-la, considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação do Lewis MacDougall, seu talento é impressionante.

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