quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Esquadrão Suicida

            Não eram poucas as expectativas em cima de Esquadrão Suicida: era uma premissa diferente para os filmes baseados em quadrinhos em focar nos vilões combatendo vilões.

            Quentin Tarantino já fez isso muito bem na maioria de seus filmes, em colocar empatia em personagens que, normalmente, odiaríamos conhecer no mundo real.

            Sem contar que, todos os trailers e materiais promocionais deixaram o público empolgado e depois que Batman VS Superman dividiu o público e a crítica, parecia que o rumo que a DC Comics tomaria seria o do humor em detrimento ao sombrio do filme lançado em março.


            De fato, Esquadrão Suicida tem um pouco disso: logo no início, somos apresentados aos vilões, onde o filme gasta um bom tempo para isso, mas é apresentado de forma vibrante e elegante, e com uma trilha sonora que apresenta canções de Queen, The White Stripes, Eminem, entre outros.


            Não demora muito para que o público tenha empatia e torça pelos vilões, mas o problema é que o roteiro toma decisões de humanizá-los e tornando gradativamente o que entendemos como heróis, tornando-o menos interessantes.

            E tem mais: o filme prepara o terreno para que a ação vá do ponto A ao ponto B. Enquanto não chega a esse ponto B, a platéia ainda está na expectativa de como isso vá acontecer, mas ao chegar, o resultado é frustrante e preguiçoso.

            Há uma cena em um bar em que o grupo começa a desabafar as mágoas e a partir dela eles se uniriam, mas não há uma só tomada em Esquadrão Suicida antes e nem depois disso que dê a entender que de fato exista um grupo ali unido, como o próprio X-Men Apocalipse teve, apesar de suas falhas.


            Sem contar que as motivações que levam o governo a recrutar esse grupo de vilões é as mais genéricas possíveis: após o desfecho de Batman vs Superman, o mundo está preocupado com a segurança e recruta esse grupo de meta-humanos para combater uma ameaça maior do que eles podem imaginar. Quem os contrata é Amanda Waller, papel de Viola Davis que assim como sua personagem em How to Get Away With Murder, transmite a imponência que precisa e todos se curvam a ela, menos por culpa do roteiro e mais pela ótima atriz que Viola Davis é.

            Amanda Waller consegue ser desprezível mesmo sem poder algum e age de acordo com os seus próprios interesses. A frieza com que ela conduz a operação é instigante.

            Quem tem mais tempo de tela aqui é Will Smith, como o Pistoleiro e Margot Robbie como Arlequina, mas apesar de as expectativas estarem maiores nela, é ele quem tem um arco dramático mais eficiente, que até daria um filme próprio. Já a aguardada Arlequina de Margot Robbie teve mais sucesso nos trailers do que com o filme pronto, menos por culpa da atriz e mais por causa das situações do roteiro: ela solta uma piada em um momento tenso e a cena não consegue ser engraçada e nem séria por causa de uma frase fora de contexto. E tem mais: as melhores piadas estão nos trailers. O cinema lotado, que já havia visto os trailers na internet, ficou em silêncio em alguns momentos manjados.


            Há personagens que não interferem em nada na história como a Katana, o Crocodilo ou o Amarra, que têm sim, um arco interessante nas HQs, mas aqui foram mal aproveitados e, infelizmente, são um peso morto na trama.

            Cara Delevingne se sai muito melhor como humana do que como a Magia. De forma natural, ela mostra a fragilidade e os problemas que um poder como esse, que é, na verdade, uma maldição, pode trazer.

            Já a personagem em si não tem essa força que deveria perante o grupo, seja pelas motivações sem sentido dela ou pela computação gráfica mal feita. Há uma cena em que ela claramente está dublando e falando fora de contexto. Ficou totalmente superficial.

            A presença do Batman funciona, sobretudo nos flashbacks e para dar um novo tom para os próximos filmes da DC nos cinemas. O mesmo vale para a aparição rápida (sem trocadilhos!) do The Flash.


            Outro grande problema de Esquadrão Suicida é o Coringa. Criou-se uma grande expectativa em cima do personagem com imagens, vídeos e até de depoimentos dos atores sobre a loucura de Jared Leto para entrar no personagem. O ator se esforça, mas ele é subutilizado pelo roteiro, sua trama praticamente interrompe o arco principal e o que ele faz é, basicamente, servir de suporte para a Arlequina.


            A conclusão que podemos chegar é que o maior problema de Esquadrão Suicida é o seu roteiro: o elenco é bom, todos se esforçam e se divertem em seus papéis, o filme é vibrante e que prometia algo diferente, mas que esbarra em uma montagem confusa e história mal explorada.

            É uma pena com esses grandes atores, grande expectativa em cima do filme e com essa trama tão bacana vinda das HQs.

            Com este filme de grupo, a DC errou feio, apesar das boas intenções. Seu próximo filme, que é de origem, será a Mulher-Maravilha e esperamos que, assim ela se saia melhor. E sem revelar demais nos trailers, que também foi um problema de Batman vs Superman.

Nota: 6,0

3 comentários:

  1. 3 coisas que não curti:
    1- o Joker super apaixonado ´pela Harley(sabemos que não é bem assim)
    2- a cena final do resgate poderia ter sido a pós crédito
    3- a cena pós crédito , o personagem em questão, jamais pediria ajuda em investigação(ele é expert)
    do resto adorei, me diverti. bem melhor que o fraco Guerra cívil(que só no título) é igual ás hqs

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  2. Lore, minha querida, concordo com suas ressalvas e fiquei feliz que você gostou, mesmo, e eu nunca achei que veria as palavras "fraco" e "Guerra Civil" na mesma frase hahahaha

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  3. Isso filme é a minha favorito! tem uma grande história. Eu adoro o estilo de seus personagens!! Em 2016 houve estréias cinematográficas excelentes, mas o meu preferido foi a Esquadrão Suicida por que além de ter uma produção excelente, a história é linda. achei um filme ideal para se divertir e descansar do louco ritmo da semana. Muito bons personagens.

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