segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Peter Pan (2015)


Peter Pan (Pan)

Direção: Joe Wright

2015

Com: Levi Miller, Hugh Jackman, Garrett Hedlund, Rooney Mara, Adeel Akhtar, Amanda Seyfried, Cara Delevingne.

Aventura

LIVRE

Filme de origem é sem alma e sem carisma

            A história do Peter Pan encanta gerações até hoje e ela é constantemente readaptada, independentemente do ponto de vista. Em 2004 a história do autor da obra, J. M. Barrie foi contada de forma consistente em ‘Em Busca da Terra do Nunca’. Até Steven Spielberg se rendeu à essa grande história, com ‘Hook – A Volta do Capitão Gancho’, de 1991.

            E agora, em 2015, seguindo as leis do mercado, a Warner decide contar a “origem jamais contada” de Peter Pan.

            Mas, para a decepção geral, quem contava que seria o início da rivalidade de Peter Pan e Capitão Gancho ou a origem da lenda, pode tirar o cavalo da chuva: a intenção era fazer uma franquia e mostrar mais isso em um segundo filme, mas com o fracasso deste aqui, não deve sair do papel.

            O problema é que esse novo Peter Pan (e porque raios não mantiveram o título original, Pan?) tem todos os clichês da Hollywood atual: a história do escolhido, cenas de ação que você já viu por aí, mas desta vez, mal executadas, CGI em quase tudo – e claramente dá para notar, porque tudo ficou artificial demais, com tudo feito em estúdio e, em muitos casos, nem os atores são reais (alguém se lembrou de Star Wars I – A Ameaça Fantasma?) e o elenco é, em parte, competente, mas mal assessorado.

            A personagem de Amanda Seyfried, que é uma boa atriz, é importantíssima para a trama, já que ela faz a mãe do protagonista, mas ela tem, no máximo, um minuto de tela. Rooney Mara, essa grande atriz, em alta em Hollywood e já com uma indicação ao Oscar, faz seu pior papel da carreira. Sua personagem, a Princesa Tigrinha (!) passa o filme todo sem a expressão dramática que exigia, tem diálogos quase constrangedores, sem contar o figurino brega e de barriga de fora. Em um filme para o público infantil, isso ficou de extremo mal gosto. Mesmo Cara Delevingne, que faz uma ponta como uma sereia, merecia mais destaque. Ela foi a única coisa bacana em ‘Cidades de Papel’ e será a Magia em Esquadrão Suicida.

            Até Hugh Jackman como o vilão Barba Negra tem a atuação exagerada e estereotipada. Em 2015 ele fez dois vilões e ambos não convenceram: no começo do ano ele fez o vilão na ficção científica Chappie e agora este. Hugh é um excelente ator, que transcende seu Wolverine, basta ver em ‘Fonte da Vida’ e ‘Os Miseráveis’, por exemplo, mas talvez ele precise trocar de agente.

            Mas temos atores ruins aqui em Peter Pan também, como o próprio protagonista, que parece que não sabe que expressões de medo e aventura são coisas distintas, por aqui é só caras e bocas, mas pode ver neste papel grande, uma chance de brilhar.

            As duas atuações de Peter Pan dignas de Framboesa de Ouro são do péssimo Garrett Hedlund, como o Capitão Gancho. Ele passa todo o tempo fazendo pose de galã e cantando a personagem da Rooney Mara, sem contar que os dois não têm química alguma. E um dos capangas do Barba Negra, Barrica, que não funciona como alívio cômico e é praticamente um peso morto na história.

            Nada disso, porém, é culpa do diretor Joe Wright, que dirigiu bons filmes com Keira Knightley: Orgulho e Preconceito, Desejo e Reparação e Anna Karerina, mas do péssimo roteiro de Jason Fuchs e de todas as decisões da Warner de mais uma tentativa de franquia para o público infantil, já que os filmes da DC Comics, Batman VS Superman e Esquadrão Suicida, junto com ‘Animais Fantásticos e onde habitam’, que é um derivado de Harry Potter, ficaram para 2016 e o estúdio queria desesperadamente um filme para salvar 2015, já que seu principal lançamento, ‘Mad Max – A Estrada da Fúria’, teve ótimas críticas, mas não foi um estouro de bilheteria e sua tentativa de vender a imagem de Henry Cavill (que interpreta o Superman) em O Agente da U.N.C.L.E., fracassou.

            Na história, Peter Pan é abandonado por sua mãe em um orfanato e a história dá um salto de 12 anos, com a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial e o pequeno Peter sofrendo com a rigidez das freiras que comandam o local. Descobre-se que as freiras vendem as crianças para um grupo de piratas liderado pelo Barba Negra e que elas irão trabalhar em uma mina para gerar riqueza do pó das fadas. Após um mal entendido, Pan quase morre nas mãos do Barba Negra, mas consegue voar e o vilão descobre que ele é o único que pode abrir o portal para o reino das fadas, mas Peter consegue fugir, junto com o seu amigo, Capitão Gancho, descobrem o reino da princesa Tigrinha e tentam chegar ao reino das fadas antes de Barba Negra e sua equipe.

            Esse início do filme é sombrio e quase apocalíptico e parecia que a história iria seguir esse rumo, mas foi pura propaganda enganosa para os clichês e para o clima carnavalesco que seguiria a seguir, ou seja, é pesado demais para os menores e infantil demais para os maiores.

            Se a Warner quer mais uma franquia, já que ela está carente com o fim de Hobbit e seus grandes lançamentos só estreiam ano que vem, não foi com Peter Pan que ela conseguiu.       

Nota: 2,0

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