domingo, 8 de março de 2015

House of Cards - 3ª Temporada


House of Cards – 3ª Temporada

Criada por: Beau Willimon

Ano de lançamento: 2015

Com: Kevin Spacey, Robin Wright, Michael Kelly, Mahershala Ali, Molly Parker, Elizabeth Marvel.

Gênero: Drama Político

Classificação Etária: 16 Anos

Mais política e ousada, House of Cards é imperdível

            House of Cards foi uma grande aposta da Netflix no início de 2013. Foi o teste que a empresa fez para ver se seria possível produzir suas séries próprias. E seria difícil de fazer com que o público acompanhasse vários episódios em um serviço até então, novo. E ainda conseguir manter as coisas básicas, como os custos de produção, salários dos atores e equipe... Foi uma manobra arriscada que poderia ter dado errado, mas, deu mais do que certo.

            A série foi um sucesso de público e crítica e agora está nas premiações, no mesmo patamar de produções de canais milionários, como Game of Thrones e Downton Abbey.

            Foi renovada para uma segunda temporada e agora em 2015, chegou a 3ª temporada.

            Outra renovação da Netflix foi mudar a forma de como vemos episódios de séries: agora não precisamos esperar a semana seguinte para ver um episódio, agora o serviço disponibiliza todos os episódios de uma vez, deixando a cargo do cliente o horário e forma de assistir, seja pela TV, computador, tablet ou celular.

            Mas, como que esta série virou este fenômeno? É uma série política, até aí, nada de novo, nós tivemos ‘The West Wing’ e temos ‘Scandal’, que são excelentes, mas, a forma como é contada é diferente.

            Acompanhamos Frank Underwood (um Kevin Spacey no melhor papel da carreira), o ex-congressista da 1ª temporada e agora na terceira, subiu ao cargo de presidente da República, não necessariamente por méritos. O que a série mostrou foi a história de um tirano, mostrando todos os meios de golpes para atingir o objetivo. Todos os meios mesmo, até a morte.

            Apesar de a série ser um material original, todas as referências estão lá: como não se lembrar de O Príncipe, de Maquiavel, em que ele mostra como um líder pode ser um tirano, e sua frase mais famosa: “os fins justificam os meios”. Ou ainda a referência a Poderoso Chefão: “mantenha seus amigos perto, e os seus inimigos, mais perto ainda”.

            Outro detalhe importante, talvez o mais importante para o sucesso da série, foi a metalinguagem. Em diversos momentos, Frank conversa com o espectador, ou, mesmo sem falar uma só palavra, seu olhar já diz tudo, seja em uma reunião ou em uma discussão com sua esposa, Claire Underwood (Robin Wright, também no melhor papel de sua carreira).

            Claire não é muito diferente de Frank, na verdade, ela também é uma tirana e nesta 3ª temporada, ela está mais politizada e, com o marido na presidência, ela consegue o cargo de Embaixadora.

            A 2ª temporada terminou com um grande gancho e grande expectativa para como poderia ser a presidência de Frank e o que mais ele iria querer.

            Esta temporada começa 6 meses após o término da 2ª, com um Frank tendo a aprovação baixa e fazendo um projeto ousado e impopular: cortar verbas da aposentadoria para investir em empregos, adotando o nome do projeto de America Works, que será sua vitrine para as eleições que ainda virão.

            Paralelamente a isso, temos a história de Doug (Michael Kelly, ótimo no papel!), que, na temporada passada, levou um golpe de tijolo na cabeça, ficou em coma por muito tempo e agora sua amada Rachel está desaparecida. Sua história é quase uma sub-trama durante a temporada. Desde a 1ª temporada ele é fiel a Frank, mas, ao se ver jogado para escanteio, ele “vira a casaca” e apoia a campanha da rival, Heather Dunbar. Doug é um personagem tão intenso que não duvidem se ele ganhar prêmios pelo papel.

            Mas, quem é Heather Dunbar?

            Ela é relatora do Judiciário e, com as eleições por vir e a baixa aprovação de Frank, ela se candidata à presidência e toma a dianteira pela corrida presidencial.

            Heather também consegue o apoio de Jackie, que é assessora de Frank, que, em determinado momento, trabalha como agente dupla para Heather até anunciar que irá se candidatar à presidência também. Aliás, o episódio 11, que é todo focado no debate dos 3, bem como os bastidores, é espetacular.

            São vários elementos que estão nesta temporada: a recuperação de Doug, a luta de Frank para recuperar a popularidade, Claire como mais politizada e a ascensão de Heather. E não há história menor ou maior. A plateia se envolve com tudo, mesmo àqueles que não gostam de política, poder e economia, vai conseguir entender, graças ao roteiro mais do que inteligente desta série criada por Beau Willimon e produzida por muita gente boa do cinema, como os cineastas David Fincher e Andrew Davis. Até Robin Wright está atrás das câmeras, ela dirigiu os episódios 9 e 12. Ela estava sumida após Forrest Gump e seu casamento com Sean Penn, é verdade, mas agora é sua chance de voltar.

            Mesmo tendo dois protagonistas claramente, a série tem coadjuvantes maravilhosos, como os já listados e, mesmo sendo atores desconhecidos do grande público, o roteiro jamais os deixa de lado e os torna fascinantes.

            Como todo e bom season finale de série, termina com um gancho para uma possível quarta temporada, embora tenha um desfecho honesto.

            Seja você fã de séries, não-fã, goste ou não de política, mas, não deixe de conhecer House of Cards e outras grandes séries da Netflix, que só cresce, como ‘Orange is the New Black’ e a recente Unbreakable Kimmy Schmidt.

            E não por isso, que vivemos a chamada fase de ouro das séries de TV.


Nota: 10,0

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Trailer:



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