segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tão Forte e Tão Perto

Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud And Incredibly Close)
Direção: Stephen Daldry
Ano de produção: 2011
Com: Thomas Horn, Max Von Sydow, Sandra Bullock, Viola Davis, Tom Hanks
Gênero: Drama
Classificação Etária: LIVRE
Nota: 4,0

            Analisando a carreira de Stephen Daldry, fica difícil entender o porquê de tanta idolatria e tantos prêmios. Seu filme de estreia, o Cult “Billy Elliot” tem um intuito único: o de fazer chorar. E consegue. Revelou para sempre o até então desconhecido Jamie Bell e recebeu 3 indicações ao Oscar de 2001, incluindo Melhor Direção para Daldry. O filme seguinte, “As Horas”, de 2002 foi muito bem sucedido, foi o filme que deu o Oscar de Melhor Atriz para Nicole Kidman e foi elogiado pelo público e crítica, porém, é artificial como uma natureza morta. Ele só faria um filme novamente em 2008, com “O Leitor”, que não foi um sucesso de público, foi considerado como o vilão do Oscar daquele ano pois muitos acharam que ele não merecia estar indicado de Melhor Filme – e não merecia mesmo, mas deu o Oscar de Melhor Atriz para Kate Winslet. O que dizer desse currículo de Daldry? São 3 filmes bem-sucedidos pela Academia, mas analisando cada um deles, fica claro que todo esse reconhecimento é por, digamos, razões sentimentais. Ou a falta de sentimento. “As Horas” e “O Leitor” não conseguem captar a urgência que as histórias poderosas precisavam. Mas, agora, porém, com esse novo filme, “Tão Forte e Tão Perto”, descobrimos uma nova característica de Daldry: ele é extremamente imperialista. Se bem que em “O Leitor” ele já havia dado sinais disso, quando a personagem de Kate Winslet se revela uma nazista, ela é tratada como heroína da história.

            “Tão Forte e tão Perto” recebeu 2 indicações ao Oscar deste ano: Melhor filme e Ator Coadjuvante para Max Von Sydow. Foi dado como azarão da premiação, pois não tinha chance nenhuma de conquistar prêmio nenhum.

            Esta é a história de Oskar e seu pai, vivido por Tom Hanks, que morre nos atentados de 11 de Setembro de 2001. Ele descobre pelos telefonemas e pelas notícias da TV e isso foi uma tragédia para a criança, afinal, ele tinha seu pai como um herói. Um ano depois da tragédia, Oskar decide vasculhar o guarda-roupa de seu pai e, acidentalmente, quebra um vaso azul, que tinha um envelope escrito Black e dentro dele, tinha uma chave misteriosa. Convencido que ela é um enigma deixado pelo pai para que pudesse desvendar, Oskar inicia uma expedição pela cidade de Nova York, em busca de todos os habitantes que tenham o sobrenome Black. Sua busca chega a um senhor, vivido por Max Von Sydow, que, devido a algumas circunstâncias da vida, é mudo, mas só suas expressões e olhar falam por si só.

            Mas por que o filme é ruim? Primeiro pelo impacto imperialista. Apesar de ser uma história de uma criança, fica claro desde o começo que é uma história sobre as perdas do 11 de setembro, ou a data fatídica, como sugere o garoto. O papel de Oskar é insuportável, é uma criança mimada e sem empatia com o público, apesar de todo o esforço da equipe de produção. E quem mais para fazer o papel de um pai exemplar? O sempre certinho Tom Hanks, é claro. Um dia ele já foi o melhor ator de Hollywood, nos tempos de “Forrest Gump” e “Náufrago”, mas anda mais canastrão e cada  filme, como em O Código da Vinci e Anjos e Demônios e seu jeito mais certinho de bom moço foi até satirizado no filme dos Simpsons. E assim como em Billy Elliot, Daldry opta mais uma vez pela comoção. E consegue. Alguns momentos são comoventes de fato e o filme só não é um desastre total por causa de dois personagens: Max Von Sydow, que, este sim, transmite a alma e urgência que a obra precisava. Mesmo não falando, os melhores momentos do longa são exatamente quando ele está em cena. Além de Sandra Bullock, das atrizes mais improváveis a fazer um papel dramático e a levar um Oscar, em 2010, por Um Sonho Possível.

            E apesar dos prêmios e elogios exagerados aos filmes de Stephen Daldry, não vejo futuro nem presente em nenhuma das obras até aqui. Espero estar errado.



Imagens:











Trailer:



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