segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eu Queria Ter a Sua Vida

Eu queria ter a sua vida (The Change Up)
Direção: David Dobkin
Ano de produção: 2011
Com: Jason Bateman, Ryan Reynolds, Leslie Mann, Olivia Wilde
Gênero: Comédia
Classificação Etária: 14 Anos
Nota: 5,0

            Assistir a “Eu queria ter a sua vida” é quase uma sensação de dejá vu, afinal, este tema, que é a troca de corpo para outra pessoa virou um tema tão batido que a magia da coisa ficou desgasta. Do clássico “Quero Ser Grande”, com Tom Hanks, ao seu clone, “De Repente 30”, o “gênero” ficou mais popular com a franquia bem sucedida nas bilheterias nacionais, “Se eu fosse você”, mas, mal-sucedida artisticamente no meu conceito. E “Eu queria ter a sua vida”, não é diferente. Algumas piadas até funcionam, tem o Jason Bateman, que é um bom ator, a Olivia Wilde, daquela série maravilhosa que foi “House”, mas a impressão de “já vi esse filme antes” é inevitável. Principalmente por pegar carona na nova onda das comédias americanas, depois do estrondoso sucesso de “Se beber, não case”. Outro equívoco é o fato de o filme não decidir para qual lado vai: algumas vezes vai para o lado familiar da coisa e, portanto, sentimental, e por outro lado tem piadas vulgares e sem graça, além de uma desnecessária cena de nudez de Leslie Mann.

            “Eu queria ter a sua vida” conta a história de dois amigos, Dave (Jason Bateman) e Mitch (Ryan Reynolds). Dave é um típico homem exemplar: um pai dedicado de 3 crianças (sendo 2 bebês gêmeos), tem uma bela esposa (Leslie Mann), é bem sucedido na carreira de advogado e está próximo de se tornar sócio da empresa em que trabalha. Já Mitch é exatamente o oposto. Praticamente não trabalha, faz uns trabalhos como ator pornô, é mulherengo e só quer curtir a vida. Mas, como os opostos se atraem, os dois se tornaram amigos. Depois de uma bebedeira (daí é que eu digo que pegou o embalo do sucesso de “Se beber, não case”), os dois vão urinar em uma fonte, quando os dois dizem, ao mesmo tempo a frase: “Eu queria ter a sua vida”, daí ocorre um rápido blecaute na cidade e na manhã seguinte, os dois amanhecem de corpos trocados. A partir daí, a confusão está armada. Mitch, que sempre foi largado e folgado, agora é um pai de família, homem dos negócios, e sujeito responsável. Em uma das sequências mais cômicas, em uma reunião na empresa, Mitch não fala coisa com coisa e quase coloca em risco a promoção de Dave para sócio. Já Dave, por sua vez, tem que se acostumar à vida de vagal e não se dá bem em um constrangedor ensaio pornô. Os dois, claro, querem voltar à vida antiga. Voltam para a bendita fonte, mas a mesma foi removida de lugar pela prefeitura. E no meio do caminho surge a secretária dedicada de Dave, Sabrina, vivida por Olivia Wilde, incrivelmente linda, mas com seu talento, que mostrou em House, desperdiçado. Seus momentos são dedicados a piadas de duplo sentido e o diretor ficou mais preocupado em mostrar as suas curvas. Os dois precisam, então, se acostumar com a nova vida...

            O diretor, David Dobkin (de “Penetras – Bons de bico” e “Bater ou Correr em Londres”), e o roteirista Neal H. Moritz (de “Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio”) se perdem com um roteiro, até que simpático, mas sem profundidade. A edição deste filme aqui é um desastre. Muitas histórias são iniciadas e não têm um desfecho. Após a reunião de negócios, por exemplo, não sabemos o que acontece até a promoção de sócio de Dave. O teste pornográfico de Mitch simplesmente some da história. E os efeitos especiais (sim, esta comédia tem efeitos especiais) são de extremo mau gosto. Logo na abertura, quando Dave vai trocar as fraldas dos bebês, as fezes são desnecessárias e mal feitas. Em outra cena com os bebês, quando os mesmos brincam na cozinha com objetos perigosos, como as facas e o liquidificador, foi tão ridícula e constrangedora que deveria ter ficado de fora da montagem final. E ambas as cenas são tão superficiais que qualquer leigo vê que foram obras de computação gráfica.

            Lamento mesmo, que gente legal como Jason Bateman, que há tempos merecia um papel de destaque e Olivia Wilde, procurando um papel para chamar de seu desde o fim de “House” sejam tão desperdiçados aqui. E que o fracasso comercial e crítico de “Eu queria ter a sua vida” sirva de lição para Dobkin.


Imagens:









Trailer:




Um comentário:

  1. Endereços David Dobkin são excelentes, eu acho que este filme é o melhor que tenha ocorrido, o juiz é uma história com um enredo interessante, o começo pode parecer um pouco lento e não muito relevante, mas eu acho que é essencial que esperar alguns minutos para descobrir a verdadeira história.

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