domingo, 10 de janeiro de 2016

Quentin Tarantino - Filmografia


          Quentin Tarantino é um dos poucos autores da Hollywood atual. Seu cinema é único, feito de um fã para fãs. Curiosamente ele não frequentou faculdade de cinema, mas o que ele coloca em tela é tudo o que ele viu em obras nas quais ele é fã. Nos anos 1980 ele era balconista de videolocadora, na qual ele descobriu diversos filmes e juntando àquilo que ele via na juventude, ele tem um conhecimento vasto na sétima arte.

            E juntando todo esse conhecimento – e também em técnicas de filmagem, edição e tudo mais, em 1992 ele realiza seu primeiro filme: Cães de Aluguel, que estreou sem fazer barulho, mas foi ganhando festivais, ganhou status de cult e tem fãs até hoje, sobretudo porque é um filme basicamente de diálogos, que podem ou não ter ligação com a história, violência estilizada e sem firulas e seus personagens não são exatamente heróis nem exatamente mocinhos, fórmula que ele repetiu ao longo da carreira.

            Mas o reconhecimento só veio em 1994, qual Tarantino dirige e escreve ‘Pulp Fiction – Tempos de Violência’, que é aclamado até hoje como um dos melhores filmes da história, apresenta uma narrativa não-linear, revitalizou a carreira de John Travolta, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de Roteiro Original – também foi indicado a Melhor Filme, mas perdeu para Forrest Gump. Pulp Fiction ainda foi o primeiro filme independente da história a bater a arrecadação de 100 milhões de dólares e está até hoje no imaginário popular em momentos clássicos, como a discussão sobre a Holanda e o “royale com queijo”, a dança clássica com Travolta e Uma Thurman, o relógio de ouro e vários outros momentos.

            Em 1997 ele realiza Jackie Brown, que teve uma recepção fria por parte do público e crítica e embora seja inferior aos 2 primeiros trabalhos do diretor, é um grande filme, uma grande homenagem ao cinema de gângster dos anos 1970 e homenagem à Pam Grier, que é a Jackie Brown do título. o elenco ainda contava com Samuel L. Jackson, Robert De Niro, Bridget Fonda e Michael Keaton.

            Após o mini fracasso de Jackie Brown, Quentin Tarantino se ausentou um pouco de Hollywood e alguns críticos mal intencionados diziam que era o fim de sua carreira e que o sucesso de Pulp Fiction e Cães de Aluguel era um golpe de sorte. Ele fez alguns trabalhos como ator, como em ‘Um Drink no Inferno’ e ‘A Balada do Pistoleiro’, ambos dirigidos por seu amigo Robert Rodriguez, alguns episódios da série Alias, com Jennifer Garner e o péssimo Little Nicky – Um diabo diferente. Como diretor, ele fez um episódio de Grande Hotel, mas parecia pouco para um nome como Tarantino.

            Na verdade, ele estava escrevendo, em segredo, seu novo projeto: Kill Bill, que era uma história de vingança na qual a Noiva se vingaria de Bill, seu então marido, porque a hostilizaram no dia de seu casamento.

            E em 2003 estrearia Kill Bill. Na verdade, Tarantino se divertiu tanto escrevendo que dividiu o projeto em 2 volumes, assim nasceria Kill Bill – Volume 1, que estreou no final de 2003, e Kill Bill – Volume 2, que estreou em abril de 2004. São dois filmes completamente diferentes, sendo que o primeiro é uma grande homenagem aos filmes de samurai, aos animes e ao Bruce Lee, claramente na roupa amarela de Uma Thurman, a mesma que Lee usou em O Jogo da Morte. Já o segundo filme era uma homenagem aos Westerns e tudo relacionado ao Velho Oeste.


            Os dois filmes foram um grande sucesso e depois de realizar Kill Bill, Tarantino se juntou novamente ao seu amigo Robert Rodriguez e o ajudou na direção de ‘Sin City – A Cidade do Pecado’, que é uma adaptação de uma famosa HQ de Frank Miller. O filme estreou em 2005, foi elogiado por público e crítica e teve um grande elenco.

            Mas o grande projeto deles juntos foi o Grindhouse, na qual era uma grande homenagem aos filmes de terror b dos anos 70. As sessões Grindhouse consistiam em cinemas baratos, que exibiam 2 filmes a preço de 1 e era um terror que continha mulheres sensuais sendo aterrorizadas por machões, zumbis ou monstros.

            E respeitando tudo isso, o projeto de Tarantino e Rodriguez tinha 2 filmes, cada um dirigiu um: Rodriguez dirigiu ‘Planeta Terror’ e Tarantino dirigiu ‘À Prova de Morte’. Nenhum dos dois foi um estouro de bilheteria, mas tiveram um legião de fãs que lotaram as sessões e se sentiram homenageados. São dois filmes muito bacanas e merecem ser vistos por fãs de cinema de terror. Quem não curte pode achar o viagem maluca e sem sentido, o que justifica o não-sucesso de ambos.



            Esses últimos filmes Quentin Tarantino estava fazendo para se divertir e divertir seu público, mas ele queria voltar às premiações e às glórias de Pulp Fiction e Cães de Aluguel. E ele pensou em realizar filmes históricos, mas não da forma que você imagina: ele reescreveria a História em uma espécie de trilogia: primeiro seria sobre a 2ª Guerra Mundial com Bastardos Inglórios, depois seria sobre a escravidão com Django Livre e por último sobre a Guerra Civil Americana em Os Oito Odiados.

            Bastardos Inglórios estreou em 2009 e muitos consideram este o melhor filme do diretor. É realmente seu trabalho mais sóbrio, um grande feito de bravura e coragem e é absolutamente delicioso de se ver, sobretudo porque ele mostra a 2ª grande guerra do ponto de vista dos judeus – e dando um desfecho interessante a Hitler. O filme ainda revelou esse sujeito chamado Christoph Waltz, que está incrível no filme como o general nazista, Landa e ele ganhou todos os prêmios possíveis com esse papel – inclusive Oscar e Globo de Ouro. Todos merecidos. Bastardos Inglórios também revelou a francesa Mélanie Laurent, que interpreta uma moça judia que teve sua família morta pelo exército de Landa. Bastardos Inglórios trouxe Tarantino de volta ao Oscar, mas acabou perdendo para Guerra ao Terror, na qual deu o 1º Oscar de direção a uma mulher, que era Kathryn Bigelow.

            Três anos depois ele realiza Django Livre, igualmente corajoso e delicioso, que apresentava um escravo, vivido por Jamie Foxx, que se tornara livre graças ao Christoph Waltz e deseja resgatar sua esposa, que é escrava na casa do personagem vivido por Leonardo di Caprio. Quem faz a esposa é a sempre ótima Kerry Washington e depois deste filme ela se tornou quase um ícone sendo a protagonista da série Scandal e sendo indicada a prêmios pelo papel. Django Livre deu novamente o Oscar a Waltz e o filme ainda levou o prêmio de Roteiro Original.


            E agora, com o mesmo espaço de 3 anos, Tarantino escreve e dirige Os 8 Odiados, sobre a Guerra Civil Americana...

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