segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Drácula - A História Nunca Contada


Drácula – A história nunca contada (Dracula Untold)

Direção: Gary Shore

Ano de produção: 2014

Com: Luke Evans, Sarah Gadon, Dominic Cooper.

Gênero: Aventura

Classificação Etária: 14 Anos


O novo Drácula é mais do mesmo – só que pior

            Foi no final do século XIX que o escritor irlandês Bram Stoker criou o Drácula e passados mais de 100 anos, este é dos personagens mais adaptados e estudados pela cultura pop.

            Como não se lembrar de, por exemplo, ‘Drácula de Bram Stoker’, do grande Francis Ford Coppola, de 1992, que era uma adaptação honesta e continha um grande elenco. Valorizava o gênero terror, sem esquecer a origem clássica.

            E por se tratar de um personagem tão influente, logo, os estúdios viram que não deveriam ficar para trás e decidiram reinventar a história do conde Vlad para os novos tempos.

            A idéia de adaptar contos clássicos para os dias atuais não é ruim. Muito pelo contrário, as grandes histórias devem ser passadas de geração para geração e sim, têm que ser atualizadas para quem não a conhece e apreciar para valorizar o clássico sem destratar o novo.

            O problema é que a Hollywood atual coloca um fiapo de história nessas adaptações, dificilmente coloca um diretor bom no comando e no final fica um filme de produtor, além de várias tentativas de ser o novo ‘Crepúsculo’, algo sem maturidade e com o intuito negativo de atingir o público adolescente.

            Todas as adaptações de contos até agora foram muito bem de bilheteria, mas a qualidade é um pouco duvidosa. Somente ‘Malévola’ tem alguma graça, mas menos por méritos do filme e sim, por ter ‘Angelina Jolie’ à vontade no papel e voltando a atuar depois dos acontecimentos turbulentos em sua vida. Mas ‘A garota da capa vermelha’; ‘Espelho, espelho meu’ e ‘Branca de neve e o caçador’ são grandes desastres.

            E agora Hollywood transformou a história do conde Vlad, conhecido como Drácula em uma super produção.

            Toda a figura sombria que continha no conto original, misturado com os acontecimentos vitorianos da época se perdeu em uma trama insossa, sem vida e sim, um filme de produtor.

            Todas as exigências dos estúdios estão lá: grandes batalhas, um drama aqui e ali e um romance de fundo. E no caso de uma produção deste tamanho precisava de uma mão firme do diretor para tomar decisões e não deixar os produtores fazerem um filme só para eles. Possivelmente por isso, o diretor Gary Shore e os roteiristas Matt Sazama e Burk Sharpless sejam inexperientes e não poderiam realizar o filme que quisessem.

            E os problemas de ‘Drácula – A história nunca contada’ não param por aí: o filme quer explicar tudo e dar uma didática maior à história que não deveria ser levada tão a sério. Isso é uma coisa que os estúdios deveriam aprender que às vezes, a dúvida é saudável para o andamento da obra e deixar para que a platéia tire suas conclusões. Se ficarmos parados no tempo com explicações desnecessárias, o cinema nunca vai evoluir.

            O Drácula agora tem motivações: desta vez ele deve proteger quem ele ama: sua família e seu povo. É uma tentativa frustrada de humanizar o personagem e fazer a platéia torcer por ele. Isso é outra exigência dos estúdios: o novo ‘homem-aranha’ com Andrew Garfield tem o mesmo problema.

            E como se não bastasse tudo isso, a escolha do elenco também é fraca: Luke Evans está muito bem na franquia ‘O Hobbit’, mas aqui tem um personagem que não exige muito dele e não parece a vontade no papel, o mesmo se diz de Sarah Gadon (de ‘Cosmópolis’). E em um filme de aventura, exige-se um vilão de qualidade, certo? Bom, não é o caso aqui, Dominic Cooper como Mehmed tem um papel constrangedor e sem carisma. Ele é uma aposta de Hollywood para os próximos anos. Recentemente ele também fez o fraco ‘Need for Speed’.

            As lutas são uma tentativa de “quero ser 300 de Esparta”, mas muito mal feitas, bem como sua Direção de Arte claramente com fundo verde.

            É um insulto por se tratar de uma produção cara como esta.

            O principal motivo para ‘Drácula – A história nunca contada’ acontecer é a tentativa da Universal em criar uma nova franquia. No momento, eles só estão com ‘Velozes e Furiosos’. É pouco para um estúdio deste tamanho e se depender do sucesso deste filme aqui, a continuação logo chegará.

            Ao menos, o desfecho é bacana e abriu alas para uma nova roupagem e época para a história. Material e dinheiro tem para fazer uma boa continuação e sem desrespeitar a inteligência de quem assiste.

            Fica para a próxima.


Nota: 3,0

Imagens:










Trailer:


Nenhum comentário:

Postar um comentário