terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sombras da Noite


Sombras da Noite (Dark Shadows)

Direção: Tim Burton

Ano de produção: 2012

Com: Johnny Deep, Eva Green, Michelle Pfeiffer, Bella Heathcote, Helena Bonham Carter, Chloe Grace Moretz, Jackie Earle Haley.

Gênero: Comédia de Terror

Classificação Etária: 14 Anos

Nota: 8,5


            Logo no primeiro minuto de “Sombras da Noite”, sem saber nada do filme, já se sabe que se trata de uma obra de Tim Burton, afinal, todos os ingredientes de seus filmes mais clássicos como “Edward – Mãos de Tesoura” e “Os Fantasmas de Divertem” estão lá: personagens excêntricos e um mundo paralelo e bizarro. Felizmente, Burton voltou às suas origens mais esquisitas antes de ele mudar, na minha opinião, para a pior, com um lado mais blockbuster em grandes produções como “Alice” e o “Planeta dos Macacos” de 2001. Talvez porque neste novo filme, “Sombras da Noite”, Tim não tem aquela pressão dos estúdios de realizar um arrasa-quarteirão.

            “Sombras da Noite” é baseado em uma série da TV americana, Dark Shadows,  e se passa, no início, em 1772, quando Barnabas Collins (Deep) é o herdeiro de uma poderosa família que estava com um lucrativo negócio de pesca do então novo mundo, ou seja, nos EUA. Quando ele resolve se casar com a então empregada da mansão, Angelique (Eva Green), Barnabas não tem idéia da tragédia que iria acontecer em sua vida: ele a trai com uma moça muito mais jovem e angelical e Angelique se revela uma bruxa obsessiva, que mata os pais de Barnabas, faz a amante se matar e como se não bastasse, faz com que toda a cidade de Collinsport se revolte contra ele e o transforma em vampiro, prendendo-o em um caixão, onde Barnabas vive por lá por 200 anos.

            Na outra, digamos, parte da história, Barnabas ressurge de uma maneira no mínimo bizarra: o ano é 1972, muita coisa mudou e durante uma construção de um prédio, os operários despertam Barnabas sem querer e ele, com muita sede de sangue humano (afinal foram 200 anos!) mata todos os operários e volta à sua família. Mas esta família está financeiramente quebrada, mais por causa da ambição de Angelique que roubou e desviou tudo e um de seus objetivos novos e, claro, vingança.

            A história, porém, não para por aí: apesar de ter um grande astro como Johnny Deep no elenco, todos os personagens têm seu papel de destaque, principalmente o elenco feminino. A própria Eva Green tem um passado e presente pitoresco, revelando um amor estranho e obsessivo por Barnabas, Bella Heathcote, que faz Josette, a amante-suicida que , por causa de uma brincadeira do diretor, faz a nova babá da casa, Victória, em 1972. Ela que, aliás, tem um passado tão bizarro quanto peculiar: por causa de seu dom de ver gente morta, seus pais a internaram em um hospício onde ela passou a infância e parte da adolescência, até que ela foge e encontra a vaga de babá em um jornal. Michelle Pfeiffer, que estava sumida também está ótima como a patriarca da nova família e está tão boa quanto Deep. Helena Bonham Carter, mesmo eu não gostando muito dela, tenho que admitir que o papel de psiquiatra maluca que caiu bem, embora seja um papel muito secundário. E finalmente, Chloe Grace Moretz, que é uma atriz que eu infalivelmente adoro, faz Carolyn, a filha mimada da família, mas está uma doçura no papel. E não deixem de prestar atenção em Alice Cooper, fazendo papel dele mesmo em um show de rock promovido por Barnabas.

            O filme é cheio de referências e piadas irônicas, as referências ficam com a sociedade da época, desde uma sessão de Amargo Regresso, com Jon Voight, passando pela geração hippie da época (a cena em que Barnabas se encontra com eles é deliciosa, que, infelizmente, não contarei o que acontece) e a ironia fica com o fato que sendo o personagem de Deep um vampiro era natural que as pessoas o temeriam, mas é ele que morre de medo do povo, ele considera a geração nova muito “estranha” e suas frases são tão antiquadas que ninguém fala mais assim, como Angelique assim descreve.

            Embora esta não seja a melhor parceria entre Deep e Burton, este aqui foge, por exemplo, de ser o desastre que foi “Alice”, embora não seja nenhum “Ed Wood”, mas é um, digamos, “Tim Burton da gema”.


Imagens:













Trailer: 



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