domingo, 19 de janeiro de 2014

Frozen - Uma Aventura Congelante

Frozen – Uma Aventura Congelante (Frozen)


Direção: Chris Buck & Jennifer Lee

Ano de produção: 2013

Vozes de: Kristen Bell, Idina Menzel.

Gênero: Animação

Classificação Etária: LIVRE


“Frozen” demonstra que nem só de Pixar vive a Disney.

            Na última década, parecia que a Disney dependia da Pixar para realizar grandes animações. Alguns títulos clássicos e já históricos como “Ratatouille” e “Wall-E” configuraram esse estúdio poderoso de Hollywood, mas faltava um filme puramente da Disney. E vimos também a ascensão e consolidação de outros grandes estúdios como a Fox Animation, com sua “A Era do Gelo” e principalmente a DreamWorks SKG, de Steven Spielberg, que não só se consolidou no mercado cinematográfico, como às vezes apresenta resultado até melhores do que a Disney, tanto de qualidade quanto em bilheterias, basta ver que eles são os criadores de franquias como “Shrek”, “Madagascar” e “Kung Fu Panda”.

            Mas, tudo mudou em 2010, quando a Disney produziu o delicioso “Enrolados”, que contou a história de Rapunzel de um ponto de vista diferente e adaptada aos novos tempos. O filme foi um sucesso de público e crítica e foi a melhor animação puramente da Disney em anos.

            Em 2012, a Disney deu um passo à frente e produziu das melhores animações de sua história com “Detona Ralph”. E não é só dos melhores, como é, de longe, a adaptação mais honesta que o cinema já fez do universo dos videogames. Detona Ralph recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme de Animação, mas perdeu, injustamente, para “Valente”, da Pixar.

            E agora, a Disney, deu uma nova evolução à sua carreira: de se adaptar aos novos tempos sem perder sua tradição e com um belo trabalho de pesquisa e roteiro. Daí nasceu sua nova animação: “Frozen – Uma Aventura Congelante”.

            Sem falar besteira nenhuma e sem grandes pretensões, digo que “Frozen” é a melhor animação da Disney desde “O Rei Leão”, em 1994.

            Não tem jeito, por mais que as coisas evoluam e muitas modas vêm e vão, para a Disney, são as princesas que garantem seu sucesso absoluto. Desde “Branca de Neve”, em 1937, passando pela “Bela Adormecida” e “A Pequena Sereia”, a Disney sempre resgata suas princesas até para mostrar para essa geração que a magia ainda está viva e que o público infantil deve sim, ter o hábito de sonhar.

            Para ver que a Disney não abandona suas princesas e que elas sempre voltam, basta ver que o próprio “Enrolados” é um resgate de uma de suas principais princesas, que é a Rapunzel. Até entre os filmes de carne e osso isso é visível, basta ver exemplos como “Diário da Princesa”, que é uma graça e foi o filme que lançou a Anne Hathaway para o estrelato e se tornou a grande atriz que é hoje. E também temos o gracioso “Encantada”, com a irresistível Amy Adams como princesa. E o que dizer da “Tinker Bell”, uma evolução da Sininho que não se para de lançar filmes, desenhos e brinquedos dela?

            E olhando para tudo isso, a Disney viu que precisava realizar um produto diferente e estava carente de boas ideias. Daí que, em 2008, Jennifer Lee leu o conto “A Rainha do Gelo” e levou para o estúdio a ideia de realizar “Frozen”. Foram 5 anos de trabalho intenso, desde a ideia, concepção, roteiro e pesquisa até entregar o melhor material possível para o público.

            Os produtores passaram meses na Noruega, exatamente para estudar a neve e como ficar o mais real possível e dentro do que caberia na tecnologia atual. E o resultado é lindo! Além dos belíssimos efeitos e detalhes da neve, ainda é possível enxergar esses detalhes com o uso da tecnologia 3D: desde a neve derretendo até os flocos indo em direção à plateia com a profundidade e cenários ao fundo. O resultado é de encher os olhos.

            Não só os detalhes de neve estão ótimos, mas também os detalhes mais, digamos, humanos. Os trejeitos dos personagens, em especial às princesas, é algo que praticamente só se vê em filmes de captura de movimento. As expressões e emoções das princesas, embalada por uma trilha sonora espetacular (trilha indicada ao Oscar) também participam e são um atrativo maior da história.

            Na sinopse, temos duas irmãs, Elza e Anna (vozes de Idina Menzel e Kristen Bell, respectivamente) que vivem em um castelo e são duas princesas. As duas são muito unidas, até que Elza descobre que tem o poder de transformar em tudo que toca em gelo. Seus pais decidem, então, isolá-la do resto do mundo, inclusive de sua irmã. Quando as duas crescem, praticamente como filhas únicas, seus pais morrem e o trono de rainha fica com a irmã mais velha, no caso, a própria Elza. Um acontecimento (que não vou contra aqui) faz com que Elza fuja do reino, fazendo sua irmã partir em sua busca, presenciando situações e personagens bizarros.

            Não é exagero dizer que “Frozen” é um filme perfeito. Não só como filme de animação. Mas como filme mesmo. Com certeza, está entre os melhores de 2013. Além da parte técnica, o filme é qualidade em roteiro, emoções, alívios cômicos e do jeito Disney atiçar a plateia. Há muitas músicas, como manda o protocolo, mas, analisando o contexto e até as letras, fizeram todo o sentido. Os alívios cômicos estão hilariantes, principalmente na pele do boneco de neve Olaf (aqui na versão dublada, é interpretado pelo Fábio Porchat) – ele é, com certeza, dono das melhores piadas do filme.

            Por se tratar de um filme de princesas, há romance, claro, mas não da forma que estamos acostumados: a mocinha, Anna (sim, ela é a protagonista, não Elza), não é exatamente pura, ela é sim, doce, mas é o mais parecido com pessoas como nós. Ela não é apontada como perfeita, mas é uma princesa mais, digamos, popular.

            O roteiro de Jennifer Lee (que também escreveu “Detona Ralph”) é absolutamente bem feito, sem esquecer as tradições e deixando claro que o público que está indo ao cinema hoje é diferente do de há 30 anos.

            Há alguns dias que estreou “Frozen”, ainda pode ser cedo, mas não é exagero nenhum dizer que essa animação é uma pequena obra-prima e também já clássica.


Nota: 10,0


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