domingo, 15 de setembro de 2013

O Ataque

O Ataque (White House Down)
Direção: Roland Emmerich
Ano de produção: 2013
Com: Jamie Foxx, Channing Tatum, Joey King, James Woods, Maggie Gyllenhall, Richard, Jenkins.
Gênero: Ação
Classificação Etária: 14 Anos



Inspirado como nunca, Emmerich um filme com sua marca.

            De início, o título em português para O Ataque seria “Ataque à Casa Branca”, mas, como tivemos, no primeiro semestre deste ano o também longa de ação, “Invasão à Casa Branca”, com Morgan Freeman, já disponível em DVD e no Netflix, os tradutores não acharam conveniente confundir mais o público. as  semelhanças entre os dois longas são muitas. A principal diferença está no orçamento e distribuição. Invasão à Casa Branca chegou como filme modesto e quase sem alarde e foi muito bem nas bilheterias, e foi sendo descoberto pelo grande público, principalmente quando chegou em DVD, mas, fundamentalmente quando ele estreou no Netflix, serviço bastante popular e importante para a propagação de filmes e séries para o grande público.

            O caso de O Ataque foi um pouco diferente. Estreou com status de super produção, com um orçamento de 150 milhões de dólares, faturando mais do que o dobro no mundo inteiro, principalmente na Europa e aqui no Brasil, onde o diretor Roland Emmerich tem muitos fãs.

            Após o fracasso de 10000 a.C, do já obsoleto 2012 e do estranho “Anônimo”, Emmerich finalmente reencontra a acolhida popular que o consagrou. Ele é o responsável pelo megassucesso “Independence Day”, que faturou mais de 800 milhões de dólares pelo mundo todo e aqui no Brasil fez mais de 4 milhões de espectadores no ano de 1996. Nele, teve a cena antológica da explosão da Casa Branca por um ataque alienígena, fez crescer a carreira bem sucedida de Will Smith e ainda de “presente”, faturou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais. Mas seu melhor filme é “O Dia Depois de amanhã”, com uma história até interessante, que tinha como pano de fundo o Aquecimento Global e nos apreciou com a Big Apple sendo engolida pelo gelo. Por aqui, em “O Ataque”, há cenas antológicas e surreais de ação, um roteiro ora afiado, ora cheio de reviravoltas absurdas e um ótimo elenco.

            O Ataque conta a história de um rapaz, John Cale (Channing Tatum) daqueles típicos heróis de ação: carismático, sem dinheiro e desprezado pela filha e esposa. Sua filha é incrivelmente inteligente, adora política e é fã do presidente norte-americano, James Swayer (Jamie Foxx). Para tentar se aproximar da filha, ele lhe consegue ingressos para excursões à Casa Branca, bem no dia em que ele vai até a residência para uma entrevista de emprego para o Serviço Secreto. Numa dessas sortes (ou azares) da vida, ocorre um ataque terrorista dentro da Casa Branca, quase todos são tomados como reféns, mas Cale consegue salvar o presidente. O caso vira escândalo mundial em minutos, a Casa está tomada pela mídia, polícia e exército, mas o presidente ainda está desaparecido e seu “herói”, Cale, também, e os terroristas estão irredutíveis: o interesse está além do dinheiro para libertar os reféns e o Presidente...

            No quesito humor e referências, “O Ataque” é um filme perfeito. Sua melhor qualidade é não se levar muito a sério. O filme brinca o tempo todo com poder e política. As semelhanças de Jamie Foxx e o presidente Barack Obama são inevitáveis: além de serem afro-descendentes, são simpáticos e carismáticos. Channing Tatum, que não é um grande ator, funcionou muito bem aqui como herói de ação do estilo Rambo e Duro de Matar. É muito bom rever James Woods (que estava sumido) como chefe do serviço secreto americano em cena. Maggie Gyllenhall está bem como sempre, neste caso, como funcionária do Serviço Secreto. Um destaque muito positivo do filme é a pequena Emily, de 11 anos, que por aqui faz a filha de Tatum, vivida pela novata Joey King. Ela é uma graça e o papel de jovem nerd viciada em política que caiu tão bem que ela merecia um filme próprio.

            As piadas estão espertas, o filme brinca com o caso de Kennedy com a Marilyn Monroe, com a política americana e até com Independence Day(!). Há referências com a atual juventude e a tecnologia, que nos ajuda muito hoje em dia (não entrarei em detalhes, pois a cena merece ser vista com surpresas).

            As cenas de ação estão pra lá de absurdas como a perseguição de carro dentro da Casa Branca, que termina com o carro na piscina(!), explosão, de novo, da Casa Branca e explosão do avião presidencial, Air Force One.

            O final do filme é apenas correto e até enfadonho, e o roteiro, como um todo, é preguiçoso. Infelizmente a desculpa para o ataque em si é tão absurda que deu a impressão que o estúdio não queria um roteirista e sim um produtor que suprisse o resultado artificial e superficial da obra, que vai continuar faturando milhões ao redor do mundo, de certa forma o sucesso é merecido, mas nada como ter um mínimo para um filme: roteiro melhor escrito.
          

Nota: 7,0




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