Muitos reclamam – e com razão – da falta de criatividade
de Hollywood, basta olhar os blockbusters de 2016: a grande maioria é adaptação
ou continuação de algo já feito. Isso quando não são remakes.
Mas Hollywood vive dos remakes e há várias histórias que
até precisam de uma revitalizada de tempos em tempos e engana-se quem acha que
isso seja algo recente. A prova é o clássico Sete Homens e Um Destino, de 1960,
que é uma visão do clássico Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, feito em 1954,
foi um grande sucesso de público e crítica, reuniu um grande elenco e é
cultuado até hoje, tanto que não foram poucos os que viram com maus olhos
quando foi anunciado que seria lançado um remake dele – e ainda próximo a um
remake que não foi bem aceito como Ben-Hur, que estreou no mês passado.
Mas, quem torcia o nariz para a nova versão de Sete
Homens e Um Destino possivelmente não olhou os nomes envolvidos na produção,
começando pelo diretor, Antoine Fuqua, que dirigiu Dia de Treinamento, o subestimado
Assassinos Substitutos, entre outros. A trilha sonora é composta por James
Horner, que compôs nada menos do que as duas maiores bilheterias da história:
Avatar e Titanic e um dos roteiristas é Nic Pizzolatto, o criador da primeira
temporada de True Detective.
Quanto ao elenco, quem acompanha a carreira de Denzel
Washington sabe que ele não entra em qualquer projeto, Chris Pratt é o
queridinho da vez em Hollywood, Ethan Hawke e Vincent D’Onofrio (o Wilson fisk
da série Demolidor) estão em um bom momento da carreira e Haley Bennett é uma
estrela em ascensão.
Com todos esses fatores, era muito improvável que Sete
Homens e Um Destino desse errado. É ingrato compará-lo com o filme de Akira,
que é intocável, mas com o filme de 1960 dá e em muitos momentos esse remake se
sai melhor do que o western feito há 56 anos.
Sete Homens e Um Destino tem um prólogo muito
interessante que já leva o espectador para dentro da história: um grupo de
criminosos faz um massacre em um vilarejo e assassina o marido de Emma
(personagem da Haley Bennett). Ela decide procurar o pistoleiro Sam Chisolm
(Denzel Washington) para vingar o seu marido e Sam reúne um grupo com mais 6
mercenários para praticar justiça.
Quem procura inovações, é melhor buscar em outra sala de
exibição: Sete Homens e Um Destino apresenta uma ação brucutu à moda antiga e
não é muito diferente dos clássicos do gênero dos anos 80, como os filmes de
Stallone ou Chuck Norris e praticamente aqui não há surpresas, já que não é
difícil imaginar o desfecho deste filme.
A grande diferença aqui é que os clichês funcionam,
sobretudo pela boa Direção de Arte e as cenas de ação empolgam (embora exista
um ou outro CGI mal feito) e o elenco está muito bem afiado junto, mas o
talento individual transmite o carisma que a platéia precisa para comprar a
ideia do longa. Há um arco dramático interessante, sobretudo pelo personagem da
Haley Bennett, mas há alguns alívios cômicos, principalmente pelo personagem do
Chris Pratt e que também relembram os clássicos do gênero western dos anos 60.
Aliás, a personagem de Haley Bennett poderia ser apenas a
“mocinha em perigo”, mas ela tem uma presença maior do que a personagem exigia.
Ela não é a protagonista da história, mas tudo acaba convergindo nela – e a
ação só ocorre depois de seu chamado. Haley também estará na adaptação do livro
A Garota no Trem, com estréia prevista para novembro.
Sete Homens e Um Destino é divertido e despretensioso e
não dá para reclamar disso: não é para se divertir que vamos ao cinema?
Nota:
8,0
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