Renée
Kathleen Zellweger nasceu em 25 de abril de 1969, no Texas, nos EUA. Quando
terminou o colégio, em 1987, trabalhou como garçonete, foi ginasta, líder de
torcida, mas ela sabia que queria mesmo ser atriz: foi estudar Língua Inglesa
na Universidade do Texas e era atriz de teatro amador.
Depois de se formar, no início dos ano 90, fez testes
para comerciais e caiu em filmes de baixo orçamento, como O Massacre da Serra
Elétrica – O Retorno, em 1994, e a comédia Jovens, Loucos e Rebeldes, de 1993 e
dirigida por Richard Linklater (indicado ao Oscar em 2015 por Boyhood de Melhor
Diretor). Em ambos os casos ela contracena com outro ator em início de
carreira, Matthew McConaughey e, neste último filme, um novo ator também
começaria sua trajetória de sucesso: Ben Affleck.
Mas Renée só se tornou um rosto conhecido após ser
chamada para viver a graciosa Dorothy em Jerry Maguire – A Grande Virada, em
1996, onde ela interpreta o interesse amoroso de Tom Cruise e para o papel de
Dorothy, estavam cotadas Cameron Diaz, Bridget Fonda, Winona Ryder e Marisa
Tomei. Mas, segundo o próprio diretor Cameron Crowe, “nenhuma delas tinha o
frescor de Renée”.
Jerry Maguire foi um grande sucesso de público e crítica,
recebeu 5 indicações ao Oscar e venceu em Ator Coadjuvante para Cuba Gooding
Jr.
E a partir daí, Renée se tornaria um rosto conhecido no
mundo inteiro.
Linda, carismática, ótima atriz e versátil. Era tudo o
que Hollywood queria. Tanto que, nos anos seguintes, ela esteve presente tanto
em filmes de alto orçamento quanto os independentes. Tanto os estúdios quanto
seu agente viam que ela chamava a atenção onde passava e ela se tornou um rosto
presente, sobretudo nas premiações...
Em 1998 ela teve a honra de interpretar a filha de Meryl
Streep em Um Amor Verdadeiro, papel que garantiu mais uma indicação de Melhor
Atriz para Meryl, mas, injustamente, Renée foi ignorada pela Academia.
2000 foi um outro ano de virada para Renée: ela atuou ao
lado de Jim Carrey na comédia Eu, eu mesmo e Irene (ela interpreta a “Irene” do
título) e foi aí que ela e Jim tiveram um rápido relacionamento.
Também foi em 2000 que ela fez um de seus melhores papéis
(se não, o melhor!): A Enfermeira Betty é uma comédia irresistível, inteligente
e não fez o sucesso que merecia, mas Renée faturou o Globo de Ouro pelo papel.
E quando todos pensavam que seria sua primeira indicação ao Oscar, a Academia a
ignorou novamente e não a indicou para Melhor Atriz pelo papel (e premiou Julia
Roberts pelo mediano Erin Brockovich).
E para mostrar que Renée é uma atriz irreverente, quando
seu nome foi anunciado no Globo de Ouro, ela estava no banheiro na hora.
Foi no ano seguinte que ela finalmente teve seu
reconhecimento pela Academia: ela foi indicada ao Oscar por O Diário de Bridget
Jones interpretando a personagem-título na adaptação do livro de Helen
Fielding.
O filme foi um sucesso de público e crítica e Renée foi
ovacionada pelo papel, mas, para o Oscar, a concorrência estava grande: quem
ganhou foi Halle Berry por A Última Ceia, tornando-se a primeira negra a vencer
o Oscar de Melhor Atriz, e ainda foram indicadas, na ocasião, Nicole Kidman por
Moulin Rouge e SissySpacek por Entre Quatro Paredes. Não tinha como Renée
vencer.
No Oscar de 2003, Renée teve a sua segunda indicação, de
Melhor Atriz por seu papel de Roxie Hart no musical Chicago. Renée venceu
novamente o Globo de Ouro pelo papel e no Oscar perdeu para Nicole Kidman por
seu papel no drama As Horas. Curiosamente, Chicago foi o grande vencedor do
Oscar de Melhor Filme naquela noite.
No mesmo ano de 2003, ela atuou ao lado de Ewan McGregor
na irresistível comédia Abaixo o Amor, que não foi bem nos cinemas, mas se
recuperou no home vídeo.
No ano seguinte, em 2004, parecia que seria a
consolidação de Renée Zellweger: ela venceu todos os prêmios de Atriz
Coadjuvante por seu papel em Cold Mountain: Globo de Ouro, Bafta, SAG Awards e,
finalmente, o tão sonhado Oscar.
Cold Mountain não foi tão bem recebido quanto o esperado,
a crítica ficou dividida e, na ocasião, foi o responsável pela não indicação de
um filme da Miramax para Melhor Filme no Oscar em 12 anos.
Mas a crítica isentou Renée, que sim, foi muito elogiada
pelo papel.
Este que vos fala considera o papel de Renée o ponto alto
do filme e que, em seus momentos, o filme soltava faíscas.
E com vários projetos encaminhados, Renée era a
queridinha da vez, e parecia que ninguém a seguraria.
Mas só parecia: ela foi voz na animação da DreamWorks, O
Espanta Tubarões, que embora tenha ido bem de bilheteria, ficou à sombra de
Procurando Nemo e foi constantemente comparado.
No mesmo ano de 2004, estreou a continuação de Bridget
Jones, com o subtítulo de No Limite da Razão, que embora seja competente e
bem-feita, não foi nem de longe o impacto do filme de 2001.
Em 2005, ninguém conseguiu entender o fracasso de público
e crítica de A Luta Pela Esperança: é um drama feito para Oscar, estreou bem na
época das premiações, tem uma fórmula que a Academia adora, tem a mesma equipe
premiada por Uma Mente Brilhante, mas o filme não emplacou, sobretudo pela direção
preguiçosa de Ron Howard e pela falta de química entre Russell Crowe e Renée
Zellweger.
Nos anos seguintes, ela basicamente, só teve sucesso como
dubladora das animações da DreamWorks, Bee Movie e Monstros vs Alienígenas. Já
seus filmes em live action não emplacaram: Miss Potter (que até foi indicada ao
Globo de Ouro pelo papel, mais por razões protocolares do que críticas), O Amor
Não Tem Regras e Recém Chegada, mas o fundo do poço foi o péssimo suspense Caso
39: o filme foi destruído pela crítica e também foi o responsável por destruir
a carreira de Renée: ela nunca mais faria um filme conhecido e até O Bebê de
Bridget Jones, ela passou esses anos longe dos holofotes e parecia que sua
carreira havia chegado ao fim.
O Bebê de Bridget Jones é o retorno de Renée aos grandes
papéis? Apenas o tempo dirá.
Quando
começaram as filmagens deste novo filme, ela apareceu com o visual diferente,
sobretudo pelo excesso de cirurgias realizadas quando estava no auge.
Temos
grandes atrizes hoje em dia, mas Renée faz falta em Hollywood, sobretudo por
sua autenticidade e capacidade de alternar pelos papéis diferentes.
Ela
entrou na maldição do Oscar, é verdade, mas fica a pergunta: ela fez menos
filmes conhecidos por falta de oportunidades ou sua carreira declinando foi um
retrato de Hollywood em querer reciclar suas atrizes quando lhe convém?
Jennifer Lawrence que se cuide!