terça-feira, 30 de junho de 2015

O Exterminador do Futuro - A Franquia


          Antes do primeiro Exterminador do Futuro de 1984, tanto Arnold Schwarzenegger quanto o diretor James Cameron não tinham crédito nenhum em Hollywood. Arnold nasceu na Áustria, já foi premiado com o título de Mister Universo aos 20 anos, venceu o concurso Mr. Olympia por 7 vezes e foi adepto ao fisiculturismo. Quando chegou aos EUA nos anos 1960 chegou com a responsabilidade de driblar o nome de difícil pronúncia e a não-nacionalidade americana.

            Teve um início de carreira em grandes pérolas como ‘Hércules em Nova York’ em 1969 e durante os anos 70 se envolveu em papéis pequenos até seu primeiro papel de destaque em 1982 em Conan – O Bárbaro, que foi fundamental para a escolha de protagonista de O Exterminador do Futuro, que não era a primeira escolha do diretor James Cameron...

            Cameron é canadense e bacharel em física, mas, assim como Arnold teve um começo difícil em Hollywood e também com uma pérola chamada ‘Piranha 2 – Assassinas Voadoras’, em 1981.

            No ano seguinte o diretor Ridley Scott lança a ficção científica ‘Blade Runner – O Caçador de Andróides’, que mostrava um futuro sombrio. Foi um grande fracasso na época, mas se tornou cultuado com o passar dos anos. Mas James Cameron sempre se declarou fã do filme e o inspirou a realizar a ficção O Exterminador do Futuro.

            A produção teve um orçamento modesto. Custou míseros 6 milhões de dólares e nota-se esse baixo custo vendo o filme, tanto na fotografia escura quanto nos efeitos que hoje em dia parecem estar datados, mas nada que atrapalhe se visto atualmente, afinal, a produção pode passar com o tempo, mas a história não.

            E mal eles sabiam que nascia aí um dos maiores fenômenos pop da história: O Exterminador do Futuro foi um grande sucesso de público e crítica, faturou quase 50 milhões de dólares no mundo inteiro, gerou continuações, moda, produtos e estudos. E transformou Schwarzenegger em um grande astro de filmes de ação (e de algumas comédias também!) e também transformou o diretor James Cameron no grande Midas que é até hoje. Ele foi dos primeiros a arriscar a computação gráfica em ‘O Segredo do Abismo’, de 1989 (que venceu o Oscar de Efeitos Especiais) e simplesmente dirigiu as duas maiores bilheterias da história: Avatar e Titanic.

            Sem o sucesso de O Exterminador do Futuro, possivelmente não veríamos o cinema de ficção como o vemos hoje e os conceitos de viagem no tempo poderiam ter sido diferentes.

            Mas, afinal, o que este filme tem de tão especial?

            Ele tem uma das maiores sacadas de roteiro da história: as máquinas passaram a dominar o mundo e a empresa responsável por isso é a Skynet. Os humanos criam essas máquinas curiosamente para protegê-los, mas elas se voltam contra eles. Houve uma guerra entre humanos e máquinas e no ano de 2029 as máquinas enviam para o ano de 1984 um ciborgue para assassinar Sarah Connor, mãe de John Connor, que é o líder da resistência humana, antes de ela dar a luz a John. Esse ciborgue é um modelo T-800, que é vivido por Schwarzenegger. A resistência humana envia Kyle Reese para proteger Sarah do Exterminador, que é o único que pode bater de frente com ele.

            O roteiro não se preocupa em explicar demais (o que é o grande problema das produções hoje em dia) o porquê da guerra e por que as máquinas dominam o mundo. E por que justo John Connor para liderar a resistência humana?

            E James Cameron aprendeu em Tubarão, de Steven Spielberg, que mostrar o monstro aos poucos gera mais tensão na platéia. T-800 não é mostrado logo de cara que é um ser quase indestrutível, mas, quando vemos seu corpo de metal, ‘O Exterminador do Futuro’ se torna quase um filme de terror.

            O filme imortalizou a personagem de Sarah Connor para sempre na cultura pop como uma mulher icônica e forte, embora a atriz Linda Hamilton não tenha feito grandes papéis além de Sarah.

A frase “venha comigo se quiser viver”, dita por Kyle a Sarah é dita em todos os filmes da franquia e quando o Exterminador está na delegacia e diz “I’ll be back!” (eu voltarei!) se tornou uma das frases mais icônicas da cultura pop e também é dita nos demais filmes da série.

            Junto com ‘Um Tira da Pesada’, ‘Os Caça-Fantasmas’ e ‘Indiana Jones e o Templo da Perdição’, foi uma das grandes bilheterias de 1984.

            7 anos depois, em 1991, James Cameron, Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton se unem novamente para realizar ‘O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final’, mas alto lá, não se trata de um filminho qualquer, muito menos de uma continuação qualquer: James Cameron se tornou megalomaníaco com o passar dos anos e se no primeiro filme ele não tinha orçamento, aqui ele tinha de sobra: O Exterminador do Futuro 2 foi o primeiro filme da história a ter um orçamento maior do que 100 milhões de dólares, teve uma campanha de marketing absurda, foi a grande bilheteria daquele ano (faturou mais de 500 milhões no mundo inteiro), venceu 4 Oscars técnicos (incluindo o incontestável de Efeitos Especiais), foi dos primeiros usos práticos da computação gráfica (e ao contrário do primeiro filme, os efeitos estão bacanas até hoje) e imortalizou outra frase que entrou de vez na cultura pop: Hasta La Vista, Baby!

            A história se passa 13 anos após os acontecimentos do primeiro filme, mais precisamente no ano de 1997 – ano em que as máquinas dominam a humanidade - agora com John Connor já vivo e crescido, interpretado por Edward Furlong (outra promessa que não deu certo em Hollywood), que vive com pais adotivos, pois sua mãe, Sarah, está em um hospital psiquiátrico (ninguém acreditou na história dela com o Exterminador).

            As máquinas enviam novamente um ciborgue para o passado, desta vez, um modelo mais avançado do que no primeiro filme, um T-1000 para assassinar John Connor e a resistência humana manda um T-800 para protegê-lo.

            A melhor sacada do roteiro é em colocar Schwarzenegger, vilão do primeiro filme, desta vez como o herói, mas isso não ficava claro, nem no trailer, nem no prólogo do filme. Na verdade, nem o T-1000 é mostrado como ciborgue de início. Vemos 2 seres nus vindos do futuro, assim como no primeiro filme. Aqui, um é Schwarzenegger, outro é Robert Patrick., que se parece com um humano, assim como Kyle Reese, se veste de policial e é educado com as pessoas na busca de John Connor. Enquanto isso, o T-800 luta com uns motoqueiros querendo roupas e uma moto e até o encontro dos dois Exterminadores com John em um shopping, ainda não sabemos quem é o vilão, mas quando descobrimos, o impacto da cena é devastador.

            Dificilmente teríamos algo assim hoje em dia, na qual as informações de filmes e séries vazam na rede com uma rapidez absurda.

            Com cenas de ação espetaculares, o excelente uso do CGI, um vilão que se apresenta assustador ao lado de Schwarzenegger, uma explicação mais clara sobre o futuro e as guerras das máquinas e agora não um filme de ficção de nicho, mas uma ação para as grandes massas e mesmo quem não viu o primeiro vai apreciar, ‘O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final’ se figura como dos melhores filmes de ação e ficção da história, das melhores continuações da história e o melhor filme da franquia.

            O desfecho de ‘O Exterminador do Futuro 2’ era digno e se a história terminasse ali, não se perderia nada e James Cameron resolveu não fazer um 3° filme e se dedicou à realização de seu projeto mais ambicioso: Titanic, que custou 200 milhões de dólares e também virou um fenômeno pop, se tornou a maior bilheteria da história (até estrear Avatar, mas no Brasil ainda tem o 1° lugar) e venceu 11 Oscars em 1998, incluindo Melhor Filme e Diretor para James Cameron.

            Mas Hollywood não perde tempo e quer ganhar mais dinheiro e 12 anos após o 2° filme, em 2003, é lançado ‘O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas’, ainda com Schwarzenegger (que seria eleito o Governador do Estado da Califórnia no mesmo ano), mas sem a mão de Cameron, deixando a direção para Jonathan Mostow (de U571 – A Batalha no Atlântico).

            Schwarzenegger novamente tem a função de proteger John Connor (vivido por um insosso Nick Stahl) e sua “amiga” Kate Brewster (vivida por uma Claire Danes pouco inspirada) e desta vez as máquinas mandam para o passado T-X, um ciborgue em forma de mulher e é ainda mais poderoso do que o T-1000.

            O roteiro é cheio de furos e toda a seriedade construída nos filmes anteriores dá lugar a piadas de mau gosto, sem aquele algo a mais sobre viagens no tempo, que nos fazia pensar e ignoraram a presença de Sarah Connor, mas que diverte os leigos da franquia.

            O filme foi destruído pela crítica, custou astronômicos 200 milhões de dólares e faturou cerca de 450 milhões no mundo, mas é visto pelos fãs como o mais fraco da série.

            Em 2008 é lançada a série de TV ‘Terminator: The Sarah Connor Chronicles’, que mostra como ficaram Sarah e John após o segundo filme (ignorando o 3°), ainda com todos achando que Sarah é louca e tentando impedir a criação da Skynet. Sarah Connor era vivida por Lena Headey (a Cersei de Game of Thrones).

            A série não foi um sucesso de público (mas a crítica falou bem) e durou apenas duas temporadas.

            No mesmo ano, em 2008, é anunciado um novo filme da franquia, ‘O Exterminador do Futuro – A Salvação’, lançado em 2009.

Desta vez, a história se passa no futuro, em 2018, com o mundo já apocalíptico e mostrando e guerra em si entre humanos e máquinas.

            Mostra Kyle Reese antes de ele ser chamado ao passado e o T-800 antes de sua concepção.

            O filme também custou 200 milhões de dólares, mas sua recepção foi fria e o resultado é muito irregular, seja na direção amadora de McG, no roteiro confuso ou na péssima escolha de elenco: Christian Bale como John Connor não convence; Sam Worthington foi um ator que mais prometeu do que cumpriu e Bryce Dallas Howard como a esposa de John foi mero enfeite.


            Se contarmos somente os filmes até agora, a franquia teve dois acertos e dois erros, mas é inegável a influência da cultura pop. Agora a franquia terá um novo recomeço com ‘O Exterminador do Futuro: Gênesis’, que vai desempatar esta balança. Esperamos que seja um novo acerto...

O Exterminador do Futuro: 9,0
O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final: 10,0
O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas: 5,0
Terminator: The Sarah Connor Chronicles: 7,0
O Exterminador do Futuro – A Salvação: 4,0

Imagens:
O Exterminador do Futuro:



O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final:




O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas: 



Terminator: The Sarah Connor Chronicles:



O Exterminador do Futuro – A Salvação:




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