segunda-feira, 1 de junho de 2015

Poltergeist - O Fenômeno (2015)


Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist)

Direção: Gil Kenan

Ano de produção: 2015

Com: Sam Rockwell, Rosemarie DeWitt, Saxon Sharbino, Kyle Catlett, Kennedi Clements, Jared Harris, Jane Adams, Susan Heyward.

Gênero: Terror

Classificação Etária: 14 Anos


O remake de Poltergeist funciona, mas o ponto de vista é diferente

            Não existe lista nenhuma dos melhores filmes de terror da história que não tenha ‘Poltergeist – O Fenômeno’, esse grande clássico de 1982, que se tornou cultuado na época, tem a direção de Tobe Hopper e produção de Steven Spielberg. Há rumores que o próprio Spielberg filmou tudo e revendo o filme há motivos para se pensar isso, seja pela trilha sonora ou pela relação entre pai e filho.  

            Independentemente disso, é um filme que, mesmo após 33 anos do lançamento, alguns efeitos podem parecer datados e com muitas características da época, como governo do Ronald Reagan e medo de aparelhos eletrônicos, merece ser visto e apreciado (e a dublagem da versão brasileira Herbert Richers, que foi muito exibida na TV é um espetáculo a parte).

            Era uma época que o politicamente correto não deixava o mundo mais chato, como os dias de hoje e ‘Poltergeist – O Fenômeno’ foi muito exibido na sessão da tarde e deixava a criançada roendo a poltrona.

            E como 2015 é o ano dos remakes, a Fox chamou um time bem interessante para a refilmagem de Poltergeist: o roteirista David Lindsay-Abaire (autor do livro ‘Reencontrando a Felicidade’, que também escreveu o livro protagonizado por Nicole Kidman), o diretor Gil Kenan (que dirigiu o divertido ‘A Casa Monstro’) e o produtor Sam Raimi (que ficou milionário com a trilogia do Homem-Aranha, mas no lado do terror, dirigiu ‘Arraste-me para o inferno’, por exemplo) e conceberam este filme aqui.

            Mesmo com esse bom time, havia desconfiança pelo lado do público, afinal, um remake nunca é bem visto e vale lembrar que esse filme apresenta a classificação PG-13, ou seja, com violência moderada, embora os trailers fossem bacanas.

            O grande cuidado do roteiro foi em não querer ser o filme de 1982, em conversar com o público atual, mas respeitar as características. Não dava para fazer um roteiro com a população com medo de aparelhos eletrônicos, desta vez eles já são modernizados, cada um tem seu celular, mas, felizmente, uma característica foi mantida: a da queda do sonho americano.

            Em 1982, vimos uma família com uma boa base perdendo esse sonho através de fantasmas que a assombrava, agora vemos uma família que ainda vive os efeitos da crise imobiliária de 2008, procura um lar barato em uma cidade pequena, o chefe de família está sem emprego, a esposa é uma escritora fracassada e os filhos são individualistas (seria uma metáfora para a geração que vive em seus celulares?).

            Na essência, os personagens são os mesmos do filme original, mas seus nomes e sobrenomes foram trocados, vemos a família Bowen, em detrimento da Freeling, que se muda para uma casa barata do interior. Somente depois de a casa ter sido comprada é que eles descobrem que a casa foi construída em cima de um cemitério e, apesar de as lápides terem se mudado junto, os espíritos ainda permanecem lá. Aos poucos, coisas estranhas vão acontecendo na casa e a caçula da família, Maddy, é seqüestrada pelos espíritos, que precisam ver a luz do dia. Nisso, é chamada uma equipe de uma empresa que trabalha com o sobrenatural, mas que recorrem à ajuda do apresentador de um programa TV espírita, Carrigan Burke (Jared Harris), na qual Kendra (a filha mais velha) é fã assumida do apresentador e após o serviço feito, diz sua famosa frase: “A casa está limpa” (e embora Jared esteja a vontade e divertido no papel, é impressionante como a cômica Tangira faz falta).

            Embora esse novo filme seja todo mastigado e a produção não tenha vergonha de mostrar toda a parte, digamos, infernal do filme, há um interessante clima de terror e suspense, mesmo alguns sustos não são fáceis e, novamente, deixam a platéia roendo a poltrona (e o efeito 3D ajuda muito), fruto do bom enquadramento e câmera em lugares estratégicos, quase acompanha os atores em diversos momentos. Agradeça aos recentes ‘Invocação do Mal’ e ‘Annabelle’ por isso.

            Assim como no filme de 1982, o mérito ficou maior para o produtor do que para o diretor. Se Spielberg teve mais reconhecimento com o resultado de Poltergeist, aqui o crédito foi maior para Sam Raimi (que, inclusive, está no pôster), mas é injusto, pois Gil Kenan consegue amarrar bem a história e fazer com que o público se envolta, sobretudo no primeiro ato, em que é praticamente todo voltado à convivência familiar, quem não se importar com a família, dificilmente irá apreciar o restante do filme.

            Como todo e bom clássico de terror, ‘Poltergeist – O Fenômeno’ é cercado de mistérios e maldições, sobretudo com a morte de duas atrizes: Dominique Dunne, que interpretou a filha mais velha foi morta, asfixiada pelo namorado no ano de lançamento do filme e Heather O’Rourke, que interpretou a filha mais nova (a garota loira “engolida pela TV”) faleceu no ano do lançamento de ‘Poltergeist 3’.

            Se há várias coisas adaptadas para a nova versão e os fãs queriam muita coisa da obra original, esperamos esse remake passe longe dessas maldições.

Nota: 8,0

Imagens:










Trailer:



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