domingo, 7 de junho de 2015

Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível


Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível (Tomorrowland)

Direção: Brad Bird

Ano de produção: 2015

Com: Britt Robertson, George Clooney, Raffey Cassidy, Hugh Laurie.

Gênero: Ficção Científica

Classificação Etária: LIVRE


‘Tomorrowland’ está sempre a um passo de decolar

            O ano de 2015 está sendo difícil, principalmente para nós, brasileiros e principalmente também pelo lado econômico e como estamos em um sistema chamado de capitalismo e tudo gira em torno de finanças, a falta de dinheiro pode gerar problemas de auto-estima, saúde ou de relacionamento e isso está claramente afetando grande parte da população, principalmente pela baixa perspectiva e pessimismo para o futuro.

            E no mundo da ficção este futuro também parece estar pessimista, temos vários exemplos de visões apocalípticas e distópicas e até a espécie humana parece estar ameaçada.

            Mas, no meio de tudo isso, há espaço para idéias utópicas e otimistas? A boa notícia é que existe sim, e há 60 anos o mundo vivia um período também pessimista e também a população vivia com medo do futuro: a Guerra Fria estava em alta e o risco de Terceira Guerra Mundial era presente.

            E neste cenário todo, existiu um sujeito que acreditava em um futuro melhor, sonhava com isso e inclusive, pôs isso em prática: Walt Disney, que colocou toda a sua idéia nos primeiros filmes de seu futuro estúdio, Disney (hoje, o maior estúdio de Hollywood) e dentro da Disneylândia, criou a região conhecida como Tomorrowland, que é uma espécie de parque que resume sua visão de futuro, em que as pessoas são felizes e toda a tecnologia funciona.

            E agora, 60 anos depois, a Disney, com este império todo na cultura pop, não brincou em serviço e transformou este pedaço do parque em uma superprodução: ‘Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível’, que é o segundo filme em live-action do diretor Brad Bird (o primeiro foi ‘Missão Impossível – Protocolo Fantasma’).

            O filme começa com um flashback, no ano de 1964, quando vemos o então garoto Frank Walker (que depois seria George Clooney) que tenta construir um aparelho que voa para uma feira de ciências comandada pelo Governador David Nix (Hugh Laurie, o nosso dr. House). Mas o tiro sai pela culatra e sua ida à feira só não é um desastre total porque ele é ajudado por uma menina misteriosa chamada Athena (e só depois descobrimos o real sentido da ajuda, mas quanto menos se sabe, melhor fica a experiência).

            Depois, somos apresentados à história de Casey Newton (Britt Robertson), uma adolescente tímida, carente, com poucos amigos e rebelde, tanto que é detida após um drone seu invadir a NASA para evitar um lançamento de um foguete. Após seu pai pagar a fiança e ela sair da prisão, aparece, misteriosamente, em suas coisas, um broche que, ao tocá-lo, a leva a um mundo paralelo e futurista, onde as pessoas são felizes e a tecnologia funciona para todos.

            Casey vai parar na casa de Frank, já adulto e ranzinza, longe do garoto otimista dos anos 1960 e vai ajudar Casey na missão que lhe foi dada e descobrir, porque, afinal, o broche foi cair justo em suas coisas.

            Há muito mais na história para ser descoberto, mas não darei spoilers aqui.

            Tomorrowland poderia ser o filme certo na hora certa, até para dar um respiro no clima pessimista que estamos vivendo. O visual é caprichado e, de início, a narrativa remete muito aos clássicos dos anos 80, como ‘Os Goonies’ e ‘De Volta para o Futuro’.

            O problema de Tomorrowland fica a partir do segundo ato do filme, sobretudo após Casey entrar na casa de Frank. Não que ele seja um personagem ruim, muito pelo contrário, mas toda a magia da primeira parte do filme dá lugar a um filme comum: mocinho contra vilão e uma desculpa muito preguiçosa para a possível guerra entre mundos, além de um vilão Nix sem motivação nenhuma – ou de motivação sem carisma.

            Infelizmente, a Disney está com um sério problema de construir vilões em seu universo, e até em filmes bons o vilão está mal construído, seja nas animações (Detona Ralph, Frozen) e até nos filmes da Marvel (Guardiões da Galáxia, Homem de Ferro 3), só espero que Divertida Mente, Homem-Formiga e Star Wars – O Despertar da Força não decepcionem neste sentido – nem em sentido nenhum.

            Por isso é que digo que Tomorrowland é um filme de produtor – e não de Brad Bird - mesmo sendo ele um dos roteiristas. A Disney já trabalhou com ele, em animações deliciosas que foram Ratatouille e Os Incríveis e por que não deram sinal verde para suas idéias criativas? Ele bem que tentou em colocar easter eggs, seja na rápida aparição do Sr. Incrível de Os Incríveis na cena de explosão de uma loja de ficção científica (e que cena deliciosa, com várias referências à clássicos da ficção, até do próprio Star Wars) e as referências a Paris, como visto em Ratatouille.

            Tomorrowland pode ser a chance de Britt Robertson ver sua carreira decolar (recentemente foi vista em ‘Uma Longa Jornada’) ou ser somente uma promessa, só o tempo dirá. Ou pode ser a chance de a Disney rever os seus conceitos e dar um espírito mais autoral às suas obras. E sua história mostra que essa era sua melhor saída.

Nota: 7,0

Imagens:











Trailer:

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