domingo, 7 de junho de 2015

Terremoto - A Falha de San Andreas


Terremoto – A Falha de San Andreas (San Andreas)

Direção: Brad Peyton

Ano de produção: 2015

Com: Dwayne Johnson, Alexandra Daddario, Carla Gugino, Paul Giamatti, Ioan Gruffudd, Archie Panjabi, Kylie Minogue.

Gênero: Ação

Classificação Etária: 14 Anos


‘Terremoto’ não vale o ingresso – nem o tempo

            ‘Terremoto – A Falha de San Andreas’ é o filme-catástrofe de 2015. E olha que este século 21 está carente de exemplares do gênero. Desde ‘2012’, lançado em 2009, não havia um arrasa-quarteirão para se chamar de “filme catástrofe do ano”. No final da década de 90 tivemos várias produções que destruíram o mundo, e algumas se tornaram grandes fenômenos de bilheteria, como ‘Independence Day’ e ‘Armageddon’.

            A região de San Andreas, localizada no oeste dos EUA (e não tem nada a ver com o jogo GTA) possui uma grande rachadura que marca o limite entre as duas maiores placas tectônicas do planeta e um atrito entre as duas placas gera terremotos.

            E é exatamente este ponto que é explorado neste filme, que até tem uma boa intenção: no início, o personagem de Dwayne Johnson e sua equipe resgatam uma moça que ficou presa dentro de seu carro em uma montanha e vamos acompanhando a tensão para tal resgate. Depois, somos apresentados ao personagem de Paul Giamatti, que interpreta um geólogo especializado em terremotos, que inclusive avisou ao governo sobre o terremoto que aconteceria na região de San Andreas, com 7,1 na escala Richter e, como esperado, destruiria tudo.

            O personagem de Paul é muito bom, principalmente porque não é o intelectual chato, nem apresenta o clichê de cientista enfadonho, na verdade, ele se preocupa com o valor humano de uma perda e vemos isso, principalmente quando ele perde um de seus alunos, logo no início do filme.

            E tudo isso porque, apesar de Paul Giamatti se meter em várias bombas cinematográficas (Se beber não case 2, A dama na água, dentre outras), ele é um ator que faz sim, a diferença, e mesmo sendo quase sempre chamado como coadjuvante, ele consegue dar vida a algo que parece perdido. Como não se lembrar que ‘A Luta pela Esperança’ só é suportável por causa dele, em detrimento a grandes expectativas para Russell Crowe e Renée Zellweger. Não por isso, Paul foi indicado a Ator Coadjuvante no Oscar por este papel.

            Mas, com essas qualidades, por que ‘Terremoto – A Falha de San Andreas’ é um tão ruim?

            Bom, primeiro, ele segue a mesma cartilha da tecnologia 3D sem profundidade que a grande maioria dos filmes baseados em HQ seguem, que é lançar o filme com esta tecnologia somente para justificar o ingresso mais caro e, assim, faturar mais.

            E possivelmente a pós-produção deve ter dado mais trabalho do que a produção em si, afinal, tudo foi feito em estúdio e depois a equipe de efeitos especiais usou a tecnologia do Chroma Key, o que não é de todo mal, se bem utilizado, mas não é o caso daqui.

            Se este filme fosse feito nos anos 70 ou 80, com uma tecnologia limitadíssima, seria justificável, mas esta é uma superprodução da Warner e merecia de um cuidado maior, sem um fundo verde claramente aparecendo.

            O diretor Brad Peyton pouco exigiu dos atores, que estavam pouco a vontade nos papéis e tiveram suas emoções fora de sintonia com o que se via na tela ao fundo, seja ou terremoto ou um tsunami.

            Peyton está muito longe de ser um bom cineasta, tem em seu currículo ‘Viagem 2’ e ‘Como Cães e Gatos 2’ e agora precisa de uma assinatura sua, pois o que vemos até aqui é a mão de produtores de mal gosto – nos 3 casos.

            Em alguns filmes-catástrofe, mesmo com toda a tragédia vista em cena, a platéia se envolve e preocupa com o drama humano que presencia, mas ‘Terremoto – A Falha de San Andreas’ não escapa de alguns clichês que, acredite, você já viu por aí, possivelmente no capítulo da novela que acabou de ver, principalmente no arco entre Dwayne Johnson, sua ex-esposa, o novo namorado mais “descolado” e a filha, que, aliás, ninguém tem química alguma, seja Dwayne com Carla Gugino, a mesma com Ioan Gruffudd, e quem por acaso achou que seria uma boa idéia Alexandra Daddario como filha do próprio “The Rock”?

            Se ela se portou muito bem em Percy Jackson, aqui ela prova que é uma péssima atriz: faz sempre a mocinha em perigo, mal sabe fazer expressão de socorro e dificilmente a platéia conseguirá se envolver emocionalmente. Se houver indicação ao troféu Framboesa de Ouro para essa menina, não será injusto.  

            O próprio Dwayne está apagado. O herói da ação aqui é mero coadjuvante perante aos fenômenos da natureza que a cidade sofre e com exceção da seqüência de abertura, sua presença é pouco justificável.

            E reparem na presença da cantora Kylie Minogue e de Archie Panjabi (a Kalinda de ‘The Good Wife’) durante o filme.

            Se a Warner colocou seus grandes filmes da DC Comics para 2016 e queria que ‘Terremoto – A Falha de San Andreas’ o representasse em 2015, foi um tiro pela culatra. Ainda bem que o estúdio lançou ‘Mad Max’ para colocar o estúdio entre os grandes do ano. 

Nota: 3,0

Imagens:









Trailer:

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