domingo, 14 de junho de 2015

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros


Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros (Jurassic World)

Direção: Colin Trevorrow

Ano de produção: 2015

Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Nick Robinson, Ty Simpkins, Vincent D’Onofrio, Irrfan Khan, Judy Greer, B. D. Wong, Omar Sy.

Gênero: Aventura

Classificação Etária: 12 Anos


Nostalgia e inovações sob o olhar de Spielberg

            É perdoável quem não via Jurassic World com bons olhos, afinal, as continuações de Jurassic Park, que são O Mundo Perdido e Jurassic Park 3 ficaram muito aquém do esperado e um novo recomeço para a franquia não parecia uma boa idéia.

            Além do mais, um dos trunfos do clássico de 1993 era que na época a computação gráfica estava iniciando e ainda impressionava. Ela só fora vista em ‘O Segredo do Abismo’, de 1989 e ‘O Exterminador do Futuro 2’, ambos de James Cameron e agora em 2015, com o CGI já consolidado, parecia uma idéia suicida tentar impressionar a platéia novamente em mostrar dinossauros em tela.

            E tem mais: 2015 está sendo o ano dos remakes e reboots. Já tivemos Mad Max, Poltergeist e ainda teremos o novo Exterminador do Futuro e a idéia de retomar uma franquia milionária, que é Jurassic Park, poderia soar como falta de idéias novas.

            Mas, nada como “queimar a língua” e dizer que: Jurassic World é um grande filme.

            Sim, há muita computação gráfica, o 3D funciona muito bem (e quem puder ver em IMAX, melhor ainda!) e sim, passadas quase 2 décadas de Jurassic Park, as cenas de ação ainda impressionam.

            O parque do primeiro filme, localizado na ilha Nublar, finalmente está aberto para o grande público como uma atração turística, agora já com os dinossauros domesticados. A equipe técnica, chefiada pela doutora Claire (Bryce Dallas Howard) do parque manipula os genes dos animais para criar dinossauros maiores e mais ameaçadores e acabam criando o Indominus Rex, que é ainda maior e mais poderoso do que o Tiranossauro Rex, do primeiro filme, mas a coisa sai do controle, ele escapa de seu cativeiro e logo se torna uma ameaça para os moradores. Nisso, é chamado Owen Grady (Chris Pratt), um domador de dinossauros que pode ser a única esperança. Aliás, o personagem de Chris tem um pouco do espírito de paleontologia de Sam Neill do primeiro filme e de aventura de Indiana Jones. Curiosamente, Chris Pratt é o favorito para viver o novo Indiana nos cinemas.

            Paralelamente a isso, temos a história dos dois sobrinhos de Claire, Zach e Gray, são enviados pela mãe (Judy Greer), que é irmã de Claire, a uma excursão para o Jurassic Park, mas Claire é uma pessoa fria, extremamente dedicada ao trabalho e não demora muito para perder os sobrinhos de vista e, inclusive, deixá-los sozinhos quando o parque se torna uma ameaça, aliás, a cena em que eles estão dentro de uma bola, passeando pelo parque aberto, resultando em uma perseguição, é a quase certeza que este filme irá ao Oscar 2016 para Efeitos Especiais.

            Dos maiores acertos do filme foi o clima de nostalgia e o respeito com a obra original, desde o uso da trilha sonora original de John Williams, as menções ao dono do parque, dr. John Hammond (que foi o papel de Richard Attenborough, que, infelizmente, faleceu no ano passado) e até uma camiseta de Jurassic Park, mas o filme traz muita novidade, como várias atrações aquáticas dentro do parque (e é de encher os olhos), a trilha sonora arrebatadora, desta vez é de Michael Giacchino (que não perde nada para a de John) e o nascimento de uma possível franquia. E com o grande sucesso deste filme aqui, não vai demorar muito para o estúdio e os produtores pensarem em uma continuação.
            O roteiro pode ser preguiçoso, cheio de clichês, é verdade, como o personagem interesseiro (e desnecessário) de Vincent D’ Onofrio, mas nada que comprometa o resultado do filme e nada que não possa ser corrigido para o próximo.

            O diretor Colin Trevorrow é quase estreante em Hollywood e só tem um filme independente em sua carreira: ‘Sem Segurança Nenhuma’, em 2012 e já assumiu a responsabilidade de um blockbuster de verão, mas aqui teve uma direção modesta e correta.

            Mas, com o devido respeito e consideração com Trevorrow, Jurassic World é um filme de Steven Spielberg: de início ele dirigiria este filme, mas ele abandonou a cadeira de diretor e trabalhou como produtor executivo, mas, bastam poucos minutos para perceber que este é um filme de dele, seja na música e no clima de aventura dos anos 80, mas o principal é o foco infantil: duas crianças sozinhas em uma terra desconhecida, essas mesmas crianças tendo seus adultos como dominadores e os conflitos familiares entre irmãs, mais a capacidade de ainda atiçar platéias e ainda convencer com um clima de pânico e suspense, mostra que, apesar de ele não dirigir Jurassic World, este é um filme seu. No lançamento de Poltergeist, em 1982, foi um caso muito semelhante, em que ele não dirige oficialmente, mas, assistindo, fica claro que aquele filme era seu.

            Quem foi ao cinema nas últimas semanas com certeza viu o trailer de Jurassic World e parecia que todas as grandes cenas estavam lá. De fato, entregaram com antecedência a cena do parque aquático e quando Owen controla os dinossauros, mas há várias surpresas a serem descobertas, portanto, quem puder, fuja dos spoilers.

            Embora Vincent D’ Onofrio decepcione por aqui, mesmo ele sendo esse grande ator, como visto, por exemplo, na série Demolidor ou em Nascido para Matar, os demais atores estão muito bem, como o elenco mirim já citado e os cientistas Omar Sy (de ‘Intocáveis’) e Irrfan Khan (de ‘As Aventuras de Pi’) conseguem transmitir conhecimento sem quebrar o ritmo (que é dos problemas de Armageddon, por exemplo), mas quem comanda o filme, além do próprio Indominus Rex, claro, é o casal principal, Chris Pratt e Bryce Dallas Howard, que não bastasse a boa química entre eles, ainda, cada um à sua maneira, faz a diferença na história: ele se assumindo como herói de ação e mostrando que seu sucesso em 2014 com Guardiões da Galáxia e Uma Aventura Lego não foi sorte e Bryce Dallas, sumida desde ‘Histórias Cruzadas’ em 2011, é uma boa atriz, quando é exigida e aqui, faz uma mulher que, de início é fria e calculista, mas que logo se torna aventureira. E pode provocar suspiros na platéia após o terceiro ato do filme.

            2015 está sendo um ano importantíssimo para a Universal Studios. Após faturarem mais de 600 milhões de dólares com Cinquenta Tons de Cinza e de se tornar a 4ª bilheteria da história com Velozes e Furiosos 7, tiveram Jurassic World como aposta para este verão disputado e cheio de remakes, mas que superaram as expectativas para quem estava torcendo contra. E, assim como aconteceu em Mad Max, com o carinho de seu criador.

Nota: 9,0

Imagens:












Trailer:


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