Minions (The Minions)
Direção: Pierre Coffin & Kyle Balda
Ano de produção: 2015
Vozes
de: Sandra Bullock, Jon Hamm, Geoffrey Rush, Michael Keaton, Allison Janney.
Dubladores Brasileiros: Adriana Esteves
e Vladimir Brichta.
Gênero: Animação
Classificação Etária: LIVRE
Filme dos
Minions consegue ser melhor do que a média da franquia
Quando Meu Malvado Favorito chegou aos cinemas em agosto
de 2010, quase ninguém deu muita bola para a história do vilão que queria
conquistar a lua, afinal, ainda estávamos sob os efeitos de Toy Story 3 como A
animação daquele ano, mas logo foi conquistando o público, porque havia um arco
familiar irresistível com as 3 filhas de Gru, mas o que foi chamando atenção
mesmo foram os ajudantes daquele vilão, um seres amarelos, que têm uma
linguagem e comunidade própria: Os Minions, e Meu Malvado Favorito se tornou
uma das maiores bilheterias daquele ano, sendo indicado ao Globo de Ouro (mas
perdendo para Toy Story 3).
Em 2013
veio Meu Malvado Favorito 2, desta vez com um orçamento muito maior e com os
Minions tendo um grande destaque, o que atrapalhou o roteiro, pois a história
de Gru ficou em segundo plano.
E agora, em 2015, com os Minions já consolidados na
cultura pop, a Universal Pictures e Illumination Entertainment não perderam
tempo e lançaram um filme próprio deles, que, na verdade, conta a origem dos
Minions, desde a pré-história ao ano de 1968, 42 anos antes de Gru (como é
citado, e, na verdade, são 42 anos antes de 2010, ano de lançamento do primeiro
filme).
Havia um receio por parte dos críticos e de grande parte
do público se os Minions conseguiriam segurar um filme sozinhos. Eles eram
fofos como coadjuvantes, mas, e como protagonistas? E como fazer um roteiro
eficiente com esses bichinhos que falam um dialeto diferente?
Respondendo às perguntas, sim, eles conseguem segurar um
filme sozinhos e com um bom roteiro, tudo é possível.
Outro motivo para tal desconfiança era que, no início do
ano de 2015 estreou Os Pinguins de Madagascar, um filme que não deu certo e não
tinha nada que ir para a telona do cinema. Se fosse lançado a uns 15 anos, por
exemplo, iria direto para DVD, como várias animações genéricas da Disney.
Durante os créditos iniciais temos uma deliciosa animação
mostrando um nascimento de um Minion, fazendo alegoria para o nascimento humano,
e logo a história conta o surgimento deles, mostrando já desde os primórdios
eles procurando um vilão a quem servir, passando por diversos períodos
históricos...
É uma pena que o trailer entrega muito essa parte, porque
é muito bacana: todo vilão que eles servem, seja um Tiranossauro Rex, um Faraó
ou o Conde Drácula, sempre os Minions estragam tudo e são “demitidos”.
Eles conseguem um local para morar (na verdade, uma
caverna) e criam uma espécie de vila deles e vivem em harmonia, mas, sem um
vilão para servir acabam por terem uma vida tediosa, até que Kevin, um dos
Minions, leva consigo Stuart e o pequeno Bob para uma jornada em busca de um
vilão.
Essa jornada deles também é entregue no trailer e também
é muito bem contada, quando eles vão cair acidentalmente em Nova York, mas que
descobrem que na cidade de Orlando, há uma espécie de “feira de vilões”, a
Vilan-Con (em uma clara referência à Comic-Con) e que a maior vilã do mundo,
Scarlet Overkill, irá para lá e vai procurar seus novos capangas.
Esse filme dos Minions não tem o clima de reflexão de
Divertida Mente, é verdade, mas, nunca foi a proposta aqui. O intuito é
divertir o público. E consegue.
Não estou diminuindo o filme com isso, muito pelo
contrário, só estou dizendo que há diferenças em se ver uma animação da Disney,
da Universal e da DreamWorks.
É basicamente a diferença de se ver um filme da Marvel
Studios, DC Comics ou da Fox, cada um à sua maneira faz muito bem o seu
trabalho e a escolha de qual é o melhor é, às vezes, mais emocional do que
racional.
Mas engana-se quem acha que Minons é um filme vazio e sem
conteúdo, pois há várias referências sobre à cultura pop, como a já citada “Vilan-Con”,
as várias referências ao mundo em 1968, sejam os hippies, sejam as campanhas
pela eleição do presidente Nixon (que seria eleito no ano seguinte e renunciou,
em 1974) e até a luta pelo direito feminino: Scarlet é uma mulher forte e em
seu discurso na convenção ela diz que conseguiu seu lugar sem a ajuda de homem
nenhum. E há uma cena rápida em que é reproduzida uma foto clássica dos
Beatles.
O filme vai intercalando os Minions que ficaram na
caverna (a cena do futebol é hilária) com convivência de Kevin, Stuart e Bob com
Scarlet, que os obriga a roubar a coroa da Rainha Inglesa, Elizabeth II, e se
tornar não só rainha da Inglaterra, como do mundo.
Por mais graça que os Minions tenham, quem se destaca por
aqui mesmo é a vilã Scarlet, dublada na versão original por Sandra Bullock, que
é uma típica vilã de animação: ameaçadora e cômica ao mesmo tempo. É dela as
melhores frases e momentos do filme e antes de ela aparecer da convenção, ela é
apenas citada, mostrada em revistas, cartazes e há até cosplayers dela (mais uma referência à cultura nerd).
Na dublagem brasileira, quem faz a voz de Scarlet é
Adriana Esteves. Tudo começou com uma grande brincadeira, pois Adriana viveu a
célebre vilã Carminha em Avenida Brasil e engana-se quem acha que ela estraga o
filme: ela estudou todo o universo da animação e faz uma voz tão bacana quanto
de Sandra Bullock, fruto das grandes atrizes que são. Seu marido, Vladimir
Brichta (que não é um bom ator), faz a voz de Herb, marido de Scarlet. Ele tem
uma dublagem acima da média, mas muito aquém de Jon Hamm (o Don Draper de Mad
Men) no original.
A direção ficou a cargo de Pierre Coffin e Kyle Balda. Pierre
dirigiu os dois primeiros filmes e faz a voz da maioria dos Minions e Kyle
trabalhou no primeiro filme na equipe técnica e também dubla alguns Minions.
Não há de duvidar de uma continuação, embora este aqui
seja um filme fechado, mas Meu Malvado Favorito 3 foi prometido para 2018 e se
querem alguma prova de que Hollywood sabe ganhar dinheiro, este filme dos
Minions estreou no Brasil bem no final de junho para pegar o período de férias
escolares.
Seja no visual bacana, na paixão pelos bichinhos amarelos
ou até mesmo pela brincadeira com a música da Universal Pictures logo no
início, Minions tem tudo para ser o grande filme do período de férias. E não
saiam antes do fim dos créditos, pois há uma grande cena para fechar bem este
filme.
Nota:
9,0
Imagens:
Trailer:
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