Touro Indomável (Raging
Bull)
Direção:
Martin Scorsese
Ano de produção: 1980
Com: Robert De Niro, Cathy Moriarty,
Joe Pesci.
Gênero: Drama
Classificação Etária: 16 Anos
Hollywood
um dia foi assim
O diretor Martin Scorsese só recebeu seu Oscar de Melhor
Diretor em 2007 por ‘Os Infiltrados’ e embora tenha sido um prêmio mais do que
justo, ficou claro que a Academia só deu a estatueta para não entrar no caso
das injustiças históricas do Oscar, como Chaplin, Orson Wells e Stanley
Kubrick.
Porém, Scorsese já merecia esse prêmio em 1981, quando fez
um filme maravilhoso, muito à frente de seu tempo e que não morre com o tempo: ‘Touro
Indomável’ é uma grande obra-prima e marca mais uma vez essa grande parceria
entre Scorsese e De Niro.
Era uma época em que Hollywood ainda investia no cinema
de autor, que foi predominante dos anos 70 e foi antes de os multiplex
invadirem as salas e foi De Niro que insistiu para que Scorsese fizesse ‘Touro
Indomável’, pois seu filme anterior, ‘New York, New York’ foi um fracasso de
público e crítica e ele estava afundado com drogas e depressão, já De Niro
estava no auge com O Franco-Atirador e Poderoso Chefão 2.
Já Joe Pesci, que, assim como De Niro também é pupilo de
Scorsese, quase ia desistir da carreira de ator e o interesse amoroso do
protagonista, vivida por Cathy Moriarty, só tinha 19 anos no lançamento de ‘Touro
Indomável’. Não bastasse isso, a fotografia do filme é toda em preto-e-branco e
é uma história de boxe, que pareciam saturadas após o sucesso de ‘Rocky – Um Lutador’.
De fato, ‘Touro Indomável’ não foi um sucesso de
bilheteria e mesmo entre os críticos houve aqueles que falaram mal (pois é!),
mas não devemos deixar de notar a ousadia de Scorsese na história do pugilista
de Peso-Médio, Jake La Motta, que era genial no ringue, mas que não conseguia
controlar seus demônios internos e tinha um comportamento explosivo, sobretudo
com o ciúme de sua esposa, Vickie, vivida por Mortiarty.
Alguns críticos acusaram ‘Touro Indomável’ de ser machista
e de vangloriar a violência que La Motta tratava Vickie, mas isso é um absurdo:
o filme contou de forma honesta esse ponto importantíssimo da história dele e
não poderia ter deixado de fora. E há um fato curioso nisso: quando La Motta
viu o resultado de ‘Touro Indomável’, ele perguntou a Vickie: “mas eu fazia
isso?” E ela respondeu: “você fazia pior!”
Se na franquia Rocky temos a história de um boxeador em
ascensão, em ‘Touro Indomável’ temos uma história de queda e depressão, e o
roteirista, Irwin Winkler, é roteirista dos dois filmes. E se a Fotografia foi
tão elogiada, devemos dar os créditos não só a Scorsese, mas ao Diretor de
Fotografia, Michael Chapman.
Era uma época em que De Niro se entregava de corpo e alma
para seus papéis e buscando sempre a perfeição, tanto que para realizar Touro
Indomável, ele treinou boxe por um ano com o próprio La Motta, mas sua mudança
mais radical foi quando ele engordou 27 quilos para viver a fase decadente de
La Motta. Detalhe: a cena dura cerca de 5 minutos!
A injustiça no Oscar só não foi maior porque Robert De
Niro ganhou o Oscar por este papel irretocável, assim como a Montagem, mas ele
merecia quase todos os outros prêmios que perdeu: à exceção de Melhor Som, que
perdeu para ‘O Império Contra-Ataca’, ‘Touro Indomável’ deveria ter ganhado em
todas as outras categorias: Melhor Filme e Direção (na qual perdeu para ‘Gente
como a Gente’, de Robert Redford!), Ator e Atriz Coadjuvantes para Joe Pesci e
Cathy Moriarty, e sua primorosa fotografia. E porque raios ele mal foi indicado
a Roteiro Adaptado?
Não entraremos aqui na polêmica se essa foi a melhor
parceria entre De Niro e Scorsese, e nem precisa, mas com certeza está entre as
3 melhores com 3 obras-primas: Taxi Driver, Touro Indomável e Os Bons
Companheiros.
Nota:
10,0
Imagens:
Trailer:
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