Antes do primeiro
Exterminador do Futuro de 1984, tanto Arnold Schwarzenegger quanto o diretor
James Cameron não tinham crédito nenhum em Hollywood. Arnold nasceu na Áustria,
já foi premiado com o título de Mister Universo aos 20 anos, venceu o concurso
Mr. Olympia por 7 vezes e foi adepto ao fisiculturismo. Quando chegou aos EUA
nos anos 1960 chegou com a responsabilidade de driblar o nome de difícil
pronúncia e a não-nacionalidade americana.
Teve um início de carreira em grandes pérolas como ‘Hércules
em Nova York’ em 1969 e durante os anos 70 se envolveu em papéis pequenos até
seu primeiro papel de destaque em 1982 em Conan – O Bárbaro, que foi
fundamental para a escolha de protagonista de O Exterminador do Futuro, que não
era a primeira escolha do diretor James Cameron...
Cameron é canadense e bacharel em física, mas, assim como
Arnold teve um começo difícil em Hollywood e também com uma pérola chamada ‘Piranha
2 – Assassinas Voadoras’, em 1981.
No ano seguinte o diretor Ridley Scott lança a ficção
científica ‘Blade Runner – O Caçador de Andróides’, que mostrava um futuro sombrio.
Foi um grande fracasso na época, mas se tornou cultuado com o passar dos anos. Mas
James Cameron sempre se declarou fã do filme e o inspirou a realizar a ficção O
Exterminador do Futuro.
A produção teve um orçamento modesto. Custou míseros 6 milhões
de dólares e nota-se esse baixo custo vendo o filme, tanto na fotografia escura
quanto nos efeitos que hoje em dia parecem estar datados, mas nada que atrapalhe
se visto atualmente, afinal, a produção pode passar com o tempo, mas a história
não.
E mal eles sabiam que nascia aí um dos maiores fenômenos
pop da história: O Exterminador do Futuro foi um grande sucesso de público e
crítica, faturou quase 50 milhões de dólares no mundo inteiro, gerou continuações,
moda, produtos e estudos. E transformou Schwarzenegger em um grande astro de
filmes de ação (e de algumas comédias também!) e também transformou o diretor
James Cameron no grande Midas que é até hoje. Ele foi dos primeiros a arriscar
a computação gráfica em ‘O Segredo do Abismo’, de 1989 (que venceu o Oscar de
Efeitos Especiais) e simplesmente dirigiu as duas maiores bilheterias da
história: Avatar e Titanic.
Sem o sucesso de O Exterminador do Futuro, possivelmente
não veríamos o cinema de ficção como o vemos hoje e os conceitos de viagem no
tempo poderiam ter sido diferentes.
Mas, afinal, o que este filme tem de tão especial?
Ele tem uma das maiores sacadas de roteiro da história: as
máquinas passaram a dominar o mundo e a empresa responsável por isso é a
Skynet. Os humanos criam essas máquinas curiosamente para protegê-los, mas elas
se voltam contra eles. Houve uma guerra entre humanos e máquinas e no ano de
2029 as máquinas enviam para o ano de 1984 um ciborgue para assassinar Sarah
Connor, mãe de John Connor, que é o líder da resistência humana, antes de ela
dar a luz a John. Esse ciborgue é um modelo T-800, que é vivido por Schwarzenegger.
A resistência humana envia Kyle Reese para proteger Sarah do Exterminador, que
é o único que pode bater de frente com ele.
O roteiro não se preocupa em explicar demais (o que é o
grande problema das produções hoje em dia) o porquê da guerra e por que as
máquinas dominam o mundo. E por que justo John Connor para liderar a
resistência humana?
E James Cameron aprendeu em Tubarão, de Steven Spielberg,
que mostrar o monstro aos poucos gera mais tensão na platéia. T-800 não é
mostrado logo de cara que é um ser quase indestrutível, mas, quando vemos seu
corpo de metal, ‘O Exterminador do Futuro’ se torna quase um filme de terror.
O filme imortalizou a personagem de Sarah Connor para
sempre na cultura pop como uma mulher icônica e forte, embora a atriz Linda
Hamilton não tenha feito grandes papéis além de Sarah.
A frase
“venha comigo se quiser viver”, dita por Kyle a Sarah é dita em todos os filmes
da franquia e quando o Exterminador está na delegacia e diz “I’ll be back!” (eu
voltarei!) se tornou uma das frases mais icônicas da cultura pop e também é dita
nos demais filmes da série.
Junto com ‘Um Tira da Pesada’, ‘Os Caça-Fantasmas’ e ‘Indiana
Jones e o Templo da Perdição’, foi uma das grandes bilheterias de 1984.
7 anos depois, em 1991, James Cameron, Arnold Schwarzenegger
e Linda Hamilton se unem novamente para realizar ‘O Exterminador do Futuro 2 –
O Julgamento Final’, mas alto lá, não se trata de um filminho qualquer, muito
menos de uma continuação qualquer: James Cameron se tornou megalomaníaco com o
passar dos anos e se no primeiro filme ele não tinha orçamento, aqui ele tinha
de sobra: O Exterminador do Futuro 2 foi o primeiro filme da história a ter um
orçamento maior do que 100 milhões de dólares, teve uma campanha de marketing
absurda, foi a grande bilheteria daquele ano (faturou mais de 500 milhões no
mundo inteiro), venceu 4 Oscars técnicos (incluindo o incontestável de Efeitos
Especiais), foi dos primeiros usos práticos da computação gráfica (e ao
contrário do primeiro filme, os efeitos estão bacanas até hoje) e imortalizou
outra frase que entrou de vez na cultura pop: Hasta La Vista, Baby!
A história se passa 13 anos após os acontecimentos do
primeiro filme, mais precisamente no ano de 1997 – ano em que as máquinas
dominam a humanidade - agora com John Connor já vivo e crescido, interpretado
por Edward Furlong (outra promessa que não deu certo em Hollywood), que vive
com pais adotivos, pois sua mãe, Sarah, está em um hospital psiquiátrico (ninguém
acreditou na história dela com o Exterminador).
As máquinas enviam novamente um ciborgue para o passado,
desta vez, um modelo mais avançado do que no primeiro filme, um T-1000 para
assassinar John Connor e a resistência humana manda um T-800 para protegê-lo.
A melhor sacada do roteiro é em colocar Schwarzenegger,
vilão do primeiro filme, desta vez como o herói, mas isso não ficava claro, nem
no trailer, nem no prólogo do filme. Na verdade, nem o T-1000 é mostrado como
ciborgue de início. Vemos 2 seres nus vindos do futuro, assim como no primeiro
filme. Aqui, um é Schwarzenegger, outro é Robert Patrick., que se parece com um
humano, assim como Kyle Reese, se veste de policial e é educado com as pessoas
na busca de John Connor. Enquanto isso, o T-800 luta com uns motoqueiros
querendo roupas e uma moto e até o encontro dos dois Exterminadores com John em
um shopping, ainda não sabemos quem é o vilão, mas quando descobrimos, o
impacto da cena é devastador.
Dificilmente teríamos algo assim hoje em dia, na qual as
informações de filmes e séries vazam na rede com uma rapidez absurda.
Com cenas de ação espetaculares, o excelente uso do CGI,
um vilão que se apresenta assustador ao lado de Schwarzenegger, uma explicação
mais clara sobre o futuro e as guerras das máquinas e agora não um filme de
ficção de nicho, mas uma ação para as grandes massas e mesmo quem não viu o
primeiro vai apreciar, ‘O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final’ se
figura como dos melhores filmes de ação e ficção da história, das melhores
continuações da história e o melhor filme da franquia.
O desfecho de ‘O Exterminador do Futuro 2’ era digno e se
a história terminasse ali, não se perderia nada e James Cameron resolveu não
fazer um 3° filme e se dedicou à realização de seu projeto mais ambicioso:
Titanic, que custou 200 milhões de dólares e também virou um fenômeno pop, se
tornou a maior bilheteria da história (até estrear Avatar, mas no Brasil ainda
tem o 1° lugar) e venceu 11 Oscars em 1998, incluindo Melhor Filme e Diretor
para James Cameron.
Mas Hollywood não perde tempo e quer ganhar mais dinheiro
e 12 anos após o 2° filme, em 2003, é lançado ‘O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião
das Máquinas’, ainda com Schwarzenegger (que seria eleito o Governador do
Estado da Califórnia no mesmo ano), mas sem a mão de Cameron, deixando a
direção para Jonathan Mostow (de U571 – A Batalha no Atlântico).
Schwarzenegger novamente tem a função de proteger John
Connor (vivido por um insosso Nick Stahl) e sua “amiga” Kate Brewster (vivida
por uma Claire Danes pouco inspirada) e desta vez as máquinas mandam para o
passado T-X, um ciborgue em forma de mulher e é ainda mais poderoso do que o
T-1000.
O roteiro é cheio de furos e toda a seriedade construída
nos filmes anteriores dá lugar a piadas de mau gosto, sem aquele algo a mais
sobre viagens no tempo, que nos fazia pensar e ignoraram a presença de Sarah Connor,
mas que diverte os leigos da franquia.
O filme foi destruído pela crítica, custou astronômicos
200 milhões de dólares e faturou cerca de 450 milhões no mundo, mas é visto
pelos fãs como o mais fraco da série.
Em 2008 é lançada a série de TV ‘Terminator: The Sarah
Connor Chronicles’, que mostra como ficaram Sarah e John após o segundo filme (ignorando
o 3°), ainda com todos achando que Sarah é louca e tentando impedir a criação
da Skynet. Sarah Connor era vivida por Lena Headey (a Cersei de Game of Thrones).
A série não foi um sucesso de público (mas a crítica
falou bem) e durou apenas duas temporadas.
No mesmo ano, em 2008, é anunciado um novo filme da
franquia, ‘O Exterminador do Futuro – A Salvação’, lançado em 2009.
Desta
vez, a história se passa no futuro, em 2018, com o mundo já apocalíptico e
mostrando e guerra em si entre humanos e máquinas.
Mostra Kyle Reese antes de ele ser chamado ao passado e o
T-800 antes de sua concepção.
O filme também custou 200 milhões de dólares, mas sua
recepção foi fria e o resultado é muito irregular, seja na direção amadora de
McG, no roteiro confuso ou na péssima escolha de elenco: Christian Bale como
John Connor não convence; Sam Worthington foi um ator que mais prometeu do que
cumpriu e Bryce Dallas Howard como a esposa de John foi mero enfeite.
Se contarmos somente os filmes até agora, a franquia teve
dois acertos e dois erros, mas é inegável a influência da cultura pop. Agora a
franquia terá um novo recomeço com ‘O Exterminador do Futuro: Gênesis’, que vai
desempatar esta balança. Esperamos que seja um novo acerto...
O
Exterminador do Futuro: 9,0
O
Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final: 10,0
O
Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas: 5,0
Terminator: The Sarah Connor Chronicles: 7,0
O
Exterminador do Futuro – A Salvação: 4,0
Imagens:
O Exterminador do Futuro:
O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final:
O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas:
Terminator: The Sarah Connor Chronicles:
O Exterminador do Futuro – A Salvação: