quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013_As decepções do ano



5 – Segredos de Sangue


            Vamos começar a lista com um filme que não é tão ruim, mas tem o trailer mais espetacular em anos. E dos mais surpreendentes também. Pois é, todas as surpresas estavam no trailer. Não há nada de novo nesta primeira empreitada em Hollywood do diretor de Old Boy. E fora que o filme tem situações constrangedoras e chega a ser medíocre. E Nicole Kidman, que já foi das atrizes mais poderosas e agora faz um papelão de periguete. Para quem ainda não viu, fica minha dica: não pague para ver isso aqui, veja o trailer no Youtube e espere passar na TV. Ou só veja o trailer, que tem TODAS as cenas boas do filme.






4 – O cavaleiro solitário


            Há coisas na vida que dão tão erradas que parecem inacreditáveis. “O cavaleiro solitário” estreou fazendo muito barulho e a promessa de ser uma aventura pipoca e divertida. Mas daí veio a estréia nos cinemas americanos. E foi um vexame! O filme foi um fracasso total e só não levou a Disney à falência, porque está é uma empresa poderosíssima. “O cavaleiro solitário” teve um orçamento inacreditável de 250 milhões de dólares! Nem Titanic teve um orçamento assim tão estratosférico. E o resultado? Bem, ele faturou míseros 29 milhões nas bilheterias.
            Deixando a parte financeira de lado e falando do filme em si, o resultado é um fiasco. Johnny Deep (que anda pior a cada filme) criou seu personagem definitivo, o Jack Sparrow e acha que pode fazer isso em tudo o que é filme. Por aqui, parece um replay de Piratas do Caribe, com o mesmo estúdio, elenco, diretor e produtores. E o filme não sabe para qual caminho vai, não há quase referências à história do Cavaleiro em si e toda a sua filosofia. Não há nem mesmo uma grande cena de ação. Aliás, não vi esses 250 milhões na tela!
            “O cavaleiro solitário” estreou no meio das férias de Julho e passou quase em branco por aqui. Foi o resultado de colocar a arrogância acima da arte. Ah, aguarde que o Piratas do Caribe 5 vem aí!






3 – Carrie – A Estranha

            Carrie – A Estranha é baseado em um grande livro, baseado em um grande filme, já tem uma história fechada, tem duas excelentes atrizes: Chloe Grace Moretz e Julianne Moore. Mas nada disso serviu para que este remake tivesse o mínimo de qualidade. O que temos aqui é um terror que não assusta, história sem rumo e um universo que mais se parece o adolescente de Malhação. É uma mancha na carreira de Stephen King, da Chloe Grace Moretz e da Julianne Moore. Pelo menos a cena do baile salva de um vexame total.






2 - Lincoln

            Quando “Lincoln” estreou nos cinemas brasileiros, no final de Janeiro, muita gente foi esperando um grande épico e a promessa de ser um filmaço. Também pudera, àquela altura, os indicados ao Oscar já haviam sido anunciados e “Lincoln” era o grande favorito a levar a estatueta. E também é um filme de Steven Spielberg, cujo talento ninguém questiona e é dos cineastas mais importantes da história. Ele, inclusive sabe bem trabalhar com fatos históricos, como em “A lista de Schindler” e “O resgate do soldado Ryan”. E, também, porque é a história de Abraham Lincoln, possivelmente o presidente americano mais influente da história.
Com um “currículo” desses, não tinha como Lincoln dar errado.
Mas deu!
QUE FILME ANÊMICO!
Não há só uma cena épica, nenhum grande momento para chamar de seu. E que filme burocrático também. Nos intermináveis diálogos, estava claramente embutido o desejo de mostrar ao mundo a hegemonia americana e como mostrar que eles são “a nação da liberdade”. E fora que o filme é exaustivo. Chegar até o final é um grande exercício. Na sessão em que eu estava, aliás, deviam ter umas 10 pessoas dormindo. Dos 150 minutos, eu cortaria uns 40, sem prejudicar a história.
E ainda, de castigo desse filme burocrático, “Lincoln” foi o grande perdedor do Oscar deste ano. Das 12 indicações, só ganhou duas, entre elas a de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis.
Ao que parece, infelizmente, Steven Spielberg, que tem uma história tão vitoriosa em sua carreira, desaprendeu a dirigir filmes.






1 – Homem de Ferro 3

            De todos os filmes da Marvel, o primeiro Homem de Ferro, em 2008, foi o mais arriscado. Todas as outras adaptações, como X-Men e Homem-Aranha apresentam heróis já consagrados das HQs e dos desenhos animados. Mas aqui, temos um herói que poucos conheciam e muitos o consideravam arrogante. Mas, daí veio uma adaptação tão concisa e segura que Homem de Ferro foi considerado o divisor de águas da Marvel e o filme que inaugurou a nova fase. Homem de Ferro 2, de 2010, não foi tão bem recebido, mas tinha muitas qualidades e honrou todo o universo. Daí veio o furacão “Os Vingadores”, em 2012, que mudou a maneira de como vemos um filme coletivo de heróis e conseguiu um feito que poucos conseguem: dar o mesmo espaço e importância para seus protagonistas, inclusive nosso Tony Stark, ou Homem de Ferro. Mas o universo não podia parar, e parecia difícil imaginar um novo filme da Marvel após todo esse fenômeno. Mas, com os milhões arrecadados com os primeiros filmes, também o estúdio não poderia abandonar a franquia. E daí, nasceu “Homem de Ferro 3”.
            Primeira coisa, o que, aliás, me deixou com muita raiva: Robert Downey Jr. é um ator muito simpático e seu Tony Stark deu uma nova cara aos super-heróis, mas o problema é que agora que ele é um ator milionário, ele está se achando. É o mesmo caso do Jack Sparrow do Johnny Deep, um personagem que surgiu como inovação e agora está mais irritante e arrogante. As piadas de Stark não funcionam mais e estão repetitivas.
            Segundo que não enxerguei esse orçamento milionário prometido para este filme. Todo o dinheiro gasto parecia ter ido ao desfile desnecessário de armaduras (só serviu para aumentar as vendas de bonecos) e para o trailer, que trouxe duas cenas que prometiam (mas só prometeram) ser espetaculares, que foi o ataque à mansão Stark e o ataque terrorista no avião.
            Terceiro, o filme parece que se passa em um universo paralelo de tudo. Não há nada que lembre os filmes anteriores, nem a Os Vingadores.
            Para chamar mais o público infantil, o estúdio resolve colocar uma criança como protagonista em muitos momentos para ajudar nosso herói. Um menino que, aliás, não sabe atuar e só faz piadas que não são engraçadas, junto com um sentimentalismo sem necessidade.
            O elenco novo e de apoio é tão antipático aqui na história, que merece uma vaga no troféu Framboesa de Ouro, como Guy Pearce, interpretando o dr. Killian, em um papel que não lhe combinou e Rebecca Hall (de Vicky Cristina Barcelona) interpretando Maya, que aqui parece perdida em seu mundo.
            Dito tudo isso, eu nem esperava que a decepção maior ainda estivesse por vir. O Mandarim, vivido por Ben Kingsley é o melhor vilão das HQs do Homem de Ferro e com um filme milionário e esperado desses, ele tinha que aparecer de qualquer jeito. Além de o trailer mostrar um Mandarim como um vilão inescrupuloso, ainda temos o talento de Ben Kingsley. Mas a reviravolta que este personagem recebe na metade do filme é dessas coisas inacreditáveis que os executivos fazem com o intuito de vender seu produto. O destino de Mandarim, na história, foi de chorar. Era mágico imaginar um ator do calibre de Ben Kingsley interpretando um vilão desse tamanho. Se bem aproveitado, poderia ser algo do nível de maldade do Coringa do Heath Ledger de “Batman – O cavaleiro das trevas” ou do Darth Vader, de Star Wars, mas o resultado é nulo.
            Homem de Ferro 3 tem um final fechado, mas o 4º filme deve vir logo, afinal, este filme aqui foi um sucesso total, arrecadando mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias mundiais.
            Bom, pelo visto, a decepção foi só artística, e não econômica.




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