quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O hobbit - A desolação de Smaug

O Hobbit – A Desolação de Smaug (The Hobbit – The Desolation of Smaug)


Direção: Peter Jackson

Ano de produção: 2013

Com: Martin Freeman, Ian McKellen, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Luke Evans, Richard Armitage, Aidan Turner, Lee Pace, Benedict Cumberbatch.

Gênero: Aventura

Classificação Etária: 12 Anos



        Superior ao anterior, “A desolação de Smaug” ainda sofre com a quebra de ritmo

            Quando “O Hobbit – Uma Jornada Inesperada” estreou no final de 2012, muita gente se decepcionou e a expectativa era altíssima. Primeiro porque era o retorno ao mundo da Terra Média e ao universo consagrado da trilogia “Senhor dos Anéis”. Segundo que a própria direção seria do Peter Jackson, que dirigiu, produziu e escreveu a trilogia, então, logo os fãs poderiam esperar uma coisa de qualidade de quem já conhecia. Uma Jornada Inesperada não é um filme ruim, muito pelo contrário, resgata muito o universo de Tolkien, tem uma parte técnica impecável e é um prelúdio do que viria em “Senhor dos Anéis”.

            O problema é que, se “Senhor dos Anéis” possuía três livros, todos extensos, então era normal que fossem feitos três filmes, também extensos. Mas, “O Hobbit” é um livro único, menor do que qualquer livro da trilogia e Peter Jackson anunciou que faria 3 filmes. Muita gente falou mal, disse que era uma ideia feita para ganhar dinheiro, mas o cineasta prometeu que este Hobbit seria só uma adaptação e que mudaria muita coisa do livro.

        De fato, houve muita firula em Uma Jornada Inesperada. São quase 3 horas com quase metade das cenas desnecessárias. Peter Jackson incluiu muita coisa mais como fã do que como cineasta. E algumas referências de “Senhor dos Anéis”, que não são apresentadas no livro, estão presentes em Uma Jornada Inesperada. Também, “O Hobbit” se passa 60 anos antes dos acontecimentos de “Senhor dos Anéis”.

       Infelizmente (ou felizmente), não dá para fugir das referências e os debates sobre essa nova trilogia são inúteis, já que serão sim 3 filmes e não dá mais para escapar disso.

     Mas, para minha grande surpresa, este novo filme, “A desolação de Smaug” cobre muitas falhas de Uma Jornada Inesperada, é muito mais inteligente, é muito mais atraente do ponto de vista estético e de produção e tem personagens muito melhor desenvolvidos do que o filme anterior. Com quase 3 horas de duração novamente, existe, infelizmente, uma quebra de ritmo. Essa quebra é menos visível e menos incômoda do que em Uma Jornada Inesperada, é fato, mas ela existe.

    Não sou contra se fazer uma trilogia com um livro tão minúsculo, na verdade, sou a favor. Um filme não precisa seguir a risca as palavras de um livro para ser fiel ao seu universo. Com um bom roteiro e bom diretor, uma história pode ser dissertada e ampliada, criando um ponto de vista diferente de uma obra consagrada. Mas, desde que haja uma coerência e inteligência por trás disso. E que de fato seja uma história consolidada e independente do livro. Mas, no filme anterior, a tal da Jornada parece mais dependente da Saga do Anel tendo que, a todo o momento fazer referências e a ação é longa e interminável.

   Já nesse “A desolação de Smaug”, tudo tem a impressão de pertencer ao mesmo universo. Mesmo momentos que não têm no livro (e os fãs insistem em lembrar isso), como a aparição dos Elfos faz todo o sentido por aqui. Na verdade, eles são a melhor coisa do filme. A primeira seqüência deles na floresta, seqüestrando os Hobbits é de arrepiar. Principalmente com a esperada aparição do Elfo Legolas (vivido aqui e lá pelo Orlando Bloom) e da Tauriel (vivida por Evangeline Lilly, a Kate da série “Lost”). Aqui, ela é apresentada como uma mulher forte, que parte para a guerra sem pestanejar, idealista, porém romântica (o filme sugere um possível triângulo amoroso entre Tauriel, Legolas e Kili, que é um Hobbit).

   As seqüências de de ação estão perfeitas, a direção de arte é arrebatadora e Peter Jackson faz, mais uma vez, o bom uso de suas tecnologias, como os 48 quadros por segundo, o CGI e também um excelente uso do 3D. Aqui, a profundidade em 3 dimensões serve como aliada à história, principalmente quando se tem a necessidade de um clima mais sombrio, com destaque para dois momentos: na primeira meia hora de filme, na batalha contra as aranhas gigantes, em que as aracnídeas parecem sempre ameaçar a platéia, com seus ferrões e aspecto assustador. E em outro momento, desta vez na última hora do filme, é chegado o clímax, o momento mais esperado da trilogia: a aparição do dragão Smaug. A conversa dele, com o Bilbo Bolseiro é tão angustiante quanto bem feita. Cada diálogo é uma surpresa. Smaug está sensacional como vilão (e com a voz de Benedict Cumberbatch) e causador dos melhores momentos do filme. Por aqui, além da aparência ameaçadora (fruto de muito CGI e uma voz poderosa), ele parece estar sempre a um passo a mais do que qualquer um. Enquanto Bilbo está invisível pelo efeito do Anel, Smaug sabe tudo sobre ele: sabe o nome, onde mora e sabe sobre os Hobbits. As perseguições do dragão contra o grupo de anões é instigante.

   Por ser um filme de meio de trilogia, era de se esperar que o final não fosse completo. Mas tinha que ser fechado. Por aqui, não só ficou em aberto, como termina em qualquer lugar. Parecia que Peter Jackson achou que já tinha dado o tempo de projeção e encerrou seu filme de forma não só aberta como incompleta. Com o intuito, claro, de preparar um desfecho épico para “A batalha dos 5 exércitos” – que é a 3ª parte da trilogia, prevista para Dezembro de 2014. É esperar para ver. E vida longa a Legolas e Tauriel.

Nota: 8,0


Imagens:













Trailer: 


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