Um dia (One Day)
Direção: Lone Scherfig
Ano de produção: 2011
Com:
Anne Hathaway, Jim Strurgess.
Gênero: Romance
Classificação Etária: 12 anos
Nota: 7,5
Comentário:
Quando
“Um Dia” estreou em Novembro do ano passado nos cinemas, eu não via a hora de
vê-lo, depois do ótimo trailer e dos elogios ao livro homônimo, de David
Nichols, que lhe foi dado. Além disso, o filme é encabeçado por Anne Hathaway, uma
atriz que, eu, particularmente, amo muito e acompanho e admiro sua carreira
desde seu filme de estréia, “O Diário da Princesa”, em 2002. De lá para cá, ela
anda melhor e mais atriz a cada filme. Está amadurecendo mais e se torna cada
vez mulher de fato e não aquela menina que teve sorte apenas pelo seu
sobrenome.
Mas
o romance “Um dia”, novo trabalho da diretora Lone Scherfig, do ótimo drama
inglês “Educação” tem muitas falhas, mas não deve jamais ser subestimado, mas,
como romance, que é seu objetivo principal, funciona, principalmente se for a
dois e à noite.
“Um
dia” conta a história de dois jovens: a doce Emma (Anne Hathaway) e o esperto
Dexter (Jim Strurgess, de “Quebrando a Banca”) que se conhecem no dia da formatura,
em 15 de Julho de 1988. Na verdade, Emma já está de olho em Dexter há tempos,
mas ele nunca havia reparado nela. Eles se tornam amigos, mas têm
personalidades diferentes: enquanto ele faz sucesso com a mulherada, vira um
apresentador de TV famoso e muito carismático, ela é tímida, carente, sem
grandes ambições e trabalha em um restaurante. O filme vai acompanhando a
trajetória deste casal ano a ano durante 20 anos, sempre no dia 15 de julho.
Essa data foi escolhida por ser o Dia de São Swithin, que no folclore
britânico, está ligado ao sol e chuva. Segundo a tradição, se chover naquela
data, os 40 dias seguintes serão de água em abundância. Se houver estiagem, os
mesmos 40 dias serão secos. É como se essa data fosse determinante para os dias
que virão. Ano a ano, a história vai acompanhando a evolução das personagens,
como em 1993, que os dois vão passar umas férias na França, ou em 2000, quando
é realizado o casamento de uma antiga colega de quarto. Mas se no início Dexter
é um sujeito de sucesso e Emma é simples, em uma determinada hora os papéis se
invertem: ele vai ficando mais pobre aos poucos e ela vira uma escritora de
sucesso. Mas, se o filme é de romance, como dito no início, por que aqui na
sinopse que eles eram amigos? De fato eles são, se envolvem juntos algumas
vezes, em um romance casual baseado em prazer, têm seus devidos relacionamentos
com outras pessoas, mas sempre uma hora vão se encontrar. E sempre tem uma
reviravolta para que eles não fiquem juntos.
Os
fãs de um belo romance não têm o que se queixar, pois o longa tem belas imagens
(principalmente as da França), a química entre a dupla principal funciona
muito, (de fato temos a impressão de ver um casal real em cena), a maioria das
passagens de ano é feita com competência, os diálogos são inteligentes e por se
tratar de um romance, em parte alguma ele cai na pieguice. Mas o filme
apresenta 3 falhas gritantes, que se não fossem por elas, até poderia aqui ter
uma nota bem maior:
·
Anne
Hathaway, que repito, é uma grande atriz e se encaixa em qualquer papel, mas
aqui, em que ela faz uma estudante inglesa, não combina com seu jeito
americanizado de ser, ela não convence como britânica neste papel;
·
Em
algumas passagens no tempo, praticamente não dá para se envolver com as
personagens, por exemplo, de 1996 para 97, tudo ficou tão enxuto que nem o
casal mais apaixonado se encantará com coisa alguma;
·
E
principalmente, essa é a principal falha de “Um Dia”, que aliás, é um sério
problema de várias produções feita nas pressas no quesito passagem do tempo:
Maquiagem. Por aqui, ela é um desastre. Em Jim Strurgess o máximo que fizeram
foi um cabelo branco de chorar, mas o pior ficou com Anne Hathaway. Em 20 anos
de história, ela está exatamente com o mesmo rosto. Só encurtaram o cabelo,
quando ela vira escritora profissional, e olhe lá. Pareceu mesmo que a equipe
de produção estava sem vontade de trazer realismo á odisséia do casal.
Depois
do ótimo drama inglês “Educação”, a dinamarquesa Lone Scherfig, que tem sim,
talento para dirigir atores, pareceu feito apenas mais um “romance de verão”.
Bateu na trave.
Imagens:
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