Gato de Botas (Puss
in Boots)
Direção:
Chris Miller
Ano de produção: 2011
Gênero: Animação
Classificação Etária: Livre
Nota: 3
Comentário:
Com
o estrondoso sucesso do Gato de Botas, que apareceu na primeira vez em Shrek 2
e de lá para cá popularizou e consolidou para sempre esse irresistível
personagem, era inevitável que ele tivesse um filme próprio, afinal é assim que
funciona a indústria burocrática de Hollywood, consegue fazer algo que funcione
e explora aquilo até se tornar enjoativo. E a empresa de animação, Dream Works,
proprietária das franquias “Shrek” e “Madagascar” não dormiu no ponto e
produziu uma história própria do gatinho.
Mesmo
com um fiapo de história e feito claramente para somente ganhar dinheiro, Gato
de Botas chegou aos cinemas no final do ano passado, concorreu, injustamente,
ao Oscar de Melhor Filme de Animação, faturou milhões ao redor do mundo e a
idéia inicial do estúdio era que o filme fosse apenas feito diretamente em DVD
como uma edição especial (assim como algumas edições do tipo “Shrek – especial
de natal”).
“Gato
de Botas” acompanha a história do nosso felino, muito antes de conhecer Shrek,
que vive na clandestinidade em um vilarejo. Por um grande acidente, ele se
depara com uma gatinha tão ou mais esperta do que ele, a Kitty Pata Mansa
(dublada pela Salma Hayek, que, diga-se de passagem, combinou esta bela atriz
latina interpretar uma... gata!) que “trabalha” para seu ex-melhor amigo, o ovo
Humpty Dumpty (o flash back em que o gato conta a história desta amizade é o
único ponto realmente memorável deste filme, se não fosse por essa parte, a
nota “3” certamente seria bem menor). Para atrair o gato, o ovo lhe conta do
plano de roubar os feijões mágicos de um casal de ladrões, daí chegar ao
castelo do gigante (alguém se lembrou da história de “João e o pé de feijão”?)
e roubar a gansa dos ovos de ouro. Tudo na verdade, é um plano de vingança
arquitetado pelo ovo por algo que aconteceu no passado entre ele e o gato.
Nada
aqui em “Gato de botas” funciona. As piadas são um pout-pourri de animações bem
melhores, apesar do esforço do bom elenco de dubladores, os personagens são
péssimos. Vendo o material extra em DVD, os atores Antonio Banderas e Salma
Hayek (que leva jeito mesmo para animações), estão bem à vontade, mas nem isso
afasta a canastrice. O “portunhol” usado
constantemente pela dupla de gatos irrita até as últimas conseqüências. O ovo,
na minha opinião é o pior personagem por
aqui. É dublado pelo excelente comediante Zach Galifianakis,
um dos integrantes do elenco de “Se beber não case”, mas aqui é um antipático
anti-herói e sua expressão, ou falta de expressão soa tão falsa e arrogante que
nem dá para ter algum sentimento real por ele. Atuação falsa mesmo. Se fosse de
carne e osso, merecia uma indicação para o prêmio Framboesa de Ouro. O casal de
ladrões passa o filme inteiro balbuciando bobagens com uma dublagem caipira de
dar dó.
O
diretor Chris Miller já havia derrapado com o razoável “Shrek Terceiro”, a meu
ver é um filme supérfluo e não havia necessidade de continuar a história pela
busca de um rei para “tão, tão distante”
Eu
não consigo entender como um gênero tão agradável como animação nos trouxe um
filme tão xarope, como um estúdio que nos agraciou com “Shrek” e “Kung Fu
Panda” deu essa derrapada. Ou pior, como um personagem delicioso como o gato de
botas resultou em um filme tão sem sentido e sem graça. Mas, como um gato tem
sete vidas, ficamos na esperança de um novo recomeço.
Imagens:
Trailer do Filme:
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